Por Natália Moraes
- Terapias acompanhada por animais estão cada vez ganhando mais espaço. Famílias e pacientes afirmam melhoras e um médico dá sua posição -
- Terapias acompanhada por animais estão cada vez ganhando mais espaço. Famílias e pacientes afirmam melhoras e um médico dá sua posição -
Tratamentos para doenças e deficiências físicas ou mentais nem sempre precisam ser tratados somente com os métodos convencionais. Atualmente existem inúmeros tratamentos alternativos que podem ser seguidos como uma extensão, ou até mesmo diversão e relaxamento para os pacientes. Entre todos os métodos que podem ser denominados assim, existem a quiropraxia, medicina natural, biodança, acupuntura, entre outros. Mas o que poucos sabem é que o cenário de tratamentos está dando cada vez mais espaço para os tratamentos ao lado dos animais. Entre cavalos, cachorros e até mesmo no fundo do Lago Paranoá, os pacientes se tratam ou fazem uma extensão de tratamentos convencionais. Os resultados são impressionantes, e a diversão para professores, famílias, e crianças é garantida. Em Brasília já existem centros e programas para vários tipos de interação com os animais e com a natureza.
Galopes saudáveis - A Equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo e, normalmente, é um tratamento complementar de apoio à reabilitação para pessoas portadoras de necessidades especiais. Este método busca melhorias no aspecto físico, psicológico e emocional do participante. Assim, o paciente vê no cavalo um amigo. Segundo Andreia Belo, fisioterapeuta da Associação Nacional de Equoterapia, a equitação terapêutica é uma proposta diferente, atual e eficiente. “Serve como tratamento para muitas disfunções físicas e mentais, e proporciona aos participantes a percepção de suas potencialidades e minimização das suas deficiências”, explica.
Os resultados apresentados pelas famílias e instrutores são impressionantes. Martha Levi, dona de casa, leva seu filho Guilherme Levi, portador da Síndrome de Down, à equoterapia toda semana, há dois anos. O sorriso no rosto não esconde a felicidade. “O Guilherme melhorou muito no convívio social. Antes ele era mais na dele, não gostava de sair de casa e ter interação com as pessoas. Depois do tratamento ele começou a ser mais carinhoso, falante, e agora mostra mais interesse nas coisas”, afirmou. Além de todos esses benefícios, a equoterapia consegue atingir a segurança do paciente, como também o equilíbrio, a autoestima, coordenação-motora, oxigenação do cérebro, entre outros.
Na Equoterapia o cavalo é usado como instrumento de trabalho com uma abordagem disciplinar, e em um trabalho que precisa ser acompanhado paralelamente pelo médico, fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, entre outros. Os galopes chegam a emitir até 3 mil estímulos tônicos ativando o sistema nervoso, e ajudado assim o desenvolvimento do paciente. O andar do cavalo possibilita ao deficiente recuperar, em partes, as funções atrofiadas pelo comportamento físico. “A terapia possibilita também ganhos psicológicos. Durante toda a sessão, os terapeutas ajudam a estimular a fala, linguagem, tato, as cores, memória, percepção visual, raciocínio e muitos outros aspectos para a melhora do praticante”, disse a fisioterapeuta Andreia.
Pet Terapia - Além da Equoterapia, existe também a Terapia Assistida por Animais, que nada mais é do que cachorros, gatos, mini-pôneis, etc, atuando como um co-terapeuta. Conhecida como Pet Terapia, esse método de reabilitação também é utilizado como tratamento complementar de algumas doenças e deficiências, ajudando na interação e socialização dos praticantes. Qualquer pessoa que deseja melhorar a qualidade de vida e a autoestima pode se beneficiar desse trabalho.
O cachorro é sempre o mais requisitado para essa terapia. O principal benefício de recorrer ao melhor amigo do homem nessa empreitada é a motivação que ele proporciona ao paciente. A pessoa pode construir um vínculo afetivo com o cachorrinho e despertar um grande conteúdo emocional que facilita as ações dos terapeutas. A Pet Terapia proporciona inclusão social, facilita a expressão de sentimentos, evita depressão, reforça o contato físico, dentre tantos outros benefícios que você pode encontrar no seu dócil e grande companheiro.
