O Conic é
conhecido pela sua diversidade e peculiaridade. Nele, funcionam os mais diferentes tipos de
comércios e sindicatos. Dentre eles pode-se encontrar boates, cinema, bares, igrejas e muitas
lojas. Algumas dessas lojas têm maior destaque, e as as mais tradicionais são as de
skatewear. Construídas desde o início do Conic, as lojas de Skatewear marcam o espaço cultural do prédio. Mais do que lojas, elas se reúnem e promovem eventos todos primeiro sábado do mês. Segundo os lojistas e donos dos estabelecimentos, os eventos são para
interagir com seus clientes e para tentar trazer o público do Conic de volta, já que a maioria
está migrando para outras áreas. Ao andar pelo estabelecimento durante o dia é perceptível a
falta de higiene e policiamento.
SKATEWEAR
Cleiton Fragoso feliz com os eventos /Foto: Fábio Setti |
Cleiton pegou gosto pelo ramo da skatewear e se identificou com o público.“Nossa loja patrocina os eventos, banca tudo e como retorno, recebemos o carinho e a volta do público que nos prestigia. A galera é fiel, mas temos que ter maior apoio do governo”, Para o vendedor experiente não são apenas os problemas internos do Conic que fazem o público se afastar. Há muitas obras aos arredores da rodoviária que não tem previsão para acabar.
O transporte é ruim das cidades satélites ao centro e a falta de informação sobre o
local também causa efeito negativo na vinda do público. “Tem
que ser feito algo a respeito da imagem que as pessoas têm daqui, é nosso papel limpar o
nome, mas também tem que haver atitude da administradora”, acrescenta Cleiton.
Confira o vídeo dos skatistas em Brasília
Confira o vídeo dos skatistas em Brasília
Vantagens
Matheus Pimenta se diverte de dia / Foto: Fábio Setti |
Problemas
Guilherme Silva, vendedor de uma das lojas de skate, tem 19 anos e é vendedor no Conic há um ano e meio. Ele afirma sair todo dia após o expediente com medo dos moradores de rua que ficam aos arredores. “Por volta das 14h eles chegam, ficam aí xingando as pessoas e ameaçando elas, infelizmente o Conic está perigoso”. Antes de trabalhar no lugar, Guilherme era frequentador assíduo e frisou a qualidade das lojas e do estilo alternativo do setor. Ele conta que ia muito para lá encontrar os amigos e sair para andar de skate. “Eu sempre vinha para comprar meus equipamentos que só tinham aqui e depois descia para o setor comercial, museu para andar de skate”, diz o jovem. Desde que começou a trabalhar na loja e ter maior contato com o local e o público, o jovem vendedor diz que o número de skatistas diminuiu. “Aqui está queimado demais. Vejo na internet a população reclamando. Virou ponto de droga, a polícia faz descaso conosco e, consequentemente, nossos clientes desaparecem”, reclama Guilherme.
Guilherme Silva chama os clientes de volta /Foto: Fábio Setti |