A estudante Corinna Nicolau, de 22 anos, se forma neste ano no curso de Publicidade e Propaganda. Ela vai fazer parte da estatística divulgada pela Codeplan, Companhia de Planejamento do Distrito Federal, que apontou que apenas 12,9% das mulheres negras do DF possuem ensino superior. As mulheres que se declaram negras são 55% da população feminina do Distrito Federal.
A menina que estudou a vida inteira em escolas públicas de Belo Horizonte, ralou muito para pagar boa parte da faculdade. Ela tinha passado na UnB para o curso de Engenharia Florestal, mas acabou que não gostou e decidiu fazer publicidade em uma faculdade particular. “Eu tive que começar a trabalhar mesmo de carteira assinada, coisa que eu nunca tinha feito antes, para pagar a faculdade”. (Escute na íntegra a sonora de Corina Nicolau sobre preconceito).
Jéssica Amanda Ramos, 22 anos, está no décimo semestre do curso de Biomedicina e faz estágio no Hospital de Ceilândia. A previsão é que ela se forme no final do ano. Ela conseguiu uma bolsa integral porque o pai dela trabalha na faculdade em que estuda. Se não tivesse a bolsa integral, Jéssica conta que ia ter que procurar outra forma de estudar. “Eu ia tentar UnB ou Fepecs ou até mesmo um concurso público”.
Mas segundo uma pesquisa do Dieese, não é biomedicina ou publicidade, 30% das mulheres do Distrito Federal trabalham na área da educação. Leia mais.
Para o futuro, elas pretendem não parar de estudar e crescer ainda mais na vida acadêmica. “Me formo no final do ano e quero passar em um concurso. Fazer pós e mestrado”, diz Jéssica.
Por Marlice Pinto.
Por Marlice Pinto.