Por Julia Roseo
- As
diferenças e semelhanças dos brinquedos e brincadeiras dos anos 70 para os dias de
hoje -
-
Peão, futebol de botão, boneca de pano, bete, pique
bandeira, pipa, queimada, jogo de 7 Marias, elástico, bolinha de gude, carrinho
de rolimã, amarelinha, subir na árvore de amora e se lambuzar, catar casquinha
de cigarra, ficar o dia todo no quintal com os amigos brincando, eram
brincadeiras cotidianas de antigamente e que não são tão comuns hoje em dia.
Mãe e filha na mesma idade subindo na arvore, em épocas diferentes |
Ana Paula Arduini, Paisagista de 47 anos, nasceu em
Brasília e mora na mesma casa na 705 sul desde criança. Ela diz que na época
dela se brincava muito na rua com os amigos, saia batendo na casa de todos seus
vizinhos para inventar brincadeiras no gramado em frente a sua casa. Hoje se brinca sozinho, principalmente por
causa da segurança e da tecnologia.
“A diferença é que hoje não tem criança na rua, nenhuma,
por causa da segurança. Quando eu era pequena tinha muito mais tranquilidade, e
hoje em dia é muito mais perigoso. Hoje em dia é ficar dentro de casa vendo
televisão e jogando no iPad”, diz Ana Paula.
Ana Paula acredita que a tecnologia veio pra ajudar, quem
tem que determinar o quanto faz bem ou mal são os pais das crianças. "Elas têm
que ter acesso a isso, pois o mundo está mudando, mas tem que ser uma coisa
regrada para não virar bagunça", afirma Ana Paula.
Boneca, computador, televisão, e colorir, são as
brincadeiras preferidas de Isabella de 5 anos, filha de Ana Paula. Mas o
brinquedo preferido mesmo é o iPad. Ana Paula acha que as crianças continuam
curiosas, o assunto que é diferente. Ela já tentou apresentar algumas
brincadeiras antigas só que a Isabella achou desinteressante. “Já cansei de apresentar alguns tipos de brincadeira, já
tentei e não tive sucesso nenhum”, diz.
Interação na escola
Andrea Adjuto, de 48 anos, diretora e dona da escola infantil Montessoriana (116/316 Sul) que tem alunos de 1ano e 3 meses a 5 anos diz que a escola tenta sempre influenciar as crianças com brincadeiras antigas. Eles contam com a presença de uma professora de psicomotricidade que desenvolve vários projetos, e todos os anos ela tem como objetivo justamente resgatar esses brinquedos infantis. Andrea comenta que as crianças brincam muito sozinhas hoje em dia, e que eles adotam o dia do brinquedo pra tentar a socialização das crianças.
Andrea Adjuto, de 48 anos, diretora e dona da escola infantil Montessoriana (116/316 Sul) que tem alunos de 1ano e 3 meses a 5 anos diz que a escola tenta sempre influenciar as crianças com brincadeiras antigas. Eles contam com a presença de uma professora de psicomotricidade que desenvolve vários projetos, e todos os anos ela tem como objetivo justamente resgatar esses brinquedos infantis. Andrea comenta que as crianças brincam muito sozinhas hoje em dia, e que eles adotam o dia do brinquedo pra tentar a socialização das crianças.
“Na minha época as brincadeiras aconteciam em grupos,
ninguém brincava sozinho, até porque não tínhamos os brinquedos com a
influência da tecnologia que tem hoje, então os brinquedos acabam sendo muito
individualistas, é o carrinho de controle remoto, boneca que fala. Na minha
época, a gente precisava ter uma pessoa, de ter um grupo pra brincar junto, e
hoje eu percebo as crianças brincando muito sozinhas”, diz Andrea.
Era comum naquela época fabricar seus próprios
brinquedos, como fazia Cristiano Sérgio, funcionário público de 43 anos, pai de
Paulo Sérgio e Rafael.
“Antigamente a gente que fazia nossos brinquedos, eu
pegava os bobs da minha mãe, balão e feijão e fazia uma “arminha” de brinquedo
muito legal, ficava o dia todo no quintal brincando com meus amigos”, diz.
Cristiano gostava
também de caçar várias cigarras com os primos e depois soltar no quarto escuro
e ficar gritando e rindo, era uma das suas brincadeiras preferidas. Além de ir
à pracinha andar de bicicleta, o que ainda faz com os filhos. Paulo Sérgio, seu
filho de 5 anos gosta muito de andar de bicicleta e jogar o jogo dos super
heróis no vídeo game.
Para
quem quiser voltar no tempo
Se quiser relembrar ou conhecer um pouco desses
brinquedos antigos, podem conferir na loja “Estação da criança” no Brasília
Shopping. A loja tem como proposta resgatar algumas brincadeiras, com jogos que
fazem a criança raciocinar, e desenvolver coordenação.
“Um brinquedo que aperta o botão e ele faz tudo por você
não desenvolve nada na criança, talvez só sonoramente, mas não em questão de
coordenação e raciocínio. As crianças que crescem com esses brinquedos e entram
aqui na loja, a gente percebe que elas são diferentes”, diz Isabela, de 20
anos, funcionária da loja.
O brinquedo predileto das crianças e principalmente dos
pais é o peão sonoro, além de ser divertido e colorido fazia muito sucesso nos
anos 70.