Uma pesquisa feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostrou que 33,9% das mulheres trabalham na área da educação. Dentro dessa porcentagem, a maioria é branca. Já um levantamento do governo do Distrito Federal indica, por exemplo, que menos de 13% das mulheres negras concluem uma faculdade. A área onde menos mulheres trabalham é o da construção com apenas 1%.
Samyra Carreiro, que é negra, tem 30 anos e é professora há 13. Estudar letras não era a primeira opção, já que ela queria fazer nutrição, mas por conta da falta de condições para pagar optou em ser professora de inglês. “Eu tentei nutrição na UnB e o curso mais em conta na época era o curso de licenciatura, como eu gosto de inglês, decidi ser professora”. Hoje, Samyra trabalha em uma escola grande do DF e dá aula para alunos do ensino fundamental e médio.
Para Helena Araújo, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, as atividades na educação têm maioria por mulheres porque os homens procuram por atividades mais lucrativas. Além disso, existe uma feminização do trabalho do professor. Outro ponto é que desde o século 19, havia poucas oportunidades para as mulheres trabalharem. Segundo ela, as mulheres têm mais aptidão para dar aula por conta da maternidade.
Por Marlice Pinto.
Por Marlice Pinto.