Tudo começou com uma pauta. Era simples. Precisávamos falar com secretarias para saber sobre inclusão e acessibilidade no Distrito Federal. A gente teria que entrevistar especialistas e entender algumas limitações do atendimento a portadores de necessidades especiais. Por fim, precisaríamos de deficientes para ilustrar a matéria, mostrar as dificuldades na prática – o que, dentro do jornalismo, chamamos de "personagens".
Nosso primeiro passo foi conversar com os deficientes. E o que parecia sem mistério, modificou o nosso jeito de pensar. Nunca tínhamos refletido sobre o fato de que remédios em conta-gotas excluem cegos que precisam aplicar o medicamento, pois como poderiam medicar filhos pequenos, por exemplo, sem enxergar as gotas? Fomos pegos de surpresa ao pensar que poderiam existir grupos musicais só de surdos. Descobrimos um mundo meigo e gentil das pessoas com síndrome de Down. Encontramos um cego que, com 17 irmãos que enxergam, é o único integrante da família com diploma de ensino superior. Nós havíamos sido furtados de uma realidade. Isso fez com que invertêssemos não só a ordem dentro do cronograma de apuração, mas dentro da nossa lógica de pensar.
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Veja a reportagem publicada no Jornal Esquina.
Por Gabriela Caixeta, Jade Abreu, Julyana Sousa e Thiago Marcolini