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Cães da PM: sob pressão aos 30 dias de vida

Eles passam por um duro treinamento desde pequenos, convivendo com o policial que será o seu parceiro. A rotina dos cães da Polícia Militar é de treinamento para que possam controlar distúrbios, encontrar drogas, explosivos, armas e capturar suspeitos em matas ou lugares ermos. O Batalhão de Policiamento com Cães é uma unidade especial da Polícia Militar do Distrito Federal situada na Asa Sul. A organização surgiu em 1968 com o pelotão. O canil se encontra no Setor Policial Sul, e conta com 62 cães, entre adultos e filhotes.

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Confira como é o treinamento


Segundo o Sargento Ademar Barros, as raças mais utilizadas são os pastores alemão, tcheco e belga. O militar acrescenta que os animai
s são utilizados principalmente pelo motivo dos cães adquirirem dupla aptidão, de captura e detecção.  Quando o filhote tem 30 dias de idade, ele já começa a ser treinado. É feito um “imprinting” ou seja, uma ambientação (período que vai de 4 a 5 meses) de tudo o que o cão vai viver, ou seja os ambientes nos quais ele vai trabalhar,  já que a vida do cão é curta, em média 10 anos.

No caso são ambientes com água, escadas, barulho de helicópteros, barulho de explosivos, aglomeração de pessoas. Isso é feito para que o cão não se assuste e possa desenvolver o seu trabalho.  A hora da aposentadoria é “informada” pelo próprio cão. O trabalho na rua se inicia ao 1 ano de idade.  No momento de se aposentar o próprio cão apresenta problemas, devido a pesada rotina de um cão policial. Em geral a aposentadoria se dá aos 8 anos de idade e isso pode variar de cão para cão.  Quando o animal se "aposenta", segundo os policiais, o adestrador o leva para casa.

Texto, foto e vídeo: Gabriel Mendonça


Mulheres do DF ganham até 46% menos do que os homens

“Os números fazem parte de um estudo feito pela Codeplan sobre a participação da mulher na sociedade”

As mulheres assalariadas no Distrito Federal recebem quase R$ 1 mil a menos do que os homens. Esse é um dos dados de desigualdade no campo profissional divulgados por uma pesquisa divulgada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Ainda que a Constituição Federal estabeleça que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações e a Consolidação de Direitos Trabalhistas (CLT) prescreva a isonomia salarial independente do artigo 461, algumas discrepâncias permanecem.

                        Um terço das casas no DF tem mulher como chefe de família

Assista abaixo a entrevistas



 A diferença chega a 30%. Enquanto elas ganham, em média, R$2,680, eles recebem R$ 3,439. Zanita de Marco, de 63 anos, servidora pública do Ministério da Previdência, testemunha que no lugar em que trabalha há um número maior de mulheres, no entanto, quem ocupa cargos de chefia são os homens.  “Antigamente as mulheres não tinham muita escolha e  trabalhavam basicamente como balconistas, professoras, e em salões de beleza. Ninguém se aventurava em outras profissões”, destaca.

Submissão 

Outro fator que aponta para a baixa representatividade das mulheres no mercado, é o patriarcalismo, que ainda permanece em alta, como mostra a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD): 72% dos homens continuam responsáveis pela maior parte dos lares brasilieneses. Milena Guerra, manicure, conta que já passou por empregos em que o homens ganhavam mais em cargos semelhantes ao dela. Ela atribui isso à submissão, de certa forma involuntária das mulheres, que muitas vezes precisam de um emprego para sustentar os filhos e manter a casa, sem muitas escolhas.  


Em contrapartida, a funcionária pública Wanda Medeiros, enfatiza que as próprias mulheres criam o preconceito ao se compararem com os homens. Para ela, a ocupação no mercado de trabalho, seja ele público ou privado, está meramente condicionada à experiência, ao grau de instrução e desempenho. Não é o que demonstra o estudo:  hoje no DF, as mulheres têm uma formação educacional maior que a dos homens e ocupam quase 40% do mercado de trabalho, em algumas situações em cargos de chefia e comando. Dado otimista que alimenta as esperanças de quem não quer ter, por menor que seja, nenhuma diferença atribuída ao gênero. 

