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População reclama da falta de transporte público de madrugada

Apesar da lei que obriga ônibus a circularem de madrugada, usuários noturnos têm dificuldade para usar o transporte coletivo

Marina Brunale

Em Junho de 2011, a Lei Seca completa três anos. Apesar da redução do número de mortes causadas por acidentes de trânsito, de acordo com levantamento da Polícia Rodoviária Federal, o cerco aos motoristas embriagados ainda rende muita discussão e resistência. A lei já mudou o hábito de motoristas como o estudante Pedro Castro, de 23 anos, “se eu for beber eu não chego nem perto do volante”. Pedro já foi parado pela blitz duas vezes, na primeira, pagou a multa de R$957,00 e, na segunda, se recusou a fazer o teste do bafômetro.

Mas o estudante e seus amigos criticam o fato de não haver transporte público na madrugada de Brasília. “Como que eles querem que a lei funcione se não há alternativas? O táxi é muito caro, e as pessoas não vão parar de beber”, contesta.

O sistema de táxis em Brasília é um dos mais caros do país, por quilômetro rodado o passageiro paga R$2,78 enquanto, em São Paulo paga R$1,30.

Não só os boêmios sofrem com a ausência de transporte público durante a noite: os que trabalham no período noturno também reclamam. A garçonete de um bar na 210 sul, Romana de Souza Costa, quando sai do trabalho, tem que esperar três horas por um ônibus.

"É uma cidade que dizem que foi bem planejada, mas quando vai pensar na situação dos pedestres é calamidade pública” diz Romana, que se mudou de Patos de Minas, MG, para Brasília há quatro anos para trabalhar.

Outra lei fez aniversário em junho de 2011, com 16 anos de idade, é a Lei Distrital 877/95, conhecida como “Lei do Corujão”. Segundo ela, as empresas são obrigadas a manterem transporte num intervalo máximo de 90 minutos,  na madrugada (das 23h às 6h). Só há uma linha de ônibus que tenta cumprir essa lei, a linha 131.3 (Corujão) que passa pela W3 sul e vai até o Sudoeste e, mesmo assim, o último ônibus passa as três horas da manhã.

Em 2008 o procurador-geral da Justiça do DF, Leonardo Bandarra, expediu uma recomendação para as empresas de ônibus cumprirem a lei, e ainda instaurou um procedimento de investigação preliminar na Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão. Mas, de acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), tal procedimento ainda encontra-se em andamento. O resultado pode ser verificado pelas madrugadas nas ruas de Brasília: muita gente nas paradas,à espera de um corujão que nunca, nunca chega.