Postagem em destaque

Nova plataforma!

Prezadas leitoras, prezados leitores, estamos com uma nova plataforma de conteúdo, lançada em junho de 2017. As reportagens são produtos tr...

'Novo acordo ortográfico não tem lógica', afirma professor

O especialista Ernani Pimentel critica o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa em palestra a universitários.

Professor Ernani Pimentel durante palestra no UniCEUB
(Felipe Igreja/Esquina)
Por Felipe Igreja 
O professor de Português Ernani Pimentel não teve papas na língua na hora de criticar o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, durante uma palestra realizada na manhã desta quinta-feira (26/5), na semana da comunicação do UniCEUB. Para o especialista, as novas regras são “anacrônicas” e não facilitam o ensino e a aprendizagem da ortografia.

“Essas ideias foram pensadas em 1975, no século passado, quando ainda se utilizava a decoreba na hora de ensinar e a exceção explicava a regra. Mas não podemos mais aceitar isso. As exceções destroem a regra”, declara Ernani.

O professor faz parte do movimento “Acordar Melhor”, que pede uma revisão no Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, que trouxe novas regras de escrita e uma tentativa de padronizar a Língua Portuguesa, falada por cerca de 250 milhões de pessoas, em nove países e no território de Macau, na China.

“Não somos contra, mas o novo acordo é cheio de incoerências e muitas vezes não tem lógica. Não podemos ter um acordo com exceções. Passamos a vida inteira estudando para descobrir que existem exceções à regra. Ou seja, tempo perdido”, explica o professor.

Para ele, a maior dificuldade de estudantes (nativos e estrangeiros) é a ortografia. O novo acordo deveria ser usado para facilitar o ensino e a aprendizagem desse aspecto, mas não é o que acontece. Segundo Ernani, ocorre justamente o contrário.

“A ortografia é o maior fator de exclusão social. A pessoa que escreve errado, que grafa a palavra de maneira errada, fica marcada. Se a nossa ortografia fosse racional e lógica, para que todas as pessoas pudessem saber escrever com facilidade, você estaria contribuindo para o maior movimento de inclusão social do país”, explica Ernani Pimentel.