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Educação de Jovens e Adultos em Planaltina

A educação e ensino que ainda não chegaram à cidade

“É o que eu digo para eles: se um ladrão vem e te rouba, leva tudo seu. O que ele não vai te tirar? O estudo. Isso você leva para o resto de sua vida.” Poderia ser um professor dizendo aos alunos ou o ministro da Educação relatando a importância durante uma coletiva. Aos 40 anos, Zoraide Simone sonha em tornar-se advogada, além de se formar em Psicologia e Pedagogia.
Como uma futura professora por escolha, foi impressionante saber que 39,43% da população de Planaltina nem chegou a completar o ensino fundamental. Sabe-se que todos, a priori, possui o direito à educação. Entretanto, muito se confunde ensino e educação e, hoje, o que mais se vê é o acesso àquele - embora haja problemas que dificultam - do que a presença desta. "A educação tem que ser necessariamente voluntária, não pode ser, de modo nenhum, forçada por nenhuma espécie de método", disse o professor José Monir Nasser na palestra e lançamento do Livro "O Trivium", de Irmã Miriam Joseph.

"O que eu quero é tentar fazer a diferença", diz Zoraide Simone
Conhecer Zoraide foi uma experiência incrível, na qual se percebeu sua força de vontade e determinação. Entretanto, conhecer aqueles que abandonaram os estudos, por diversos motivos, foi perceber desânimo e falta de crença de saber onde o ensino e, mais importante, a educação podem levá-los.

O “start” para a educação, como costumo chamar quando se percebe onde se pode chegar com as possibilidades que o estudo reserva, varia de pessoa para pessoa e, mais ainda, de circunstância para circunstância. Entender o porquê pessoas de 40, 50, 60 anos ainda possuem o ensino fundamental incompleto instigou-me a realizar esta matéria. E digo: educação envolve muitas coisas - sonhos é uma delas, diria Zoraide. Assista à reportagem abaixo:


Confira a matéria completa do jornal Esquina:






Por Laís Rodrigues
Foto: Laís Rodrigues

Bombeiros alertam sobre riscos de afogamento no Lago Paranoá


O número de afogamentos na Orla do Lago Paranoá aumentou cerca de 10,5% em comparação ao ano passado. Em 2014 foram registrados 36 casos pelo Corpo de Bombeiros e Marinha. Até o final de setembro, o número já é de 41. Não existem dados sobre o mês de outubro.
Militares do Corpo de Bombeiros em ação de resgate as margens do Lago Paranoá    Foto: CBMDF
A desocupação proporcionou espaços mais abertos à população, mas ainda sem a infraestrutura para fiscalização das áreas de banho. A situação preocupa os responsáveis pelo resgate das vítimas em Brasília, que entraram em ação 12 vezes mais no mês de setembro, se comparado ao mesmo período do ano passado.
                         Área desobstruída na QL 9 do Lago Sul (Foto: Daniel Gonzaga)
No vídeo a seguir, você confere as informações sobre essa situação. Assista:



Por: Daniel Gonzaga

Dança para todos


Tayse e Manuela ficam animadas antes das apresentações.

A dança inclusiva é realidade no Distrito Federal. As escolas AvivArte e DançArte abrem espaço para que os sonhos de cadeirantes e outros deficientes se tornem realidade. Os dois projetos são gratuitos, mas o retorno chega para os voluntários em forma de sorrisos dos agora dançarinos.
A dança inclusiva fortalece os laços de amor e amizade, aproxima deficientes dos familiares e ajuda a formar uma sociedade inclusiva, até na arte.

No vídeo abaixo, os repórteres Daniella Bazzi e Vinícius Brandão te convidam a conhecer histórias de amor, empatia e superação. Assista:



Na capital do país, histórias em que a arte e a solidariedade se encontram pela cidadania






Confira a matéria na íntegra:





Por Daniella Bazzi e Vinícius Brandão


As Segundas Mães



A imagem acima demonstra um novo tipo de família. A que conta com a segunda mãe. Uma empregada que passa o dia com os filhos dos patrões e cria uma relação ainda mais próxima com as crianças. Ao passar o mouse por cima de cada uma das pessoas surgirá um texto que explica as consequências que cada posição dessa família sofre: A mãe, o filho e a babá.