Confira dados da pesquisa da Codeplan





"Dívida histórica"

Neste aspecto um avanço pode ser sentido no poder legislativo e executivo: o plenário da Câmara dos Deputados, aprovou no mês de março, a PEC 590/06, que garante a presença de ao menos uma mulher nas mesas diretoras da Câmara dos Deputados, do Senado e suas respectivas comissões. A autora do Projeto, Deputada Luiza Erundina (PSB-SP), entusiasmou-se. “Coroamos as comemorações do Dia da Mulher nesta casa. O Parlamento faz justiça e paga uma dívida histórica com as mulheres brasileiras”, afirmou em plenário.

Por Amanda Bernardes e João Lobato - Jornal Esquina On-line

Mulheres na periferia sofrem mais com desigualdades

Rosana Freire é autônoma e é a chefe da casa
A autônoma Rosana Freire, de 59 anos, é moradora da Samambaia, cidade periférica e, segundo as estatísticas, em maior situação de vulnerabilidade no Distrito Federal. Perigo que ela lembra ter testemunhado na esquina de casa. "A minha vizinha foi agredida. Eu não sabia que poderia denunciar”. Puxando pela memória, reconheceu violência mais próximo dela.  “Ele bebia, me agredia, e por eu ter um monte de crianças pequenas, como é que eu ia denunciar ele? Como é que eu ia sustentar a casa? Então eu suportava tudo aquilo calada”, explica. Depois de 16 anos de relação abusiva, Rosana decidiu se separar do marido. 

“Não vale a pena. Não vale a pena ninguém ficar com um homem sendo maltrada, humilhada, abusada por conta de um prato de comida”. Para se sustentar, começou a trabalhar como cuidadora, passava as noites auxiliando uma senhora que sofria de Alzheimer e tinha acessos de violência. “Preferia trabalhar de noite, para de dia estar com meus netos, para evitar que eles caíssem nas drogas”, explica. Rosana, que sofre de crises constantes de asma, precisou largar esse emprego e tentar outra forma de sobrevivência. Sem carteira assinada, ela procura “bicos”, pequenos trabalhos que possam prover o necessário para a casa e seus netos: “Hoje eu estou trabalhando aqui - na rodoviária do Plano Piloto -, recebendo R$1 por cada assinatura que consigo coletar”.

Chefes de casa

Dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) mostram que um total de 312.124 mulheres são responsáveis por domicílios no Distrito Federal. Historicamente, as diferenças entre os grandes centros urbanos e as regiões periféricas refletem na composição e na formação da sociedade em cada espaço. As desigualdades enfrentadas pelas mulheres em regiões periféricas, por motivos econômicos e estruturais, são consideravelmente maiores. 

                        Mulheres do DF ganham até 46% menos do que os homens


A falta de informações e de medidas educativas para as mulheres em maior situação de risco refletem em um número maior de situações onde a misoginia e o patriarcado imperam sem que, muitas mulheres, tenham conhecimento de sua própria autonomia, de direitos garantidos legalmente e de medidas para combate da violência contra a mulher.


A idade média das “chefes de família” no DF, segundo informações do PDAD, é de 59 anos. É o caso que se aplica à Rosana Freire, autônoma, de 53 anos, responsável pelo sustento de seu lar - onde vive com uma filha em reabilitação pelo uso de drogas e quatro netos -, em Samambaia. “O que eu achava que só um homem podia colocar dentro de casa, eu coloquei. E muito mais do que um homem poderia”, orgulha-se.


A Secretaria de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos da Presidência da República informou que, em 2014, foram registradas cerca de 14 mil ocorrências de violência doméstica contra mães, filhas, irmãs... Ainda que tenham sido conquistados avanços no que diz respeito aos direitos civis das mulheres (do direito ao voto em 1932 à sanção da lei do feminicídio neste ano), a posição da mulher como um indivíduo oprimido pela sociedade, dentro do lar e pelo próprio Estado, permanece.


