Por Fellype Sales
- Mulheres, moradores de zonas rurais e alunos da APAE utilizam a fibra da bananeira para produzir artesanato e garantir uma renda extra -
- Mulheres, moradores de zonas rurais e alunos da APAE utilizam a fibra da bananeira para produzir artesanato e garantir uma renda extra -
De origem asiática, as plantações de bananeira podem ser encontradas por todo território nacional, principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste. Atualmente o Brasil é o terceiro maior produtor de banana do mundo, com produção de 7,5 milhões de toneladas anuais, em média, atrás apenas de Índia e China. Os estados de São Paulo, Bahia, Santa Catarina, Minas Gerais, Pará, Ceará e Pernambuco são responsáveis por 74% da produção brasileira. Esta alta produção é uma das razões pelo aproveitamento tanto do fruto como das fibras da bananeira, gerando uma renda ainda maior para os agricultores que plantam e reaproveitam as fibras do caule para fazer artesanato.
O processo para captação da fibra é simples. O caule da planta é cortado e limpo. Após a retirada dele, são extraídas as fitas de fibra e elas são divididas por partes. Todo cuidado é pouco para garantir uma fibra perfeita que, depois de lavada e seca, fica pronta para ser utilizada pelos artesãos para confecção de bolsas, chapéus, caixas, molduras e até descanso de prato (imagem).
No Distrito Federal, a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) incentiva mulheres, moradoras das zonas rurais de Ceilândia, Gama e Vargem Bonita através de um curso gratuito de artesanato com a fibra de bananeira. Como o cultivo de bananas é uma prática comum nas zonas rurais do DF, as artesãs formadas não encontram dificuldades para colocar em prática o que aprenderam no curso. Os produtos feitos por elas são vendidos nas principais feiras de artesanato do DF.
Artesanato com alunos da APAE-DF
No Distrito Federal, a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Sobradinho-DF realiza um trabalho de artesanato com jovens portadores de necessidades especiais. A coordenadora pedagógica da APAE de Sobradinho, Solange da Rocha, afirma que a instituição optou por este tipo de oficina porque percebeu a necessidade de novas vertentes dentro da área de artesanato. Segundo ela, a APAE procurou o apoio da Multi Flor após ser realizado um estudo sobre o tema e iniciaram o trabalho.
Nos fundos do terreno da instituição, há um bananal de onde são retiradas as fibras pelos próprios alunos. Os que possuem deficiências menos comprometedoras estão envolvidos com a retirada da fibra no bananal. Eles manuseiam facões e são orientados pelos instrutores durante a retirada do caule da planta.
Na sala de artesanato, os alunos com deficiências mais graves estão à espera da fibra. Lá eles esticam e abrem o material para que ela possa ser utilizada no tear para a confecção de capas de caderno, objetos de decoração, bolsas e etc.
O produto final é vendido em algumas feiras do DF como, por exemplo, a Fest Flor, Agrobrasilia e Leroy Merlin Sustentabilidade. Os produtos variam de cachepos a puffs, que custam de R$10 a R$100 reais.