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Diretoras de cinema do Distrito Federal participam de debate com alunos do UniCEUB sobre o cinema feito por mulheres
Hilda Rocha e Julia Chaib
O encerramento da Semana de Comunicação do UniCEUB, na quinta-feira, 26 de maio, reservou uma sessão de cinema especial para os alunos: depois dos filmes houve um debate com três diretoras de cinema. Diante do tema do evento desse ano, “A mulher na Comunicação Social”, as cineastas Adriana de Andrade, Denise Moraes e Dácia Ibiapina foram as convidadas da noite para discutir o cinema feito por mulheres.

Antes do debate, foram exibidos ao público os curtas-metragens “Dona Custódia”, de Adriana de Andrade, “Cinema Engenho”, de Dácia Ibiapina e “Memória de Elefante”, de Denise Moraes.

Da esquerda para a direita: Dácia Ibiapina, Denise Moraes e Adriana de Andrade (Hilda Rocha)
 Após a exibição, as cineastas deram início ao bate-papo em que se discutiu o trabalho da mulher atrás das câmeras, no comando do set de filmagens e sobre as dificuldades que elas encontram para a realização dos filmes.

Para as cineastas, ser diretora de cinema não é tarefa fácil. “É uma luta, uma guerra, uma batalha diária. Você precisa ter recursos, correr atrás”, mencionou Adriana. “Em questão de gênero, o cinema feito por mulheres foi se impondo ao longo dos anos. A partir da década de 60, as mulheres cineastas começaram a se afirmar na linha da direção. Mas o cinema ainda é um ofício muito masculino”, observou a cineasta.
Para Dácia Ibiapina, cineasta e professora do curso de cinema da UnB há 18 anos, as mulheres enfrentam mais dificuldades que os homens na hora de fazer filmes. “Existem mais homens fazendo cinema que mulheres. Nós lembramos vários nomes de cineastas de Brasília, mas nós, mulheres, somos poucas.” Outra questão levantada pela cineasta foi a participação de mulheres diretoras nos festivais de cinema. “Para nós é muito difícil dar visibilidade aos nossos filmes. No Festival de Brasília, por exemplo, são selecionados poucos filmes feitos por mulheres, e o júri, na maioria, é composto por homens. Isso tem que mudar.”
Entre os aspectos presentes nos filmes, as diretoras foram unânimes em apontar a intuição, o olhar feminino e as experiências de vida como fatores fundamentais na hora de pensar no roteiro. “Fazer cinema é uma coisa muito pessoal. Quando a gente faz um filme, nos colocamos na estória. Eu me vejo muito nas minhas personagens. Além disso, as mulheres são mais intuitivas que os homens”, declarou Denise.
Ao final da palestra, o conselho das diretoras às futuras cineastas: “O diretor de cinema é um comandante, por isso vocês devem saber tudo sobre o que falam. Devem estudar bastante, ralar muito, porque vocês vão comandar um monte de ‘machos’, e se não tiverem segurança do que falam, podem se tornar motivo de piada, além de serem desrespeitadas”, apontou a cineasta Adriana.