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Jovens têm preferido planejar intercâmbios sem contratar agências

Um dos fatores para que todo o processo seja feito por conta própria é o valor que está sendo cobrado pelas agências de intercâmbio


Muitos jovens brasileiros que saem do Brasil para estudar fora têm optado por viajar por conta própria ao invés de procurarem agências de intercâmbio para ajudar no processo de escolha de escolas e moradias.  Em 2013, cerca de 200 mil estudantes saíram do país para estudar no exterior.
No ano passado, a estudante de direito Camilla Guedes, de 20 anos, passou cinco meses em Montpellier na França para aprender francês. Ela passou por todo o processo de escolha da escola e de moradia sem a ajuda de uma agência de intercâmbio.  “Eu que escolhi a escola em que ia estudar e o lugar que eu iria morar. Cheguei até a procurar uma agência para me ajudar nesse processo, mas nenhuma oferecia programa de intercâmbio para a cidade que eu estava indo”, contou ela.
Camilla (de azul) diz que procurou tudo pela internet.
De acordo com Camilla, o processo de escolha da residência foi trabalhoso, pois todas as pesquisas foram feitas na internet. “Eu procurei muito na internet e achei uma. Eu ainda tive que olhar no google maps para ver se a residência existia mesmo”, explicou Camilla. Além disso, a estudante conta que achou um grupo no facebook chamado “Brasileiros em Montpellier” e as pessoas trocavam informações sobre a cidade e por meio do grupo ela conseguiu várias indicações de onde morar.
Para Camilla, a escolha da escola foi mais difícil. “Eu também tive que procurar muito na internet. Olhei no google maps, procurei no youtube vídeos de aulas na escola de idiomas que eu tinha achado. Aí eu encontrei vídeos de apresentação da escola, porém, eu optei por estudar francês na universidade da cidade, pois iria conviver com mais franceses”. Confira um trecho da entrevista.
A publicitária Verônica Ponce, de 21 anos, já fez dois intercâmbios: um para o Canadá e outro para a Argentina. No Canadá, a cidade escolhida foi Vancouver e na Argentina foi Córdoba. Segundo Verônica, o objetivo dos dois intercâmbios era, além de aprender outro idioma, conhecer e vivenciar culturas diferentes.
Quando Verônica fez o intercâmbio para a Argentina, ela não procurou agências de intercâmbio, pois quando foi para o Canadá fez um pacote com uma agência de intercâmbio e percebeu que eles não tinham sido muito úteis. “Eu só mantinha contato com a agência pela Internet. Quando cheguei ao Canadá, percebi que a agência em si não fazia muita coisa, era apenas o intermediário entre a escola e eu”, relatou a publicitária.
Segundo ela, quem resolvia todos os assuntos burocráticos era a escola na qual estava estudando, além disso, a agência também não fazia o trâmite com a família que iria hospedá-la. No segundo intercâmbio Verônica conta que já sabia como funcionava todo o processo e optou por fazer tudo por conta própria. “Eu já estava ciente de como funcionava, então nem perdi meu tempo entrando em contato com as agências, pois elas costumam cobrar muito mais caro e cobram taxas”, contou Verônica.
Verônica diz que foi fácil escolher a escola em que ia estudar. “Hoje em dia é muito fácil descobrir escolas devido ás informações disponibilizadas na internet. Eu cheguei a entrar nos sites das grandes agências de intercâmbio e assim eu pude ver quais tinham na Argentina, mas escolhi a que foi mais rápida no atendimento e a que me passou mais confiança”.

Para Verônica, uma das maiores vantagens de se fazer intercâmbio sem uma agência é o valor. Segundo ela, outra brasileira que estava morando na mesma casa e comprou o mesmo pacote pagou o triplo do que Verônica pagou porque tinha ido com uma agência de intercâmbio.
Já a publicitária Andressa Iris Rodrigues, de 26 anos, fez o intercâmbio em janeiro de 2013 e ficou sete meses em São Francisco nos Estados Unidos. Andressa conta que optou por não ir com a agência de intercâmbio porque, segundo ela, as agências cobram um preço abusivo. “A agência cobrava um preço que não era justo. Eles só iam organizar as coisas para mim e eu ia ter que pagar o resto”, explicou. Confira um trecho da entrevista.
Andressa viajou para São Francisco, nos Estados Unidos, em 2013.
A publicitária também contou com a ajuda da internet para escolher a escola em que ia estudar. Andressa encontrou um blog chamado Hotel Califórnia e lá encontrou dicas sobre uma escola em São Francisco e entrou em contato. Segundo ela, o contato com a escola não foi tão difícil porque eles respondiam as dúvidas dela em português. 
Andressa explica que conseguiu a casa por indicação de brasileiros que ela encontrou no facebook da escola. Para ela, encontrar a hospedagem sozinha foi a parte mais difícil. “Eu quase caí num golpe. Eu estava negociando para alugar um quarto numa casa que pelas fotos parecia ótima, aí a moça queria que eu fizesse um depósito de segurança, só que eu decidi pesquisar e descobri que ela fazia isso com várias pessoas e quando chegava lá não tinha casa nenhuma”, afirmou.
                Andressa diz que vale mais a pena viajar sem uma agência de intercâmbio, pois se sente mais independente preparada. Confira um trecho da entrevista.

Por Paloma Conde - Jornal Esquina Online