Veja a matéria como ela foi publicada no Esquina impresso.



Por Vinícius Brandão

A vida após o luto

Arte reflete sobre a lenda de Eurídice, com créditos de Jeronimo Sanz.
Orfeu é um dos heróis da mitologia grega. Quando a esposa Eurídice morreu, ele não foi capaz de lidar com a morte dela. Desceu até os domínios do deus Hades, que comandava o reino dos mortos. Orfeu fez um acordo com o deus do submundo. Poderia voltar com a amada para a superfície, desde que não olhasse para ela no caminho. Quase na chegada, ela chamou por ele. Preocupado, Orfeu olhou uma última vez para Eurídice antes de perdê-la definitivamente.

Esse mito grego reflete sobre a morte e o luto. Trata-se de uma realidade para todos, tanto pela noção de que a própria vida um dia chegará ao fim, como pelo choque do fim da vida de pessoas queridas. É difícil saber que alguém que amamos nunca mais dirá um oi, que nunca mais contará aquela piada que só nós entendemos, ou que o sorriso que costumava nos encher de alegria não poderá mais ser visto. Como continuar a viver sem a vida de quem se ama?

Os repórteres Vinícius Brandão e Júlia Campos entrevistaram psicólogos, e pesquisadoras da arte para compreender melhor como as pessoas lidam com a perda e como seguir adiante é fundamental. A dor é uma constante nesses eventos. Ela precisa ser sentida, mas ser capaz de viver além dela é de suma importância. O texto possui uma versão no Medium que pode ser lida através do link abaixo.

A retomada da vida após o luto

E abaixo a matéria como ela se encontra no Esquina impresso.


Por Júlia Campos e Vinícius Brandão


Projetos sociais estimulam crianças carentes.



    A reportagem do Esquina foi até Samambaia e Estrutural para descobrir mais sobre dois projetos sociais que estimulam o hábito da leitura e do aprender com crianças em situação de vulnerabilidade social.
    Para conhecer mais sobre os dois projetos, clique aqui para ver o material completo. 

    Veja a reportagem publicada no Jornal Esquina:


 
 
Por Deborah Fortuna 
 

A difícil realidade do futebol feminino




Longe dos holofotes dos grandes estádios brasileiros, com arquibancadas lotadas, brilham estrelas quase desconhecidas do cenário do futebol nacional. A luta diária das mulheres que, assim como os homens, sonham em se tornar grandes nomes do esporte, passa desapercebida por boa parte dos fanáticos por futebol.

Aqui no Distrito Federal, essa é a realidade de inúmeras mulheres. Entre um emprego e outro, acham espaço para os treinos. As vezes em até dois turnos. As condições a que são submetidas, no entanto, passa longe do que se acompanha diariamente na mídia esportiva. O esforço para se tornar jogadora profissional de futebol esbarra nas péssimas condições de trabalho e no preconceito social. O machismo, presente nas raízes da sociedade, é um dos fatores que impede que o futebol feminino se torne uma potência no Brasil.


Campeonato Brasileiro de futebol feminino. Foto: Ferdinando Ramos/ ALLSPORTS


Estrutura

A dificuldade das jogadoras de futebol do Distrito Federal começa no mais básico dos requisitos necessários para uma partida oficial: estrutura. Sem o devido apoio dos clubes, a vontade de jogar supera os obstáculos. O esforço para conseguir ir aos jogos depende, quase que exclusivamente, das jogadoras. Os clubes apenas “emprestam” as camisas de jogo. Alguns times treinam em campos públicos, durante o dia, por falta de espaço adequado. Centro de treinamento para mulheres é praticamente inexistente. “Há negligência das diretorias. O futebol feminino tem que ser visto como um produto. Infelizmente, se não tem dinheiro, não tem atenção dos dirigentes. Hoje em dia, nós simplesmente vestimos a camisa e temos que correr atrás”, diz a lateral-esquerda do Gama, Dani Mendes, de 23 anos.

