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A maternidade que mudou um destino

Após nove anos de um grave acidente, Walquiria encontrou um novo motivo para sorrir
Larissa e Walquiria (Arquivo pessoal)
Por Paola Rodrigues
Walquiria Pereira Coimbra, hoje com 49 anos, tem uma filha de 22. O que para muitas mulheres é uma etapa natural da vida, para ela, representou um recomeço. Ela é tetraplégica.
Walquiria, aos 18 anos, sofreu um grave acidente de carro quando voltava de uma festa com amigos, onde comemoravam a aprovação de um deles no concurso do Senado Federal. No retorno à casa, em alta velocidade, bateram em um poste. Apenas Walquiria sobreviveu e foi internada no Hospital de Base. Ficou tetraplégica, mas com os tratamentos obteve melhoras. “No início fiquei revoltada, achei que fosse temporário”, conta.
Quando Larissa nasceu, Walquiria ganhou uma nova motivação: “Depois que tive minha filha, melhorei bastante, saí da depressão, encontrei um novo sentido para a minha vida”, afirma a capixaba. Ela criou a menina sozinha, pois, após o nascimento, foi abandonada pelo companheiro.
Larissa, hoje aos 22 anos, afirma que não teve problemas em sua infância e adolescência. "Nunca senti nenhuma dificuldade em relação a deficiência dela, sempre tive muitos primos, tios e minha avó, que moravam próximo a nossa casa. Eu sempre saía para passear com eles".
A jovem conta que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito devido à deficiência da mãe e que a relação delas sempre foi normal, como qualquer outra. "Não acredito que uma pessoa, por ter uma limitação, tenha que ser tratada de forma diferente. Temos nossos desentendimentos e acertos como em qualquer outra família. Minhas filhas gostam muito da avó e lidam muito bem com a situação”, revela.Larissa conta que o marido sempre tenta fazer o máxímo para agradar e ajudar a sogra. “Minha mãe é uma pessoa bem resolvida, sempre se virou muito bem sozinha”, afirma.
Larissa define a mãe em uma palavra: guerreira. Walquiria foi bastante amparada por seus amigos, que sempre a ajudavam e a buscavam para sair. “Tive muito apoio dos meus amigos, eles sempre estiveram ao meu lado”, conta.
Entre os desafios que enfrenta, a capixaba afirma que o meio de transporte público de Brasília, para cadeirantes, deixa muito a desejar. “Eu não saio de ônibus, o transporte pra gente aqui é muito ruim. Em Vitória, existe o mão na roda, que ajuda muito. É só agendar, eles buscam e levam na porta de casa. Aqui podia ter um desse”.
Walquiria mora com a filha, com as duas netas, Gabriela e Maria Eduarda, de 2 e 6 anos respectivamente, e com o genro, Ricardo. Sustenta a casa com a pensão do pai, que faleceu.