Para mais informações acesse Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais
Mergulho adaptado - Com tantos tratamentos alternativos para portadores de necessidades especiais, fica fácil e divertido achar um que encaixa no perfil da pessoa, e que ajuda a realizar algum de seus sonhos. O estudante Bruno Braga sofreu um acidente em meados de 2007, quando quebrou o pescoço e acabou se tornando tetraplégico. Felizmente o acidente não o impediu de ir atrás dos seus sonhos. Atualmente com 22 anos, Bruno Braga tem um certificado de mergulho, e agora pode mergulhar nos quatro cantos do mundo. O estudante participou do Projeto Raia Manta, que ministra aulas e cursos de mergulho adaptado no Lago Paranoá (foto abaixo).
Bruno fez o curso de mergulho, que durou três meses, na piscina de sua casa. Após quatro horas de aulas teóricas, prova escrita, e aulas práticas, o estudante finalmente pôde desfrutar de seu sonho. A prova final foi realizada no Lago Paranoá, e segundo ele, a sensação é de total liberdade. “A sensação de mergulhar no lago foi incrível! Na água somos livres. É você, a natureza, e mais ninguém. Todas as preocupações somem e você se sente livre durante aqueles minutos lá no fundo, mergulhando”, disse animado.
O Projeto Raia Manta surgiu em 2011 com o objetivo de ajudar os portadores de necessidades especiais a ultrapassar alguns limites impostos por sua deficiência. O criador do projeto e instrutor de mergulho, Luciano Terra, fala que a iniciativa mostra que qualquer pessoa, independente de sua deficiência, seja física ou mental, pode ir além do que se imagina. “Quero que as pessoas sintam o que eu sinto, sendo elas deficientes ou não. As pessoas com deficiência só precisam de mais estímulos”, afirma.
Bruno em uma de suas aulas na piscina de casa
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Conheça o Projeto Raia Manta Mergulho Adaptado no Facebook.
Médicos recomendam os tratamentos com animais
A medicina apoia alguns tratamentos alternativos para seus pacientes, sempre como uma extensão do tratamento convencional. Para o pediatra Fernando Ribeiro esses tratamentos alternativos podem trazer benefícios importantes para a melhora do paciente. “A Terapia Assistida por Animais, por exemplo, traz benefícios que talvez nem mesmo a medicina consiga. A socialização do paciente, e o interesse tem que vir de forma mais natural, e é assim que acontece com esses tratamentos. Lembrando que todos esses tratamentos devem ser acompanhados por fisioterapeutas e psicólogos”, afirmou.
A medicina apoia alguns tratamentos alternativos para seus pacientes, sempre como uma extensão do tratamento convencional. Para o pediatra Fernando Ribeiro esses tratamentos alternativos podem trazer benefícios importantes para a melhora do paciente. “A Terapia Assistida por Animais, por exemplo, traz benefícios que talvez nem mesmo a medicina consiga. A socialização do paciente, e o interesse tem que vir de forma mais natural, e é assim que acontece com esses tratamentos. Lembrando que todos esses tratamentos devem ser acompanhados por fisioterapeutas e psicólogos”, afirmou.
Os tratamentos podem ser vistos até como diversão. “Tenho uma paciente que é paraplégica e faz equoterapia. Cada vez que a encontro ela tem uma historinha nova para contar. Me conta o nome do cavalo, o que ele faz, que aprendeu a conduzir... A alegria nos pequenos olhos dela já me fazem acreditar que a terapia toda vale a pena”, completou.
Com todos os benefícios trazidos por terapias alternativas, o pediatra destaca o estímulo das crianças. “O convívio com animais melhora o quadro de portadores de autismo. As crianças têm dificuldade no contato social, e a presença de um animal treinado auxilia no desenvolvimento”, disse. Fernando afirma que crianças autistas apresentam diminuição nos comportamentos negativos, como a agressividade, isolamento entre outros.
Tipos de quadros clínicos que já tem resultados com o tratamento com animais. Confira!