As oportunidades para as mulheres começarem no futebol, muitas vezes, só são dadas nas categorias adultas. Aqui no Distrito Federal, assim como em várias partes do Brasil, não existem categorias de base, ou seja, não existe formação para as jogadoras. Cenário totalmente diferente para os homens, onde a iniciação no futebol se dá ainda na infância. A falta de estrutura passa pelos cartolas. Sem a possibilidade de um grande retorno financeiro, as diretorias simplesmente não dão o suporte necessário para o futebol feminino. “Quantas Martas nós perdemos por essa falta de estrutura? O que mais tem é negligência dos diretores. As diretorias não têm essa preocupação com o desenvolvimento dessa modalidade. No âmbito geral, os dirigentes não se preocupam com isso”, ressalta Célio Lino, técnico e coordenador do futebol feminino do Gama.

“Os trabalhos da seleção têm que ser feitos nos clubes também. Tem que começar de baixo. Dificuldade nos campos, material, são vários os fatores que dificultam a modalidade a se desenvolver”, completa o treinador.

A falta de organização é outro fator que impede o crescimento da modalidade. O campeonato brasiliense de futebol feminino deste ano, que contou com apenas cinco times, começou sem tabela definida. Na segunda rodada da competição, uma partida que seria disputada em campo sintético precisou ser adiada por não pagamento da taxa de arbitragem por parte da Federação Brasiliense de Futebol.

Preconceito

Além da falta de estrutura e organização, um dos principais empecilhos para o desenvolvimento do futebol feminino é o preconceito. Muitas vezes é enfrentado dentro de casa, vindo da própria família. Mas o mais difícil é encarar a sociedade. O machismo do mercado de trabalho se estende no esporte e o que para muitas mulheres é trabalho de verdade, aos olhos da sociedade não passa apenas de um hobby. A falta da imagem feminina fora das quatro linhas, como por exemplo de uma técnica ou dirigente, é apontado por várias jogadoras como fator determinante para o domínio do machismo no esporte. “É difícil encarar o machismo no futebol. Muitas vezes acontece dentro do próprio clube. 

Nem seus dirigentes acreditam em você. Nos tornamos as “mulheres macho” simplesmente por jogar futebol. Boa parte da sociedade não acredita que mulher pode jogar futebol, acham que é um esporte exclusivo para homens”, diz Antônia Lins, atualmente sem clube.


“Preconceito tem da sociedade, ainda há muitos questionamentos a respeito do futebol feminino no Brasil. Em relação ao machismo, dentro de campo isso diminuiu muito, mas ainda existe em todo canto. Muita gente subestima a mulher no futebol”, ressalta Dani Mendes.

“Um dos principais fatores que dificulta o crescimento é o preconceito. Nos EUA é outra história. Lá é normal a menina nascer e ganhar uma bola de futebol. Aqui não é assim. Enfrenta a família. Olham torto para menina porque ela joga futebol”, completa o técnico Célio Lino.

Na avaliação da socióloga especialista em igualdade de gênero, Marta Fernandes, o preconceito se faz presente em diferentes aspectos do futebol. “A visão de ‘mulher macho’ impede que muitas empresas invistam no futebol feminino. Os uniformes mais largos, a ‘necessidade’ de as mulheres serem bonitas, tudo isso é o machismo dissociado dentro do esporte. A imprensa tem papel nesse processo também. As vezes se importam mais em mostrar a beleza das jogadoras do que o próprio futebol”, diz Marta.

Caminhos

Futebol de rua, com meninos. Foi dessa maneira que muitas jogadoras iniciaram a trajetória no esporte. Foi o caso, por exemplo, da capitã do time do Gama, Luciana Leite. Com 13 anos, ela começou a brincar com os meninos, jogando entre os carros, usando chinelos como as traves do gol. A partir daí, não parou mais. O primeiro campeonato oficial veio aos 19 anos, pela ASCOOP. “Cheguei a jogar pelo Brazlândia, pelo Bandeirante, mas sem jogar campeonatos oficiais. Fui para o CRESPOM no começo de 2010, saí porque engravidei. Voltei para o Santa Maria. Em 2012, fiz uma seletiva no Ceilândia, disputei Copa do Brasil. Desde 2012 até hoje, jogo pelo Gama. Ano passado joguei pelo Vitória, fui jogar o campeonato baiano, terminamos na terceira colocação”, diz Luciana.

