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Asas para dançar: mesmo com dificuldades, meninas conseguem realizar o seu sonho

Nem sempre é preciso ter controle completo do corpo para conseguir realizar um sonho. Às vezes, quem a gente menos espera nos surpreendem da forma mais extraordinária.
Por: Camila Bocchino
Quando se tem um sonho, é difícil de largá-lo. Isso acontece com todo mundo. Começamos a alimentá-los ainda pequenos, na infância, mas vamos crescendo e muitas vezes vemos que para continuarmos o sonho tem que ir para segundo plano até construirmos uma vida para que possamos retomá-los. Foi assim com Dayse Ribeiro Canotilho. Desde pequena seu grande sonho sempre foi dançar, mas os percalços da vida a fizeram ter que trocar o sonho por um emprego e tocar a vida.
Carioca de nascença e brasilense de coração, Dayse é uma pessoa com um coração enorme e uma vontade maior ainda. Funcionária pública e mãe de dois filhos, ela viu que seu sonho poderia continuar depois de assistir à um espetáculo de dança em cadeiras de rodas. Ela viu ali a oportunidade de voltar a dançar e passar seu talento e vivacidade para meninas especiais.
Seguindo o seu sonho, Dayse montou um grupo de dança na capital do país com o nome de “Asas para dançar”, nada mais apropriado. Com o grupo, além de dar asas ao seu sonho de menina, ela ajuda várias outras a esquecerem que são diferentes e se sentirem mais especiais ainda. Toda terça e quina-feira, elas se encontram no ginásio de esportes do ENAP, no final da W3 sul. Elas vão chegando aos poucos, as vezes com a mãe, as vezes levam mais alguém da família, mas sempre na expectativa de começar mais um ensaio.
A sala é pequena, mas cabe todo mundo, o grupo também não é tão grande, mas compartilham o mesmo sentimento. É só a música começar a tocar que todas já entram no ritmo e começam a se movimentar. O grupo se tornou tão unido que contagiou até as famílias das dançarinas. “Por causa delas a gente passou a se encontrar e nós, as mães, acabamos nos tornando muito unidas também”, é o que conta Simone Souza, mãe de Tainá, uma das poucas meninas que tem mobilidade no grupo.
Ângela Costa, provavelmente a mãe que faz parte do grupo a mais tempo, conta com emoção como é ver a filha de entrosando com as meninas. “A Kelly foi muito esperada, é muito bom ver como ela conseguiu fazer amigas tantas amigas”, comenta. O assunto do dia era a festa de aniversário de Kelly, uma garota que mostra todo o seu amor pela dança em expressões com o olhar, mesmo com os movimentos limitados aos braços e ainda sim com dificuldade.
“É lindo ver as meninas dançando, elas se libertam e fazem tudo com amor”, conta Aira com os olhos grudados nos paços de dança da filha. Não é sempre que encontramos um grupo com pessoas tão diferentes e mesmo assim tão entrosado. Os benefícios de uma atividade como essa são incalculáveis, vão desde o melhoramento físico até o emocional.
Muitas delas parecem frágeis, mas quando se conhece a historia e as dificuldades que passaram, sabemos o quão forte são essas meninas. Sabrina Araújo começou a ter problemas de locomoção aos 15 anos, mas isso não a impediu de continuar fazendo o que gosta. Para se juntar às colegas ela precisa da ajuda da professora Dayse que a busca na estação do metrô ali perto. Assim que elas chegam e o treino começa é que vemos que nenhuma dificuldade pode impedir que elas dêem asas à dança. (Imagem de uma delas)
Cada uma com uma história e cada uma com a sua experiência de vida, mães e filhas tornam o grupo unido e em sintonia. Mesmo com as dificuldades e as distancias, elas se esforçam e estão sempre ali para treinar juntas. A superação as torna mais especiais e é isso que vemos no rosto de cada uma. Não é uma pedra no caminho que as impede de fazer o que gostam, pelo contrario, isso as une mais ainda