Sacos de lixo, pano de chão, frutas da época. Vende-se de tudo nos semáforos de Brasília. Ambulantes disputam espaços com panfleteiros e artistas; todos buscam o pão de cada dia. O trabalho informal sustenta chefes de família como o ambulante Hélio da Silva, que trabalha no semáforo da 708 Norte. Ele comprou panos de chão e frutas, mas reclama que é perturbado por mafiosos, ‘donos da Asa Norte’.
O ambulante revela que o investimento não tem trazido o retorno desejado. "Comprei os produtos com meu dinheiro, mas não está valendo a pena", afirma Hélio da Silva.
Trabalho em família
Os irmãos Santos saem do Itapoã às seis e meia da manhã e seguem para um dos pontos que Daniel Santos gerencia na Asa Norte. O empregador do trabalho informal, cunhado de Daniel, tem quatro pontos na Asa Norte e paga a alimentação e mil reais por mês, como salário, ao jovem. "Ele (o dono do ponto) já chegou a me oferecer os direitos trabalhistas, mas ainda não resolvi", afirmou o gerente.
Para sustentar a mulher e o enteado, Daniel prefere trabalhar no sinal a procurar um emprego com carteira assinada. Davi Santos, pai de quatro filhos, trabalha por porcentagem e revela seu ganho mensal e também não quer mudar de emprego. "Chego a ganhar 1600 reais por mês", afirmou.
Vendedores ambulantes tentam ganhar o pão de cada dia entre carros parados no sinal. Em pequenas andanças, durante de três minutos, enquanto o sinal permanece vermelho na 713 Norte, dois irmãos vendem panos e frutas da época.
Por Luciano Villalba Neto - Jornal Esquina On-line