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Conic - Lojistas a céu aberto


Os camelôs que ficam nos arredores do Conic são parte integrante do local, e é impossível imaginar um passeio pelo Setor de Diversões Sul sem os vendedores de roupas íntimas, meias, bolsas, redes e edredons que ficam espalhados pelas calçadas expondo seus produtos, na localização que eles dizem ser a melhor de Brasília para trabalhar.


                   Conic - Desafio do comércio diário
                   Conic - Espaço Cultural para todas as tribos

Cleide Pedrosa, têm 59 anos, trabalha como camelô há desde 1993 e vende roupa íntima feminina. Normalmente ela se estabelece no Gama e nas proximidades do Banco Central, no último sábado (18) era a primeira vez que tentava a sorte no Conic. “Há alguns dias passei por aqui e vi isso aqui muito cheio, decidi vir aqui tentar. Perguntei se não tinha rapa e me disseram: tem, mas a gente corre”, disse Cleide rindo.

Confira o trecho em que Cleide conta um pouco sobre a rotina de trabalho.

Enquanto Cleide se arrisca pela primeira vez, Fábio e Elizabeta são fixos no Conic há anos e não pensam em mudar de lugar. O camelô que preferiu se identificar apenas como Fábio, trabalha nesse ponto há 15 anos e vende artigos femininos como bolsas e calças. Ele conta que há muitos anos definiu seu público alvo, prefere vender artigos para mulheres. “ A mulher é menos murrinha”.

Ouça o camelô explicando o porquê da predileção pelo público feminino

O vendedor de bolsas, Fábio organizando seus produtos / Foto: Marina Adorno

Elizabeta Bazan Chirinos, é natural do Peru e chegou em Brasília há 15 anos. Em busca de liberdade ela abriu mão do emprego em um banco e largou tudo para trás. Hoje, ela possui uma casa em Planaltina e vive com os 25 cachorros que adotou  nas ruas. Elizabeta diz que não tem família, apenas cachorros, e afirma que trabalha todos os dias por eles. “Quando cheguei tentei trabalhar no setor comercial, mas as pessoas lá são muito egoístas. Não fui bem aceita e aqui no Conic não existe esse comportamento, tem lugar para todos”.


Elizabeta no momento em que foi abordada pela fiscalização / Foto: Marina Adorno

Enquanto a reportagem do Esquina conversava com Elizabeta agentes da Secretaria de Estado da Ordem Pública e Social do Distrito Federal (SEOPS) abordaram a vendedora e ela teve que recolher todo seu material rapidamente e sair do local. Quando ela voltou várias pessoas vieram perguntar se estava tudo bem e ficou claro que Peru, apelido pelo qual outros camelôs e flanelinhas chamam Elizabeta, fez a escolha certa. O Conic é mesmo um lugar plural que não faz restrição a ninguém.

Após ser abordada por agentes da SEOPS, Elizabeta conta que é preciso ficar atenta: ouça

A presença da van da Seops já funciona como forma de intimidação para os camelôs / Foto: Marina Adorno


Por Marina Adorno – Esquina Online