O
Setor de Diversões Sul, mais conhecido como Conic, é um dos lugares mais
ecléticos de Brasília. Quem caminha por lá, encontra uma grande diversidade de
culturas. É possível encontrar bares, boates, lojas de produtos eróticos, entre
outros, tudo isso junto e misturado com igrejas. Atualmente, seis igrejas
evangélicas estão no Conic fazendo trabalhos de evangelização e levando mais
pessoas a participarem de seus cultos. Apesar de serem igrejas diferentes, com
algumas particularidades em suas doutrinas, todas trabalham com o mesmo fim e
não há disputas de território entre elas. Para a Pastora Cléia, do Ministério Marca da Promessa, é uma alegria saber que outras igrejas também estão no
local. “Eu fico muito feliz, porque somos um só corpo. No céu não vai ter placa
de igreja. Estamos todos trabalhando em prol do Reino de Deus”, afirma ela.
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Conic - Pluralidade Religiosa
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Preconceito
Procuradas pela equipe de reportagem do
Esquina, a maior parte das igrejas não aceitaram falar sobre suas visões e
ações no local. Um fiel de uma das igrejas evangélicas contou que eles precisam
ter muito cuidado quando falam sobre suas missões, porque normalmente as
pessoas distorcem e não entendem o real objetivo de estarem ali, e que, muitas
vezes, isso acontece por preconceito.
Pastora
Cléia conta que não é tão fácil abrir uma igreja lá: “Não foi só chegar de
cara, ficamos um ano tentando entrar aqui. Esse prédio estava fechado há quatro
anos. Duas igrejas já tinham tentado entrar e não conseguiram. Houve muita
resistência, foi uma luta.” O prédio do Ministério Marca da Promessa, fica onde
funcionava o antigo Cine Ritz, uma casa de filmes pornôs que foi fechada por denúncias
de prostituição. “Era um lugar de destruição de lares, de bebedeira e de
prostituição. Hoje é um lugar de testemunho de vida”, afirma Cléia.
Missão
A pastora Cléia faz trabalhos de evangelismo com o público do Conic /Foto: Ariane Petry |
Quem
passa pelo Conic facilmente encontra pastores e membros das igrejas
distribuindo folhetos e abordando pessoas nos corredores. Isso acontece porque
o foco maior das igrejas do centro são as ações sociais. “Nós cremos que as
Igrejas têm que sair das quatro paredes. Mas não é fácil estar aqui, tem que
pagar um preço, renunciar coisas. Hoje, eu poderia estar bem na minha casa,
cuidando do meu bebê de três anos, mas tô aqui segurando placa”, conta Pastora
Cléia, enquanto entrega folhetos. As ações sociais também envolvem outras
dificuldades maiores, como o trabalho com drogados e prostitutas. A Pastora do
Ministério Marca da Promessa, igreja que chegou há pouco tempo no local, falou
que tirar pessoas dos seus vícios e problemas é uma missão que arde em seu
coração, mas que não é uma tarefa fácil: “Não é só tirar a pessoa dali. Não é
só dizer que ela está curada do seu vício. É um trabalho de libertação, de
médio a longo prazo”. Clélia afirma também que é preciso ter muito amor às
vidas e se doar totalmente a elas.
Apesar de todas as dificuldades
enfrentadas pelas igrejas locais, há uma satisfação muito grande dos pastores e
membros ao ver que estão ajudando a mudar a vida de muitas pessoas ali: “Se não
há luta, não há vitória. Sabemos que esses projetos nasceram do coração de
Deus, e quando é Deus, nós tudo podemos”, confia Pastora Cléia.
Por Ariane Petry - Esquina Online