Por Ana Paula Véras
- Além da redução da mortalidade infantil, fome e
a miséria também estão dentro das metas para os governos alcançarem para
melhoria do mundo até 2015 -
Reduzir a
mortalidade infantil (crianças menores de 1 ano) é mais uma das metas que o
país busca alcançar no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
(ODM). Em 2000 a Organização das Nações Unidas(ONU) estabeleceu oito metas que todos os governos precisam
alcançar para melhoria do mundo até 2015.
Além da
redução da mortalidade infantil, as outras metas são: acabar com a fome e a
miséria, educação básica de qualidade para todos, igualdade entre os sexos e a
valorização da mulher, melhorar a saúde da gestante, combater a AIDS, malária e
outras doenças, qualidade de vida e respeito ao meio ambiente e todo mundo
trabalhando para o desenvolvimento.
Informações da última análise feita pelo sistema de monitoramento dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio apontam que o Brasil já alcançou 4 das
8 metas previstas para concretizar ações e políticas públicas para tornar o
mundo mais justo.Já as outras ações estão “na faixa para serem atingidas”, e
uma delas é o ODM 4, que tem como objetivo reduzir a mortalidade infantil.
Brasil cumprirá meta
antes de 2015
Na meta definida para este ODM, a taxa
de mortalidade na infância deve ser reduzida para 17,9 óbitos por mil
nascimentos até 2015. Estima-se que, se persistir a tendência de redução atual,
o Brasil atingirá a meta antes do prazo. A constatação de que o Brasil está no
caminho para alcançar a meta foi feita por uma avaliação dos ODMs em 68 países
prioritários, realizada em 2008. Essa avaliação demonstrou que o Brasil exibe a
segunda maior redução da mortalidade na infância entre as nações analisadas, e
que é um dos 16 países com condições para atingir a meta proposta. “O
importante é olhar cada uma dessas metas e trabalhar com elas especificamente e
foi isso que o Brasil fez nesses últimos dez anos, e está dando certo”, afirma
o secretário executivo Ulisses Riendel responsável pelo trabalho dos ODMs do
Distrito Federal.
As principais iniciativas do Governo Federal para conseguir
atingir a meta são: Estratégia saúde e família, políticas a ações voltadas para
a atenção à saúde da criança, vigilância da mortalidade infantil e fetal,
Programa Nacional de Imunizações (PNI) e compromisso para acelerar a redução
das desigualdades na Região Nordeste e na Amazônia Legal – Pacto pela Redução
da Mortalidade Infantil. Uma das ações
mais importantes é a prevenção através
da imunização contra doenças infecto-contagiosas. Em 2012, 87,5% das crianças menores de
1 ano estavam com a carteira de vacinação em dia.
O subchefe de Assuntos Federativos da Presidência da República,
Olavo Noleto comenta sobre a importância da atuação dos municípios para que o
Brasil atinja aos objetivos do milênio até 2015.
Norte e Nordeste têm as taxas mais
elevadas do país.
O padrão de
distribuição espacial das taxas de mortalidade infantil nas microrregiões
brasileiras desde o ano de 1990 (ano-base para comparação do avanço dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio) mostra uma redução acentuada por
períodos quinquenais, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. No entanto,
essas regiões ainda se mantêm com as taxas mais elevadas do país.
Desde 1990 até 2008, a redução nacional
média foi de 58%, com diferenças regionais de 62% na região Nordeste, 57% na
região Sul, 55% na região Sudeste e 53% nas regiões Norte e Centro-Oeste.
De acordo com Ulisses Riendel ainda há
muitos municípios no Brasil que precisam se preparar em relação à mortalidade
infantil “A mortalidade infantil muitas vezes acontece por causa de uma gota de
remédio que a criança deixou de tomar para melhorar uma insuficiência
respiratória e isso depende diretamente do município porque é lá que acontece
isso. É esse serviço municipal que a gente precisa cuidar e qualificar.”
Veja o gráfico abaixo:
Principais doenças que levam à
mortalidade infantil
As afecções perinatais
(são afecções que tem origem no período perinatal (7 dias, ainda que a morte tenha
ocorrido mais tardiamente) constituem a principal causa de mortalidade de
crianças menores de um ano no Brasil. Em 1990, correspondiam a 40% dos óbitos
infantis. Em 2008, essa proporção elevou-se para 60%.
A mortalidade
proporcional por malformações congênitas em menores de um ano aumentou de 6,7%,
em 1990, para 18,3%, em 2008. Enquanto isso, a mortalidade proporcional por
doenças infecciosas reduziu-se de 14,6% para 5,3% dos óbitos infantis, no mesmo
período, o que representa uma diminuição de 64%.
Essa redução da mortalidade por doenças infecciosas
se deve às melhorias nas condições de saneamento, ao aumento dos anos de estudo
das mães, à melhoria da qualidade da atenção e às ações de imunização, de
vigilância sanitária e epidemiológica.
Veja o gráfico abaixo:
Veja quais metas que o Brasil já alcançou:
Veja também o vídeo abaixo e descubra as metas do milênio: