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Diário de bordo: Dia 03 – 18 de maio

São Gabriel da Cachoeira (Natalia Aquino/UniCEUB)

Como nos dias anteriores, seguimos o rigoroso horário militar: às 6h50, já deixávamos o hotel em Manaus (AM) rumo a São Gabriel da Cachoeira (AM). Apesar de se espalhar por mais de 109 mil Km², o que o torna o terceiro maior município em área do Brasil, apenas 40 mil pessoas moram no local. Destes, metade vive em comunidades isoladas, espalhadas numa região conhecida como “cabeça do cachorro”. 


A cidade é tão isolada que não é possível chegar por terra. Só pelo ar ou pela água. O problema é que, além dos militares, só uma companhia aérea voa para o município. Se o transporte for realizado pelos rios que cortam a floresta, a viagem pode levar até cinco dias durante a seca. Além disso, só há uma operadora de telefonia celular. Já a internet, quando funciona, é lenta. 

Por volta das 10h, chegamos ao Aeroporto de Uaupes. Lá mesmo, fomos divididos em dois grupos. O Alfa foi composto pelas repórteres Camila Braga, Dyelle Menezes, Giselle Mourão, Flávia Franco, Mariana Menezes e pelo professor Bruno Nalon. Os outros quatro membros da “tropa” do UniCEUB – Filipe Marques, Natalia Aquino, Vinicius Werneck e Verônica Machado – foram alocados na equipe Bravo. 


Alfa


Maturacá (Camila Bocchino/Esquina)
Nós, integrantes do Alfa, aguardamos a chegada do helicóptero Cougar para irmos a Matucará. Esta comunidade, localizada no Parque Nacional Pico da Neblina, abriga o 5º Pelotão Especial de Fronteira - PEF. Uma das particularidades do PEF é que o mesmo fica dentro de uma reserva indígena da etnia Yanomami. Por isso, militares e familiares vivem e interagem com mais de 1.500 índios. 

Maturacá é ainda mais isolada do que São Gabriel da Cachoeira. As limitações e precariedades são visíveis. O PEF também só pode ser alcançado por vias fluviais ou aéreas. Além disso, placas solares produzem a única fonte de energia local. Por isso, cada família tem direito a oito horas de luz diária. Em dia que o sol não aparece também fica impossível fazer ligações. O local possui também enfermaria, consultório médico e odontológico, e farmácia. 

Militar do 5° Pelotão Especial de Fronteira (Dyelle Menezes/Esquina)
Foram aproximadamente 40 minutos de voo, mas o tempo passou rápido ante a experiência única que é sobrevoar a floresta amazônica. Quando chegamos ao PEF, por volta do meio-dia, fomos recepcionados por todo o pelotão. Os militares realizaram aquilo que chamam de formatura: cerimônia militar rotineira em que a tropa se apresenta a maior autoridade presente. Durante o evento, fizeram diversas apresentações, como cantar o hino nacional, o hino do guerreiro de selva e desfilar em marcha. 

Índia e filho
(Dyelle Menezes/Esquina)
Em seguida, fomos convidados para o almoço, servido no rancho – nome usado para indicar o refeitório em uma unidade militar. Lá, alguns militares se apresentaram acompanhados pelas famílias, bem como os líderes indígenas da tribo Yanomami. Após o almoço, tivemos a oportunidade de conhecer a estrutura do pelotão. São, ao todo, 50 militares e 29 famílias. Cada militar possui uma residência. Apesar de Maturacá ser muito quente, as casas são bem ventiladas e frescas, sem o uso de ar condicionado ou semelhantes. 


Bravo


Braço Forte no Rio Negro (Filipe Marques/Esquina)
Nós, do grupo Bravo, fomos direto para a 2ª Brigada de Infantaria de Selva. Lá, embarcamos para um passeio no Rio Negro a bordo do barco regional Braço Forte. Ao retornar, partimos para o rancho, onde almoçamos. 

O cardápio, com receitas tradicionais da região, foi preparado por uma equipe formada em grande parte por cozinheiros indígenas. O grupo é chefiado pelo sargento Fonseca – o mesmo que preparou a refeição oferecida ao rei e à rainha da Suécia quando visitaram a localidade. 

Após o almoço fomos informados de que haveria um atraso no horário de nossa ida a Maturacá. Enquanto isso, fizemos um breve city tour pelo centro de São Gabriel, onde vimos as vilas militares e o comércio local. 

Vista do Helicóptero (Natalia Aquino/UniCEUB)
Quando o helicóptero chegou, não decolou. O Cougar apresentou problemas no filtro de combustível, que precisou ser substituído. O conserto levou cerca de meia-hora, o que tornou inviável a visita. 

Porém, após o retorno do grupo Alfa, aproveitamos o helicóptero para fazer um breve sobrevoo pela cidade. O passeio, que durou aproximadamente 30 minutos, rendeu ótimas fotos graças à beleza da floresta amazônica. 



Juntos novamente


General Jaborandy
(Filipe Marques/Esquina)
De volta à 2ª Brigada e com a equipe novamente reunida, assistimos a palestra do General Jaborandy. Ele tratou da função do exército de proteger e resguardar a Amazônia limítrofe. Durante a palestra, a luz acabou três vezes. Em São Gabriel da Cachoeira, o blecaute é muito comum, já que toda energia do município é gerada por usinas termoelétricas movidas a diesel. 

Como de costume, um jantar fechou a agenda do dia. Fomos ao Hotel de Trânsito de Oficiais, onde desfrutamos de mais um cardápio preparado pelo sargento Fonseca. Após a refeição fomos diretamente para o Hotel de Trânsito de Sargentos, onde passamos a noite. Selva!