Caminho parecido com o da lateral-esquerda do Gama, Dani Mendes. Nas ruas do P Sul, em Ceilândia, ocorreram os primeiros toques na bola. “Comecei a jogar muito nova. Percebi que era o que amava fazer e decidi seguir com isso para a minha vida. Estar no Gama é uma satisfação enorme”, ressalta Dani, que hoje em dia divide os treinos em dois turnos com a faculdade de Educação Física.

Em um terreno um pouco diferente, nos campos de terra de Taguatinga, começou a história de Fernanda Nunes no futebol. Hoje com 28 anos, com passagens por Suécia e Estados Unidos e atualmente sem clube, ela conta do tempo dividido entre escola e esporte. “No começo foi muito duro. Eu só queria saber de jogar bola. Minha família falava para estudar, mas o que eu amo é jogar futebol. Fui atrás, consegui realizar meu sonho”.

“A história fora do Brasil é outra. Tem estrutura, apoio, salário digno. Voltar para cá foi complicado, sabia que ia enfrentar dificuldade. O que não pode é desistir do sonho”, completa Fernanda, que trabalha em um restaurante de segunda à sábado, mas mesmo assim não deixa de treinar, mesmo que não seja todo dia.

A hoje já aposentada Daiane Pires, que rodou por clubes de Minas Gerais e dos Estados Unidos, lembra do início difícil no começo dos anos 90. “Ao mesmo tempo que era estruturalmente mais difícil, era mais satisfatório. Tinha mais público. É uma delícia entrar em campo e olhar pessoas na arquibancada, ainda que sejam poucas. Minha história sempre foi dura, pegava material emprestado com meus irmãos, com os pés muito maiores do que os meus”, diz Daiane, que atualmente tenta seguir a vida de treinadora.


Time de futebol feminino do Gama. Foto: Reprodução


Exposição virtual

A exposição “Visibilidade para o futebol feminino”, disponível no site do Museu do Futebol, oferece um vasto acervo de imagens e documentos sobre a história das mulheres no esporte mais popular do Brasil. Por mais de quatro décadas, as mulheres foram proibidas de jogar bola, com a justificativa de que alguns esportes eram incompatíveis com a “natureza feminina”. A exposição torna conhecida a luta das mulheres para conseguir jogar futebol.

Clique aqui para conferir a exposição virtual.

Documentário

O documentário “Futebolistas”, produzido por Thaís Travençoli e Patrícia Castro, ilustra a luta feminina para conquistar espaço dentro do futebol. As dificuldades diárias para conseguir treinar, conciliação com outros empregos, falta de visibilidade e preconceito são mostradas a partir de relatos de jogadoras do Colombo Futebol Clube, equipe do Paraná.

                        


Por Thiago Marcolini


No rastro dos desaparecidos

O pior é não saber. Não saber onde está, como está, o que houve e o que fazer. A sensação de incapaz, de estar de "mãos atadas", aumenta conforme os dias passam. A data vira um marco no calendário que auxilia uma contagem progressiva de tempo e de perguntas. Sem as respostas, familiares de pessoas desaparecidas tentam juntar as peças que faltam de um quebra-cabeça. Mas o exercício não é lúdico nem lúcido. Os buracos deixados são lacunas de uma história sem fim, interrompida no meio e sem qualquer explicação.

Confira texto aqui.




Jade abreu


Trotes são uma realidade e números são assustadores

Desde criança fazemos algumas brincadeiras que achamos que não resultarão em nada ruim, como por exemplo: correr e tocar campainhas dos vizinhos, interfone e também os famosos trotes, que são ligações falsas destinadas a vários locais, como o supermercado, franquias de pizza, até mesmo para telefones de outras pessoas. Porém, quando destinadas à polícia ou ao Corpo de Bombeiros, essas “travessuras” deixam de ser brincadeira de criança e podem causar problemas.

Quando o trote é destinado a essas instituições, há um deslocamento de viaturas da polícia e de ambulâncias dos bombeiros, retirando a proteção que seria destinada a alguém ou alguma área do DF que realmente precise. Ou tenha o atendimento atrasado, comprometendo o destino de uma ou mais pessoas.