Sancionada no dia 8 de março de 2015, quando é lembrado o Dia Internacional da Mulher, a nova legislação prevê que o assassinato por violência doméstica, ou motivados pela discriminação de gênero, seja considerado um crime hediondo. Além disso, o crime passa a ser inafiançável e torna a morte por motivos de gênero um agravante para o cálculo da pena, que pode variar de 12 a 30 anos.


"Não aconteceu nada com ele"


A violência disfarçada pelo Estado e legitimada pela sociedade faz vítimas de diversos perfis e idades. A estudante Joana*, de 16 anos, moradora do Varjão, conheceu a violência desde cedo. Aos seis anos,foi violentada sexualmente por um primo .“ Mas isso acontece né? É chato, mas a gente levanta a cabeça e dá a volta por cima”.


A estudante chegou a prestar queixa formal contra o agressor, porém, segundo ela, nenhuma providência concreta foi tomada: “Eles falaram e foi aquele processo todo, mas não adiantou nada porque, hoje, ele mora na Bahia e não aconteceu nada com ele”.


Joana também teve que presenciar a morte de uma conhecida. Segundo ela, a amiga estava grávida e o companheiro, que era usuário de drogas, a matou durante uma crise: “Ela perdeu o bebê e foi levada ao hospital. Lá, ela teve hemorragia interna e acabou não resistindo”.


* O nome da personagem foi alterado para preservar sua identidade


Por Julianna Motter e Rafaela Soares

Lago Sul é a região do DF com maior diferença de renda por gênero

Risco de gravidez é o principal motivo para o menor salário feminino, afirma especialista



No Lago Sul, região administrativa, com maior índice de desenvolvimento humano (IDH) do Distrito Federal, também é possível constatar diferenças salariais entre homens (R$ 13 mil) e mulheres (R$ 8 mil), conforme pesquisa “As mulheres no Distrito Federal e nos municípios metropolitanos - Perfis da Desigualdade”, realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). A pesquisa apontou dados que mostram que a disparidade de oportunidades é presente no campo profissional e domiciliar.A diferença salarial mostra uma desigualdade severa, tendo em vista que os homens chegam a receber 62% a mais. O sexo masculino também domina a responsabilidade residencial. Além disso, a pesquisa aponta que apenas 18% das casas da região são mantidas pelas mulheres.

                        Um terço das casas no DF tem mulher como chefe de família
                        Mulheres do DF ganham até 46% menos do que os homens


Motivos

O professor de economia na Universidade de Brasília (UnB), Carlos Ramos, explica que o risco da gravidez faz com que as mulheres, mesmo as de classes privilegiadas e elevada grau de instrução, tendam a receber um salário inferior para compensar os custos da maternidade. “Mesmo no setor público, com concurso, ainda existe a discriminação pelo fato de serem mulheres. Isso acontece com algum tipo de gratificação não dada a elas”, disse.

Para o professor, uma das soluções de longo prazo seria a participação política da mulher, que gradativamente tenderia a diminuir a desigualdade. Outro recurso, segundo ele, seria a aplicação de uma política pública que estimule a educação. “Dessa forma seria quebrado o ciclo vicioso de quanto mais pobre, mais filhos e menos trabalho”. Ramos ressalta que alguns países árabes são mais discriminatórios, enquanto que nos nórdicos, como Suécia, Finlândia e Noruega há menos desigualdade. “O Brasil tem um nível de discriminação médio com relação ao mundo”.


    Foto: Portal da Copa do Mundo 

Moradores

De acordo com o procurador geral do Distrito Federal, Plácido Ferreira, e morador do Lago Sul, a diferença de salário entre homens e mulheres é uma questão que está prestes a terminar, pois elas estão lutando pelo seu lugar no mercado de trabalho. “As mulheres estão mostrando para sociedade que têm a mesma capacidade que os homens”. O procurador geral tem quatro filhos e ressalta que as despesas da casa são divididas com a esposa. “No serviço público já há uma paridade em relação à distribuição de rendas, e em pouco tempo no mundo dos negócios também será assim”, disse.

