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Jovens brasileiros se organizam para participar ativamente da COP 19

Por Marcela Oliveira e Thaïs Martins

- O Engajamundo se preparou desde maio para garantir a representatividade brasileira na discussão que começa hoje, na Polônia -

A 19ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas - COP 19, que começa hoje na cidade de Varsóvia, na Polônia, levou a organização Engajamundo a se preparar para participar ativamente das discussões que lá circundam. Foram desenvolvidas capacitações para buscar uma posição que os jovens levariam ao evento. “Desenvolvemos um material sobre mudanças climáticas e apresentamos em algumas capitais brasileiras. Percebemos que havia muito interesse dos jovens nas conferências internacionais. Nosso intuito é fazer uma ponte e levar os jovens para as conferências, além de informá-los e conscientizá-los sobre as questões que estão sendo debatidas”, explica a coordenadora do projeto Laura Jungman. 


Delegação na Polônia, na Conference of Youth, que antecede à COP

A COP 19 tem o papel importante na busca em criar um novo acordo para ser assinado em 2015, já que o Protocolo de Kyoto foi a inspiração no ano passado. É um momento no qual os países devem discutir os termos de um novo acordo sobre mudanças climáticas. “A expectativa que se tem é que esse acordo seja bem mais ambicioso do que as propostas que foram colocadas anteriormente. Por isso, é muito importante que a sociedade civil seja ativa e pressione os governos para que esse tratado tenha maiores garantias e metas mais ambiciosas a serem atingidas”, afirma Laura.

Além da informação, o Engajamundo tem o objetivo de monitorar o que o governo se comprometeu a fazer durante as conferências internacionais está de fato sendo posto em prática nacionalmente. De acordo com a organização, sustentabilidade é um conceito que vai além de um significado puramente ambiental, pois envolve um pilar econômico e um social. Dessa forma, é importante que os jovens percebam os impactos positivos que a sustentabilidade pode proporcionar para além do ambiental, cuja preservação, por si só, já é essencial para a qualidade de vida das gerações presentes e futuras.

No ambiente das cidades, a tentativa de minimizar a produção de carbono assume um papel fundamental, tendo em vista que a maior parte das emissões de gases de efeito estufa vem das cidades. “Sustentabilidade inclui melhoria dos transportes públicos, valorização dos espaços comunitários, reflorestamento urbano, dentre outras iniciativas positivas para a população jovem”, conclui Laura.

Discutir sustentabilidade tem despertado a atenção da mídia e está cada vez mais inserida nas discussões corriqueiras da sociedade. Crianças, jovens e adultos estão conscientizando de que é essencial compreender sobre a importância do meio ambiente. É por meio dele que respiramos, nos alimentamos e sobrevivemos. Mais importante do que discutir, é acreditar que é possível criar uma mobilização coletiva para que cada vez mais possamos cuidar do que é nosso.



Apresentação de capacitação explicando como participar de uma negociação internacional sobre mudanças climáticas

Conferência das Partes: conheça um pouco sobre cada uma das 19 reuniões

Por Mariana Dâmaso e Natasha Teles 

- A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima - CQNUMC - é um tratado internacional que foi resultado da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que aconteceu em 1992 no Rio de Janeiro - 



Conferência das Partes
As COP - Conferência das Partes - são os encontros feitos pelos países do tratado da CQNUMC e buscam, por meio de acordos e protocolos, a implementação de estratégias para diminuir o impacto climático do planeta. O maior avanço obtido nos encontros foi o Protocolo de Kyoto.  Ele estabeleceu metas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa para os principais emissores, denominados de Países do Anexo I.

Para monitorar o andamento são realizados encontros anuais que revisam os acordos e buscam e sua real efetivação. Os encontros levam o nome da cidade que sedia o evento. Varsóvia, na Polônia e Paris, na França serão a sede da 19ª edição, que se dividirá em duas etapas nos anos de 2013 e 2015.


Efeito estufa: o inimigo do planeta

Por Ana Gabriela Oliveira

- O aquecimento global sem precedentes é um fato e as emissões de gases de efeito estufa, provocados pelo homem, são a principal causa -


Segundo o IPCC, o homem é o culpado pelo aquecimento do planeta

O Relatório de Avaliação (AR5) do IPCC aponta que o aquecimento global sem precedentes é um fato e as emissões de gases de efeito estufa (GEE) é a principal causa. As mudanças climáticas provocadas por este aquecimento afetam o nível do mar, a temperatura e a acidez dos oceanos, extensão e espessura do gelo nos polos e disponibilidade de água no planeta. Para estancar esse processo é preciso reduzir drasticamente as emissões de GEE sob pena de, ao final desse século, haver um aumento médio de temperatura do planeta em até 4,8 ºC (40% do que no início do século passado).

O anúncio foi feito no dia 27 de setembro passado, em Estocolmo, na Suécia, pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU). O relatório alerta que caso as emissões de gases do efeito estufa continuem aumentando a atuais taxas ao longo dos próximos anos, a temperatura do planeta poderá aumentar – o que resulta em danos na maior parte das regiões costeiras do globo.

O relatório tem gerado polêmica e os impactos dos cenários serão objeto da segunda parte do relatório a ser lançado em março de 2014, que também abordará as ações necessárias para mitigar as emissões.

