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Psicólogo: 'Atenção na hora de escolher nome do bebê'

Vicente Saldanha afirmou que ao longo de seus 30 anos de carreria como analista, pode observar que poucas pessoas sabem a origem do nome. 

Por Emília Bizzotto 
O psicólogo Vicente Saldanha, que trabalha há 32 anos com Análise Junguiana
esclareceu a importância da escolha do nome de um bebê.

O psicólogo afirmou que ao longo desses 30 anos de trabalho como analista,
pode observar que poucas pessoas sabem a origem do nome e disse, que
saber a origem do nome tem uma importância fundamental na estrutura
psicológica dela.

“É o que traz identidade a você. Você se chama Emília, se eu chamar você
de Joaquina você não vai atender. Se eu insistir você vai se irritar comigo,
com razão, porque você sabe a origem do seu nome, a motivação pra ter
esse nome, onde tem cortejos afetivos emocionais. Você não é uma Emília
qualquer.”.

Segundo o profissional, existem pessoas com o nome de origem exótica. Como
por exemplo, o caso de uma das filhas da cantora Baby Consuelo, que foi
registrada com o nome de “Riroca”. O nome foi motivos de gracejos na escola
durante o período de adolescência, e claro, a filha, depois de adulta trocou o
nome.

De acordo com o psicólogo, ele pôde conhecer pacientes de um hospital
psiquiátrico no Rio de Janeiro que tinham o nome bastante exótico.

“Lembro-me de um rapaz que tinha o nome de “Psiu”. O que é Psiu? Ele tinha
um comprometimento mental grave e uma das queixas dele era justamente a
questão da identidade do nome dele.”

Vicente explicou que por isso, a justiça passou a reconhecer e possibilitar que
as pessoas pudessem ter o direito de optar pela troca de nome a partir de
argumentos bem fundamentados.

O nome, sendo ele qual for, tem um fundamento estruturante na personalidade
das pessoas, tem força. Imagina se você tem um filho homem e coloca o nome
de Maria ou vice versa. Dentro do contexto da coletividade, acontecerá uma
distorção muito grave.

Segundo ele, o trabalho de análise com seus pacientes se inicia a partir da
origem do nome. Durante as primeiras seções, Vicente pede para que o
paciente fale sobre o significado do nome, quem colocou e o que elas pensam
sobre o nome. A partir disso, faz uma avaliação do grau do nível de estrutura
da consciência que a pessoa tem.

“Alguns nomes são ambíguos, por exemplo, Darci, serve para mulher e para
homem. Conheci uma pessoa do sexo masculino com este nome. Ele era

muito tocado porque foi motivo de chacota na escola. Como Darci era nome
de mulher também, ele se sentia muito atentado com relação a sua identidade
sexual. Precisamos pensar mais claramente quando for dar o nome de um
filho sobre que nome é, o significado desse nome.” – explica.

A partir do nome, Vicente analisa questões psicológicas da pessoa. É como
você chegou ao mundo, você não é apenas o bebê, você é o “bebê fulano”.
O nome interfere na estruturação da personalidade.

“É como uma pessoa sem pátria. Tem pessoas que conseguem carregar o
piano nas costas, tem pessoas que não conseguem. Algumas, tem o nome
Darci e conseguem lidar com isso muito bem”.