Confira aqui a pesquisa da Codeplan

O casal Diogo Ribeiro e Abigail Ribeiro é morador há 22 anos do Lago Sul acredita que a igualdade salarial baseada no gêneros sexuais ainda está muito longe de ocorrer. Apesar de possuírem o mesmo nível de escolaridade, Abigail sempre ganhou um salário muito inferior ao do marido, Diogo. Ela acredita que isso aconteceu por uma questão cultural e que há muitos anos está enraizada no Brasil. Segundo ela, o homem é socialmente pressionado a trabalhar, a ganhar mais e a pagar as contas, enquanto, a mulher possui o papel social de zelar pelos filhos e pelo lar.

Abigail ressalva que nunca pensou no marido como a única fonte de renda da casa, porém é ele que administra o lar. “Enquanto ele garante o luxo, eu garanto a minha independência”, afirmou.
Diogo Ribeiro afirma que o Lago Sul é o bairro com os maiores salários por residência, com muitos homens no ramo empresarial. “Enquanto em outras áreas do DF com características semelhantes, muitos casais de funcionários públicos concursados têm salários mais equiparados”.

A moradora do Lago Sul, Luísa Abdala, ainda sofre com a discriminação baseada nos sexos. Ela e o irmão, Carlos Abdala, optaram por seguir a mesma carreira, porém Luisa recebe aproximadamente R$ 5 mil a menos. Luísa explica que a formação dos dois é a mesma: “estudei na mesma faculdade que meu irmão, falamos os mesmos idiomas, temos as mesmas capacitações na área e ainda trabalhamos na mesma empresa. Mesmo assim ele recebe muito mais do que eu. No Brasil, ainda existe sim muita diferenciação salarial”.

Ouça aqui a entrevista de Carlos Abdala

Por Érica Fontoura, Luíza Gutierrez, Patrícia Lélis, Thaís Betat - Jornal Esquina

Um terço das casas no DF tem mulher como chefe de família

Em Brasília, segundo a última Companhia de Planejamento do Distrito Federal – Codeplan, 40,73% dos responsáveis pelos domicílios do Plano Piloto são do sexo feminino. Ao mesmo tempo, a participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou 4,5% entre 2000 e 2010. Esse cenário acarretou mudanças que interferem na vida do cidadão comum. Hoje, uma família tradicional não é só aquela que tem a figura do pai como chefe. Atualmente, é grande o número de mulheres que ocupam esse espaço, que sentam à cabeceira da mesa, impõem as regras, pagam as contas e têm a palavra final nas decisões.













O IBGE divulgou que no espaço urbano 40,7% das mulheres contribuem para a renda das casas, contra os 42,4% delas no rural. A socióloga Ana Liési Thurler, especialista em estudos femininos, pesquisadora e consultora em Direitos Humanos das Mulheres, explica que o crescimento permanente das famílias monoparentais, com a mulher como responsável por esses núcleos, ocorre por diversas razões. Entre elas, a maior escolaridade da mulher e seu ingresso maciço no mercado trabalho. “Hoje somos praticamente a metade da população economicamente ativa”, ressalta a socióloga. A autonomia feminina é a chave do crescimento de mulheres à frente das famílias. “Mesmo em estruturas convencionais de matrimônio, a mulher tem uma participação significativa, deixando para trás a situação de subordinação”, explicou.

Para ser a pessoa responsável pelo domicílio, é indiferente ter conhecimento sobre o estado civil. Chefe de família é aquele reconhecido assim pelos demais integrantes da família, independentemente do rendimento e da ocupação. De acordo com pesquisa feita pelo IBGE entre 2000 e 2010, a quantidade de domicílios chefiados por mulheres nesse período aumentou 13,8%. Em 2000, as mulheres eram responsáveis por 24,9% das 44,8 milhões de casas. Já em 2010, 38,7% das 57,3 milhões de habitações tinham a mulher como chefe da casa. Embora na área rural o cenário seja diferente – lá, apenas 24,8% das mulheres são responsáveis pela família –, sua participação na renda dos lares é maior.