Com o objetivo de reduzir essa interferência a zero, a Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade), está atualizando o monitoramento de chamadas para o Sistema de Georreferenciamento 2 (SGO2). A partir do momento em que a ligação é atendida, já se sabe de onde vem, e uma triagem ajuda a descobrir se é trote ou não.

O tenente coronel Cláudio da Silva Santos, bombeiro e coordenador da Ciade, explica a situação. “Um exemplo prático: ligam pra CIADE numa emergência, e o atendente já verifica o local de onde está saindo essa ligação. Essa atualização do sistema é importante, pois vai ajudar na triagem das ligações e evitar deslocamento de viaturas e ambulâncias para lugares onde não haja necessidade de atendimento”.

Confira abaixo o tenente coronel explicando como funciona a Ciade:


O Capitão Michello Bueno da Polícia Militar, explica que os trotes são muito prejudiciais, ainda mais em áreas consideradas perigosas. “Quando a viatura vai cobrir uma ligação sem ocorrência, uma área fica desprotegida. Se vê que que isso aconteceu, uma viatura já se desloca para essa área.” Ele ainda explicou. “O mapa está na tela, por exemplo, o mapa da Ceilândia e a distribuição para que todas as áreas perigosas fiquem cobertas”.
 
Isabella, 20, contou que já passou trote. “Quando a gente é criança adora fazer esse tipo de coisa, ligar pro mercado e pra padaria e passar trote.” Com relação aos trotes para a polícia ou o corpo de bombeiros, a estudante disse que foi pega pela mãe no ato. “Com 15 anos mais ou menos, um pessoal foi fazer trabalho da escola lá em casa e aí a gente teve a ideia de ligar pra polícia e fingir que uma pessoa tinha sido assaltada.” 

O pensamento poderia ser de brincadeira, porém não parou por aí. “Uma amiga minha começou a gritar no telefone, dizendo que havia sido baleada, foi quando meus pais chegaram em casa. Levei até uma surra na época, mesmo tendo 15 anos, mas depois entendi a gravidade” Outro caso parecido é o de Danilo dos Santos. Hoje com 25 anos, o professor de Educação Física revela já ter passado trotes para o Corpo de Bombeiros falando sobre uma queimada no parque Olhos d’Água. “Tava na época de secura aqui de Brasília e então eu liguei pra eles. Já devia ter meus 18, 19 anos, mas mesmo assim achava engraçado fazer isso”.

Por achar que não ia resultar em nada, Danilo viu dois caminhões do Corpo de Bombeiros estacionando no Parque. “Me senti muito mal naquela hora porque sabia que podia avacalhar o atendimento dos bombeiros em outro lugar que eles realmente precisassem ir.” Ele revela que, depois disso,  nunca mais passou trote. Falar sobre trotes pode até parecer clichê, pois como dito, lembra brincadeiras do tempo de criança. Porém, depois de entender quais os efeitos um trote na vida de uma pessoa, mesmo que seja desconhecida, é necessário repensar essa atitude e refletir se é uma coisa correta a se fazer. A resposta é clara e até óbvia: não se deve fazer isso nunca.

O artigo 340 do Código Penal diz que “provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado, resumidamente, o trote” resulta em detenção de seis meses a dois anos.




CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:



Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.



Autoacusação falsa



Mesmo parecendo um fato bobo, levado na brincadeira por alguns, é importante lembrar que um trote pode mudar o destino de uma vida, e por isso a conscientização é muito importante. Saiba mais detalhes de como funcionam os órgãos que cuidam da logística de atendimento e como alguns exemplos podem se tornar péssimos hábitos.



Por Felipe Rocha


 

População de Rua em Foco

Projetos sociais voltados para pessoas sem moradia promovem educação, socialização com a comunidade e reflexão sobre a vida de quem tem a rua como lar.


A reportagem do jornal Esquina entrevistou três mulheres que buscam transformação social por meio de projetos sociais na capital. 






Para saber mais sobre o assunto:


Reportagem produzida para jornal Esquina abaixo:


Por Maria Clara Monteiro

Foi dada a largada: Pilotos de Brasília largam os estudos para seguir o sonho de correr


Todos os dias por motivos diferentes, jovens largam os estudos. Essa desistência da vida escolar pode trazer muitas consequências, que nem sempre são negativas. Alguns largaram por razoes familiares, outros por não quererem mais estudar, ou que sentirem dificuldade, alguns por causa de seus trabalhos e outros parar correrem atrás de seus sonhos. Como por exemplo João Ricardo Vieira de 17 anos que começou a correr de carro com 6 anos de idade apenas, parou de ir à escola em outubro de 2013 e se mudou para a Itália em 2014.

