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Mulheres do DF ganham até 46% menos do que os homens

“Os números fazem parte de um estudo feito pela Codeplan sobre a participação da mulher na sociedade”

As mulheres assalariadas no Distrito Federal recebem quase R$ 1 mil a menos do que os homens. Esse é um dos dados de desigualdade no campo profissional divulgados por uma pesquisa divulgada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Ainda que a Constituição Federal estabeleça que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações e a Consolidação de Direitos Trabalhistas (CLT) prescreva a isonomia salarial independente do artigo 461, algumas discrepâncias permanecem.

                        Um terço das casas no DF tem mulher como chefe de família

Assista abaixo a entrevistas



 A diferença chega a 30%. Enquanto elas ganham, em média, R$2,680, eles recebem R$ 3,439. Zanita de Marco, de 63 anos, servidora pública do Ministério da Previdência, testemunha que no lugar em que trabalha há um número maior de mulheres, no entanto, quem ocupa cargos de chefia são os homens.  “Antigamente as mulheres não tinham muita escolha e  trabalhavam basicamente como balconistas, professoras, e em salões de beleza. Ninguém se aventurava em outras profissões”, destaca.

Submissão 

Outro fator que aponta para a baixa representatividade das mulheres no mercado, é o patriarcalismo, que ainda permanece em alta, como mostra a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD): 72% dos homens continuam responsáveis pela maior parte dos lares brasilieneses. Milena Guerra, manicure, conta que já passou por empregos em que o homens ganhavam mais em cargos semelhantes ao dela. Ela atribui isso à submissão, de certa forma involuntária das mulheres, que muitas vezes precisam de um emprego para sustentar os filhos e manter a casa, sem muitas escolhas.  


Em contrapartida, a funcionária pública Wanda Medeiros, enfatiza que as próprias mulheres criam o preconceito ao se compararem com os homens. Para ela, a ocupação no mercado de trabalho, seja ele público ou privado, está meramente condicionada à experiência, ao grau de instrução e desempenho. Não é o que demonstra o estudo:  hoje no DF, as mulheres têm uma formação educacional maior que a dos homens e ocupam quase 40% do mercado de trabalho, em algumas situações em cargos de chefia e comando. Dado otimista que alimenta as esperanças de quem não quer ter, por menor que seja, nenhuma diferença atribuída ao gênero. 

Confira dados da pesquisa da Codeplan





"Dívida histórica"

Neste aspecto um avanço pode ser sentido no poder legislativo e executivo: o plenário da Câmara dos Deputados, aprovou no mês de março, a PEC 590/06, que garante a presença de ao menos uma mulher nas mesas diretoras da Câmara dos Deputados, do Senado e suas respectivas comissões. A autora do Projeto, Deputada Luiza Erundina (PSB-SP), entusiasmou-se. “Coroamos as comemorações do Dia da Mulher nesta casa. O Parlamento faz justiça e paga uma dívida histórica com as mulheres brasileiras”, afirmou em plenário.

Por Amanda Bernardes e João Lobato - Jornal Esquina On-line