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NO SINAL - Vendedor ambulante em semáforos quer legalização da profissão

            ”Na semana passada, eu perdi uma caixa de balas. A fiscalização tomou as flanelas que uma mulher estava vendendo no sinal e ainda levou minha caixa de balas. Tudo bem se fosse material pirata, mas eu tinha a nota fiscal”, afirma Edson Valadares, 30 anos. Ele trabalha há sete anos nos semáforos de Brasília, começou vendendo óculos de sol, paçocas, balas, flanelas e ultimamente vende mais canetas e carregadores para celulares. Mas diz que depende da época, ele observa que no final do mês é melhor revender produtos mais baratos e os que as pessoas compram mais, como panos de saco, sacos de lixo e frutas.

            Esse homem, morador do Recanto das Emas, conta que a ideia de ir comercializar em semáforos surgiu a partir da necessidade, quando a filha nasceu e ele não tinha trabalho: ”eu tinha que trabalhar, eu não tinha profissão, profissão minha é vendedor e agora eu tenho de serviços gerais de limpeza, eu sou muito bom de limpeza. Eu to aprendendo alguma coisa na vida, agora né?”.

            Há três meses, pela primeira vez, Vasconcelos conseguiu um trabalho com carteira assinada, fazendo a limpeza de um shopping do Distrito Federal em dias alternados. ”Na minha folga como é hoje, eu estou vindo fazer mais um bico porque o salário lá é pouco, e nós temos que pagar água, luz, gás, fazer refeição e não dá”, ressaltou.

            Ele fala que a maioria das pessoas que são vendedores nos semáforos não quer ter um trabalho fichado, pois não tem horário para ir ao serviço e nem para voltar, vai trabalhar no dia que quer e pode sair para resolver outras questões quando precisa. Mas além dos benefícios, conta que há os malefícios: ”não tem seguro desemprego, nós temos que pagar nossas passagens, nós temos que pagar nossos almoços e quando vende ganha, quando não vende, não ganha. A outra desvantagem é que a gente tem que correr do rapa, que sempre estão aí fazendo o trabalho deles”.

            Vasconcelos quer que a profissão de vendedor em semáforos seja regularizada, assim como foi a de flanelinha. ”Eu acho que eles deveriam legalizar, assim, igual fizeram com os flanelinhas, que agora eles têm colete e têm carteirinha. Acho que no semáforo podia ter colete e carteira para as pessoas que trabalham com mercadorias que não são piratas. A gente poderia trabalhar tranquilamente”, afirmou.

Por Weslian Medeiros - Jornal Esquina On-line