João conta que parou de ir à escola em 2013 devido ao número de viagens que tinha de fazer para as corridas e diz ainda que para um piloto profissional é extremamente difícil conseguir conciliar os estudos com a vida de pilo. "Conciliar estudos e automobilismo é muito difícil mesmo por internet porque durante o dia o piloto ele treina muito e ele tem que estudar o carro também que é muito complexo em termos de mecânica e de eletrônica então não sobra muito tempo para estudar. Frequentar uma escola ou universidade é muito difícil, nosso estudo é o carro!!".

 João Ricardo relata que nunca teve problema em ter o apoio dos pais para seguir essa vida, "especialmente meu pai que também gosta muito de automobilismo". Segundo ele nunca se arrependeu da escolha de vida que fez, e que não mudaria sua vida de piloto para estudar. "Se eu pudesse voltar atrás não mudaria nada, acho que não existe nada que pague a experiência de vida que pode haver um piloto profissional". Para ele a única dificuldade de levar essa vida de piloto é da saudade, "Dificuldades é ter que ficar muito longe da família e já ter que morar em outro país sozinho sem nem ter 18 anos ainda é muito complicado, vim morar aqui tinha apenas feito 16 anos". 

Outro caso de jovem determinado a seguir seu sonho é Ítalo Leão de 20 anos, que mora em Brasília e que atualmente corre na categoria centro-oeste de marcas e pilotos. Ítalo conta que começou a ser piloto com penas 8 anos de idade em 2003. Ele parou de estudar na terceira série do ensino médio, mas conta que nunca se arrependeu de suas escolhas. Ítalo, que já teve experiências no exterior e que por nada no mundo teria deixado de vive-las, "Não me arrependo de nada do que eu fiz pois a minha experiência fora do país valeu mais a pena". O jovem completa ainda dizendo que seus pais nunca deixaram de o apoiar.

Ítalo ainda tentou conciliar os estudos com a vida de piloto, mas na época em que começou a pilotar ficou difícil, por morar fora do país e viajar muito, "eu estava fora do país e voltava apenas uma vez por mês". Ele relata ainda que a única dificuldade que teve foi a distância da família, e toda a pressão com o trabalho.

Um caso claro de esforços é Gustavo Antunes Lima de 19 anos, que corre na categoria stock car, que também mora em Brasília e leva essa vida agitada de piloto. O diferencial de Gustavo é que mesmo levando todo esse ritmo de piloto, ele ainda estuda. Com muitas dificuldades faz o possível para não parar sua vida escolar. Ele relata que começou a sentir dificuldades em continuar estudando no ano de 2012 quando começou a fazer muitas viagens para a Europa, "com as corridas na Europa os estudos ficaram meio difíceis, pelo fato de passar muito tempo lá, várias semanas, perdia muito conteúdo, era difícil, mas nunca deixei de lado".

Gustavo diz ainda que, nunca se arrependeu de suas escolhas e não mudaria nada do que fez, "não me arrependo nem um pouco [...] Consegui chegar na categoria mais alta do automobilismo brasileiro, sempre foi meu sonho viver de corrida, e vou continuar sempre". Ressalta ainda dizendo que nunca deixou de ganhar o apoio dos pais "sempre me apoiaram, estão comigo em todas as corridas, o apoio deles é fundamental para mim". Esses meninos tem em comum mais do que um sonho. Têm uma determinação. E custe o que custar eles irão fazer o impossível para realizar, mesmo que isso signifique ficar longe da família e ter que parar de estudar.
 
...

Por Camila Cavalcanti

Crianças podem ser prejudicadas ao pularem fases do crescimento

Os pais, por ansiedade, frequentemente não percebem que é essencial para a criança viver cada parte do desenvolvimento. E a agonia deles faz com que os filhos pulem etapas. A professora de dança e técnica em Body-Mind Centering (BMC), Rossana Alves, explica que, quando o bebê (de até um ano de idade) salta um dos estágios de movimento previstos nessa primeira fase da vida, é provável que tenha dificuldades com atenção e foco no futuro: "Se o bebê passa pela fase do lagartinho, se arrastando de barriga para baixo, ele não ganha uma consciência do seu lado direito e esquerdo do corpo, muitas vezes gerando o problema de dislexia".

