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V CBJA: Resíduos Sólidos

Por Laura Dias

- Palestrante esclarece quem são os envolvidos na Política Nacional de Resíduos Sólidos durante o V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental -

Reinaldo Canto discutiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos no último dia 18, no UniCEUB. Este assunto ainda traz muitos desafios, e os principais se referem aos indivíduos envolvidos que são: o setor público, setor privado, catadores, cidadãos e a mídia.

No que diz respeito ao setor público é o fim dos lixões, da coleta seletiva, compostagem do lixo orgânico e a cobrança em relação aos outros setores. É necessário que essas medidas sejam implantadas até 2014 para que a política funcione.

As empresas privadas, hoje, ainda seguem o fordismo como sistema de produção. E isto pode significar um problema para a implantação do projeto. Com o ciclo infinito de produção, as empresas acabam não se preocupando com todo o ciclo de vida de seu produto. A que fim esse produto teve é um dos grandes desafios que as empresas devem se preocupar, pois são eles que causam grande parte da poluição e falta de incentivo à reciclagem.

Existem atualmente no Brasil, aproximadamente um milhão de catadores de lixo. O emprego informal e a falta de capacitação desses trabalhadores dificulta a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. É necessário que eles sejam integrados no sistema, pois além de ajudar no problema ambiental, pode ajudar num problema social dando mais direitos a esta classe de trabalhadores.

Quem está no topo da pirâmide do consumo e descarte são os cidadãos, os verdadeiros consumidores. Ainda que as campanhas de reciclagem tenham ganhado mais destaque nos últimos anos, a sociedade não está perto do que seria ideal para que a implantação da politica realmente funcione. Os cidadãos devem se preocupar em separar os resíduos secos dos molhados (orgânicos) e descartar o lixo de forma correta, pois a lei prevê multas para quem não o fizer.

Há mais de 20 anos se discute a Política Nacional de Resíduos Sólidos e pretende-se implantá-la no ano de 2014. Este projeto significa um momento único no Brasil, pois irá implementar melhor o gerenciamento dos resíduos sólidos, aplicando a responsabilidade a todos os setores envolvidos, do público ao particular, e das grandes empresas ao cidadão.

O mundo está em desequilíbrio, pois há consumos excessivos de recursos naturais e o também excessivo descarte de lixo. A implementação da Política Nacional de Resíduos vem para diminuir os impactos e conscientizar melhor a população.

Cobertura - Porém, um dos grandes problemas que Reinaldo Canto apontou foi em relação à mídia. Os meios de comunicação ainda não dão muito espaço para falar de meio ambiente e sustentabilidade. As principais reportagens, a respeito, são sobre tragédias relacionadas ao meio ambiente, ou algo que deu errado. O palestrante questionou a relevância do tema, a noticiabilidade, a complexidade do assunto e como esse assunto pode afastar o leitor.

Reinaldo Canto afirmou que as empresas de comunicação deveriam dar mais espaço para assuntos relacionados ao meio ambiente e sustentabilidade, e assim serem o canal que facilitaria o entendimento do assunto pelos leitores/ telespectadores.


A quinta edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental aconteceu no Centro Universitário de Brasília -UniCEUB - e este ano adotou o  tema “Jornalismo para o desenvolvimento sustentável”. O congresso foi de 17 a 19 de outubro de 2013.