Pesquisa polêmica mostra outros dados que também deveriam
ser discutidos pela sociedade
Umas das consequências sofridas pelas vítimas do estupro é o
estresse pós-traumático com 23,3%, de acordo com pesquisa publicada em março pelo
Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), essas vítimas ainda sofrem
com transtorno de comportamento e a gravidez.
A estudante de comunicação Marcela Xavier comenta que o resultado
é assustador. “A sociedade regrediu. Nas prisões os primeiros a sofrerem algum
tipo de represália, são os estupradores”.
Questionada sobre outro dado da pesquisa, a gravidez em
casos de estupro, a estudante conta que com estupro ou sem estupro ela é a
favor do aborto. “O corpo da mulher pertence á ela e a mais ninguém. A religião
não deve decidir isso por ela”.
Já a estudante Ludmila Gomes, o aborto não é um assunto
assim tão fácil de resolver. “É uma vida humana. Não é um brinquedo que você
possa jogar fora, eu não concordo com o aborto em nenhuma circunstância” afirma
a estudante de medicina.
Ainda de acordo com a pesquisa é preciso notar que a
proporção de vítimas que ficaram grávidas em consequência do estupro cresce
para 15,0% em uma faixa etária entre 14 e 17 anos. Mas o que chama a atenção é o
percentual de casos ignorados para a presença de DST.
Ainda é muito alto
Em abril o Ipea reconheceu erro na pesquisa de estupro em
que 65% dos brasileiros concordavam que mulheres com corpo à mostra mereciam
ser atacadas. Na verdade, são 26%. Isso quer dizer que uma em quatro pessoas
ainda concorda que dependendo a roupa da mulher ela merece sofrer algum tipo de
abuso. Esse dado ainda é muito alarmante e deve continuar á ser discutido pela
sociedade.
Por Núbia Tuira - Jornal Esquina Online