Rossana conta que o engatinhar do bebê conecta os dois lados do cérebro, isso gera uma evolução da leitura na vida dessa criança. "Uma professora minha teve que voltar com a filha para o chão quando ela tinha seis anos para que a criança pudesse engatinhar e a conexão no cérebro fosse feita."

Veja o vídeo da professora de BMC Rossana Alves, contando sobre sia experiência com a técnica e as mudanças na sua vida.





Reeducação do movimento

Body-Mind Centering foi criando nos Estados Unidos por Bonnie Bainbridge Cohen, nos anos de 1960. O BMC é uma abordagem da educação somática que trabalha a conscientização do corpo com a mente.

Professora Rossana Alves ensinando o movimento

O estudo relaciona os princípios da anatomia com o consciente humano, e utiliza a dinâmica do corpo. Essa técnica pode ser associada a inúmeras áreas que misturam mente e movimento, como dança, yoga, terapia ocupacional, fisioterapia, meditação, entre outros. O preço é relativo, cada profissional define o seu.

Nesse vídeo, a criadora do BMC, Bonnie, ensina como realizar o alongamento dos ombros e da coluna para depois realizar o movimento previsto.


Saiba mais sobre a técnica pelos links 


Leia a matéria completa apara saber mais sobre o BMC e a influência na vida das crianças


Por Juliana Braz







Dois lados de São Sebastião

Pobreza, falta de saneamento básico, de postos de saúde e de transporte com atendimento a todos os bairros. Estas são algumas das reclamações das comunidades de São Sebastião, no sul do DF. Em visita ao local, cada repórter da equipe do Jornal Esquina que participou da cobertura teve uma percepção diferente. Por isso, nós, Rodrigo Nunes e Sérgio Lopes, decidimos transmitir os nossos pontos de vista aqui no blog. Leia a seguir duas crônicas que relatam o cotidiano dessas pessoas e os problemas enfrentados. 



Crônica jornalística: Lado carente da cidade




Condições precárias de vida. Andando por São Sebastião, tive outra concepção do cotidiano de lá. Moradias sem rede de esgoto, apenas com fossas. Em outras casas, havia somente canos que desaguavam na rua. Foram as primeiras impressões quando visitamos o pintor Francisco Magalhães. No lote, um barraco à beira de um barranco; lá embaixo, o córrego que passa serve para tomar banho, mas logo vimos que não é limpo. Entulhos de lixo acabam sendo despejados na água. Quando chove, há risco de deslizamento, e a enxurrada pode derrubar a casa dele.


Ao sair para trabalhar, os filhos de outro morador, José Francisco, convivem com a falta segurança nas ruas. Por ameaças de criminosos contra o filho, José teve que mandá-lo de volta para Januária, cidade do interior de Minas. A realidade da família é de medo por causa dos filhos que estudam e, ao saírem para o colégio, não sabe se voltam vivos. A escola é longe de casa. Algumas vezes, motoristas da empresa responsável pelo transporte coletivo não estavam cumprindo linhas pelo bairro, por haver uma série de assaltos a ônibus. Quanto ao lote de José, há antigos eletrodomésticos do lado de fora da casa, restos de lixos jogados pelo chão, sofá velho e aros empenados de bicicletas.


Em seguida, fomos a uma vila de invasões logo atrás do bairro Bosque. No Capão Cumprido, observamos um cenário de condições precárias como esgoto a céu aberto, mau cheiro, casas construídas em barrancos. Lá não há escola nem posto de saúde. Quando alguém passa mal, tem que ir para o Hospital de Base, em Brasília, para ser socorrido.
David Barrados, morador, conta:


- O socorro que tem é Deus, porque você confiar em hospital hoje em dia é complicado, o que mais você vê por aí é gente morrendo nas filas. Num caso emergencial posso até confiar, mas não conto muito com o governo.


