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Superação em duas rodas

Motociclista Pedro Rehn treinando Motocross
Foto: Arquivo Pessoal
Esportes em duas rodas, como motociclismo e ciclismo, são apreciados por fãs e profissionais de  todo o mundo. Em Brasília, não é diferente. Além da prática como lazer, são inúmeros os brasilienses que representam a Capital Federal e o Brasil em competições nacionais e internacionais. Porém, o esporte sobre duas rodas também pode assumir outro tipo de função: a superação na luta contra enfermidades.

É o caso de Pedro Rehn. Nascido em Goiânia e criado em Brasília, o motociclista vive em cima de uma moto desde pequeno. “Eu entrei no motociclismo com 13 para 14 anos de idade por influência do meu pai, que sempre foi um apaixonado por fazer trilhas em motos. No começo eu entrei nesse esporte que, diferentemente do que pensam, envolve muito o ambiente de família”, explica o motociclista. 

Pedro explica que saiu do esporte em trilhas e migrou para o motocross por influência dos amigos que praticavam a modalidade. “Logo que eu me apaixonei pela moto, nós viemos para Brasília e, como temos fazenda no interior, meu pai não podia ficar comigo o tempo todo. Então, para eu crescer no esporte, eu precisava ficar perto de pessoas que praticavam motociclismo. Por causa disso, eu comecei a ir mais para as pistas de motocross, uma vez que todos os meus amigos praticavam essa modalidade do motociclismo”, disse.
Pedro se sentindo leve após dia de treino
Foto: Bernardo Ervilha
A partir daí Pedro criou uma paixão pelo esporte que o destacou em solo brasiliense. Ele ficou entre os 20 melhores do Brasil na categoria Supermoto, além de ter sido convidado a participar como piloto da equipe Piquet Sports Supermoto (em inglês Supermotard - campeonato Brasileiro de Supermoto/regulamento). Apesar de ser uma modalidade diferente – o MotoCross é praticado na terra, enquanto o Supermoto acontece também no asfalto. Criado nos anos 1970, é uma mistura de motocross com a corrida em asfalto, em motos equipadas para enfrentar os dois estilos.  Pedro logo se adaptou à nova modalidade. Entrevista com o Motociclista Pedro Rehn.
                                                                        



MOTOCROSS                                              SUPER MOTO



 
   
         






       


                                         Obstáculos da vida
        
Remédios para o trata
mento do cânce
Foto: Arquivo Pessoal
         Porém, o sonho de viver a carreira profissional quase foi interrompido. Pedro, já enfrentando obstáculos no esporte, deparou-se com um na própria vida. No ano passado, foi diagnosticado com Linfoma de Hodgkins, uma forma de câncer que se origina nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático. “O Pedro teve um aumento gradativo nos linfonodos no pescoço, e nós fizemos uma biopsia que apontou uma neoplasia do sistema linfático, conhecida como linfoma de Hodgkins. Após a constatação, ele começou a fazer a quimioterapia”, quem explica é hematologista do hospital Sírio-Libanes e médico de Pedro, Dr. Volney Assis Lara.

Pedro em uma sessão  de quimiotera
pia
Foto: Arquivo Pessoal
A notícia foi um choque para Pedro e para os familiares, principalmente a mãe, a empresária Julieta Maria de Azevedo. “É difícil falar porque a gente nunca acha que nossos filhos serão alvos desse tipo de doença. É apavorante, além de ser uma dor que fica acima do normal. Eu me desesperei, enlouqueci e adoeci nesses tempos”, explicou.
Pedro chegou a parar de estudar e trabalhar para cuidar do câncer, porém sua paixão nunca foi deixada de lado. “Parei de fazer todas essas atividades durante esse período porque, quando você faz coisas que te estressam durante o tratamento, a sua saúde e imunidades decaem também. Porém, nunca parei com o motociclismo. Pelo contrário, continuei trabalhando e competindo e cheguei a ganhar o campeonato brasileiro de 250cc de supermoto do ano passado”. O jovem se deparou com a possibilidade de competir em um estilo novo, e não hesitou mesmo limitado pela doença. 


Força de Vontade

          O incentivo para continuar praticando o esporte partiu de amigos, familiares e até pelo próprio médico. “Durante esse tempo fizemos questão de incentivá-lo a continuar as atividades que lhe faziam bem, principalmente, no caso dele, o motociclismo. Acredito que a prática esportiva ajuda pacientes na luta contra o câncer. Nesse caso, em especial, um dos sintomas do linfoma é o cansaço”, disse Dr. Volney.
Após meses intensos de quimioterapia, juntamente com o esporte, Pedro se viu curado do Linfoma. “Hoje podemos dizer que o Pedro teve uma resposta completa ao tratamento e atualmente não possui evidências de crescimento do linfoma. Obviamente ele ainda deverá sempre acompanhar o local e realizar procedimentos clínicos como exames de coleta de sangue e urina. Porém todo esse acompanhamento serve apenas por precaução”, explicou o hematologista.
Hoje Pedro acredita que o tratamento, atrelado à prática esportiva, o credenciou a combater o câncer. “Com ajuda do meu pai e da minha mãe, além do carinho dos meus amigos e da atenção do Dr. Volney, hoje, graças a Deus, estou curado”, comemorou.  Julieta, a mãe de Pedro, também falou do orgulho de ver o filho superando a doença. “Ele buscou, através do esporte, a cura para o câncer, mesmo eu querendo que o meu filho saísse e ficasse no meu colo, ele batalhou e quis o mundo através do esporte. Tenho muito orgulho e hoje eu acredito que superou a doença por meio do esporte”.
          Por fim, o Motociclista fez questão de falar que continuará competindo, e fez um apelo aos que vivem situação semelhante. “Tenho certeza que o motocilcismo ajudou 99% na minha recuperação e continuarei praticando esse esporte o resto da minha vida. Além disso, queria dar um conselho para as pessoas que estão passando por problemas com câncer, que é de nunca desistir de lutar, além de continuar praticando o esporte que ama”, finalizou.










Foto: Arquivo Pessoal



Por Bernardo Ervilha e Tales Silveira