Separação

Segundo dados do IBGE, no Brasil, quando a mulher e o homem vivem sob o mesmo teto, elas são as responsáveis pelo lar em 22,7% das residências. Quando os casais não vivem juntos e apenas um deles mora com os filhos, 87,4% dos lares são chefiados por elas. De um lado, representando os 22,7%, um exemplo é Marcela Moraes, 54, casada desde os 17 anos de idade e que durante os dois primeiros anos do casamento cuidou apenas da casa e dos filhos. “Casei muito nova. Na época, não trabalhava nem estudava. Dois anos depois, apareceu uma oportunidade de emprego, e fui à luta”. Segundo conta, o marido, que até então era o ‘provedor’, começou a repassar responsabilidades financeiras. “Não de cara, mas sutilmente. De repente, no dia de fazer as compras do mês, ele dizia não ter dinheiro naquele momento, pedia que eu pagasse e asseverava que depois me restituiria, mas nunca restituiu. Em seguida, vieram as despesas com os filhos e com a empregada. Quando vi, estava bancando tudo”, relembra Marcela.


De outra forma, a funcionária pública Joana Almeida, 51, faz parte dos 87,4% que são divorciadas. “Durante o casamento, as despesas foram divididas igualmente. Quando nos divorciamos, fiquei um pouco assustada com as contas”, relatou. A questão financeira pesou no começo para Joana porque antes eram dois salários e, depois da separação, era apenas um e mais uma ajuda do ex-marido. Porém, a servidora pública já estava acostumada a dividir seu tempo entre trabalho, casa, filhos e responsabilidades de dona de casa. Depois do choque do divórcio, o posto de responsável pelo domicílio não a assustou. “Comecei a perceber aos poucos que eu dava conta de tudo. Hoje eu sou feliz porque consegui dar para os meus filhos uma vida digna e não senti falta, no final das contas, do meu companheiro”.


Na periferia, desigualdade é maior

 Todavia, a vida das mulheres que decidem ser responsáveis pelo domicílio ou que acabam ocupando o cargo sem planejar está longe de ser um mar de rosas. Afinal, apesar do aumento do número de mulheres no mercado de trabalho e da diminuição da diferença salarial média entre eles e elas, o sexo feminino ainda enfrenta dificuldade de ser promovida e bem remunerada. Para alguns, isso pode parecer fora da realidade atual, mas, de acordo com a pesquisa realizada pela Codeplan, a diferença salarial média entre os gêneros que trabalham no Plano Piloto é de 17%. Essa desigualdade é ainda maior na região administrativa da Fercal, a 30 km do centro da capital onde os homens recebem até 46% a mais. 

Ainda segundo a pesquisa, a renda média mensal da mulher no Distrito Federal é de R$ 2.680, enquanto a dos homens tem o acréscimo de quase um salário mínimo, totalizando R$ 3.439. Dessa forma, embora as mulheres estejam conquistando mais espaço dentro e fora de casa, a batalha entre os gêneros ainda não terminou.

O psicólogo Marcus Vinicius Leite explica que o fato de as mulheres serem responsáveis pelo lar é um aprendizado para o homem. Quando o homem não trabalha ou trabalha menos, ele pode passar pela experiência de dono de casa e enxergar o outro lado da moeda. Ainda assim, o psicólogo alerta que parte dos homens não enxergará a vivência como aprendizagem, mas, sim, como um rebaixamento. “O aumento das mulheres chefes de família pode provocar um sentimento de inferioridade no homem. Na maioria dos casos, o homem foi criado para ser o provedor. Dessa forma, problemas podem ser gerados quando o caso é invertido", explica o psicólogo. Para o advogado Mauro Ferreira, 37, casado desde 2006 e pai há três anos, nenhum problema foi causado. “Não acho que o papel do homem precise ser o de patriarca da família. O casal usufrui os bens e tem gastos, quando ambos trabalham e têm condições financeiras, dividir é natural. Na minha família, minha esposa e eu dividimos as contas e as responsabilidades. É a nossa casa e somos responsáveis. Nós dois decidimos juntos quando o assunto é a nossa filha”.  




Por Fernanda Roza e Mariana Lyrio – Esquina Online