No segundo dia, pegamos o ônibus e fomos ao Morro da Cruz. Por que esse nome? No centro do Bairro há um morro com uma Cruz. De cima do Morro, há uma visão ampla do local e percebe-se que o Bairro é novo por lá.


Andando mais um pouco, uma das moradoras, Edivania Aquino, destacou a falta de segurança:


- Meu pai, que mora na mesma rua, teve a casa roubada cinco vezes, e também aqui tem muita droga, quase não vejo polícia por aqui. 


Para finalizar o dia, andamos mais uns quilômetros, e encontramos Maria Conceição. A dona de casa tem intenção de voltar para a terra natal no interior do Maranhão, Barra do Corda, de onde veio para buscar melhores condições de vida:


- Eu pretendo ir embora daqui porque meu marido tá doente de hérnia de disco na perna, e não tem como a gente ir para o hospital porque é longe e meu marido trabalha de caseiro.
Essa impressão me causou uma quebra de conceitos sobre a cidade. Quem vê São Sebastião de longe pode achar que há apenas residências de classe média, mas se seguir adiante na região administrativa, vai perceber outra dura realidade de vida.


Por Rodrigo Nunes



Desmistificando São Sebastião




“Sofro com a violência”, afirma José Francisco, morador da cidade há 28 anos. São Sebastião é diversificada: moradias pequenas, grandes, baixas, altas, ruas com esgoto a céu aberto; paraíso para muitos, sim, para outros nem tanto. De carro, é perto, 23 quilômetros. Quem mora lá e trabalha no Lago Sul ou no Jardim Botânico, vai de bicicleta, apreciando a vista, e ainda economiza a passagem, olha que vantajoso. Chegar de ônibus é fácil, 56 linhas entram e saem da cidade todos os dias. Seria até bastante se não estivessem sempre lotados.


Restaurante Comunitário até tem, porém o preço subiu de um para três reais. Para uma família grande é melhor comprar uma galinha viva na feira no centro da cidade, fica mais barato e já garante o almoço. 


Setor Tradicional, Centro, João Cândido, Morro do Preá, São Bartolomeu, Vila Nova, Vila do Boa, São José, Nova Betânia, Bela Vista, São Francisco, Bonsucesso e Residencial Oeste, Residencial Vitória, Morro da Cruz, Itaipu, Capão Cumprido, ufa, quantos bairros! De acordo com Jean Duarte, administrador da cidade, são 12, mas na realidade, se contarmos com as áreas ocupadas, quantos mesmo existem?


No Morro da Cruz, a vista é perfeita. O problema é subir com um sol de 30 graus e coberto de poeira, mas vale a pena o passeio. Fomos duas vezes à cidade para entrevistar, analisar, explorar, verificar, indagar e compreender um pouco mais sobre a cidade que escolhemos - não por acaso, mais pelos graves problemas sociais. Chegamos a ser chamados de Anjos por Francisco Magalhães, o Índio. Ele que mora à beira de um barranco, com lixo por todos os lados e galinhas no quintal. Renda fixa é luxo, ele sobrevive apenas fazendo bicos como pintor.


Perigo tem, e muito. Desconfiados, os habitantes entram em casa quando tentamos abordá-los. Ao fazermos uma entrevista com um morador, um carro suspeito com dois homens parou perto de mim e de meu colega, e ficou observando por uns dez minutos. Foi muito estranho, mas isso faz parte do cotidiano de um jornalista, essa tensão de que algo imprevisto possa acontecer a qualquer momento.


Como diz nosso professor Luiz Cláudio Ferreira, “temos que mostrar a surpresa, o diferente”. Não tentamos mudar nada, mas quem sabe nós conseguimos? Afinal, jornalismo consiste em informar os problemas. Porém, não basta mostrar só o lado ruim, é preciso expor também algo positivo. Essa foi minha experiência ao realizar a matéria sobre a décima quarta região administrativa, conhecida como São Sebastião.  


Por Sérgio Lopes

Veja abaixo o vídeo com fotos da reportagem:



Veja a seguir a reportagem completa:
http://issuu.com/blog_esquina/docs/pg_9_por_dentro_da_cidade_mais_desi
http://issuu.com/blog_esquina/docs/pg_10_administrador_diz_que_h___bai