O que é o IPCC?
Criado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Organização Meteorológica Mundial para estudar os fenômenos relacionados à mudança do clima, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) reúne 2.500 renomados cientistas de mais de 130 países. Nasceu em 1988, da percepção de que a ação humana poderia estar exercendo uma forte influência sobre o clima do planeta e que é necessário acompanhar esse processo.
Dirigido atualmente pelo indiano Rajendra Pachauri, o IPCC faz relatórios e pareceres técnicos com base na literatura técnico-científica sobre as mudanças do clima (AR - Assessment Reports), estuda os efeitos das alterações climáticas, subsidiando as Partes (países) da Convenção.


O primeiro Relatório de Avaliação sobre o Meio Ambiente foi publicado em 1990 e reuniu argumentos em favor da criação da Convenção do Quadro das Nações Unidas para Mudanças do Clima (UNFCC), a instância em que os governos negociam políticas referentes à mudança climática. O segundo relatório do IPCC foi publicado em 1995 e acrescentou ainda mais elementos às discussões que resultaram na adoção do Protocolo de Kyoto dois anos depois, graças ao trabalho da UNFCC. O terceiro relatório do IPCC foi publicado em 2001, o quarto em 2007 e o quinto e último em 2013.
Primeira reunião do IPCC EM 1988

Como são feitos os relatórios?
O IPCC não realiza pesquisas científicas, mas avalia as investigações existentes. O trabalho é publicado em quatro etapas e é produzido por três grupos de trabalho e uma equipe especial sobre inventários nacionais de gases do efeito estufa (GEE). Cada Grupo de trabalho assim como a equipe especial tem dois presidentes, um de um país desenvolvido e outro de um país em desenvolvimento, e uma unidade de apoio técnico.
O primeiro grupo é responsável pelo primeiro capítulo, que reúne evidências científicas de que a mudança climática se deve à ação do homem; o segundo trata das consequências da mudança climática para o meio ambiente e para a saúde; e o terceiro estuda maneiras de combater a mudança climática e prover alternativas de adaptação das populações. Um quarto capítulo sintetiza as conclusões dos anteriores.


O Site O Eco mostra através de um infográfico o passo a passo da produção dos relatórios. 
IPCC brasileiro

O governo brasileiro instituiu no dia 17 de abril de 2009 o Painel Brasileiro sobre Mudanças do Clima. A iniciativa reúne cerca de 
300 cientistas e pesquisadores de várias instituições e centros universitários. O grupo de cientistas brasileiros compila e analisa toda a produção científica do país a respeito dos mais diferentes aspectos das alterações do clima. 
O governo brasileiro conta com o apoio da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), criada 2007. Composta por integrantes de diversas áreas, como governo e academia, a Rede objetiva atuar na produção e disseminação de conhecimentos e tecnologias em mudanças do clima, além de contribuir para a formulação e acompanhamento de políticas públicas no âmbito do território brasileiro. 

Protocolo de Kyoto: o constante debate sobre o tratado climático

Por João Paulo Alves, Filipe Ferreira e Natália Moraes

- Em meio às discussões sobre sustentabilidade, desenvolvimento limpo e desistências, novo acordo global de redução de emissões é adiado para 2020 -

O Protocolo de Kyoto estabeleceu uma meta central para cortes de emissões de gases por países industrializados. Porém, os Estados Unidos e a China, considerado uns dos maiores poluentes, não se uniram ao protocolo. Os países alega que o tratado custaria empregos, que não estabelecia metas para grandes nações emergentes e alega também que a redução dos gases poluentes iria comprometer o seu desenvolvimento. Países como Rússia, Canadá e Japão também já saíram do tratado na fase intermediaria de prorrogação. Veja abaixo o quadro informativo de 2004 que explica didaticamente o que é o Protocolo.





O protocolo é um tratado internacional com objetivo de reduzir a emissão dos gases que agravam o efeito estufa, que de acordo com pesquisas científicas, são a causa do aquecimento global. O tratado foi discutido em Kyoto no Japão em 1997 e validado em 15 de março de 1999, com mais de 55 países que juntos produzem 55% das emissões de gases. Posteriormente, foi a vez da Rússia ratificar, em 2004.

Na 18ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 18), realizada na cidade de Doha, no Catar, foi concretizada a extensão do Protocolo de Kyoto para 2020.

Um aspecto importante do protocolo é que apenas os países ricos, do chamado Anexo I, são obrigados a reduzir suas emissões. Países em desenvolvimento, como Brasil, China e Índia são do chamado “Países do não-anexo I”, e também são grandes emissores de poluentes, e podem participar do acordo, mas não são obrigados a cumprir qualquer redução.

Países, como Rússia e Polônia, queriam ter o direito de utilizar os créditos acumulados no decorrer da primeira fase do Protocolo. Outras nações, que foram contra esta ideia, informaram que caso isso ocorresse o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), perderiam sua eficácia. O MDL é um dos mecanismos criados pelo Protocolo de Quioto para auxiliar o processo de redução de emissões de gases do efeito estufa por parte dos países do Anexo I.

Após os debates, os países do Leste Europeu poderão utilizar o “Hot Air”, mas compradores deverão limitar sua aquisição desses créditos a 2% da sua alocação nacional no segundo período. Porém, diversas nações, como Japão, Liechtenstein, Noruega, Mônaco e Suíça, informaram que não comprarão nenhuma quantidade desse tipo de crédito. Deixando a delegação da Rússia insatisfeita.

As metas de redução de gases não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados de redução para os 38 países que mais emitem gases, o protocolo prevê ainda a diminuição da emissão de gases dos países que compõe a União Europeia em 8%, já os Estados Unidos em 7% e Japão em 6%. 


Principais estímulos do Protocolo de Kyoto
- Estimular os países a cooperarem entre si;
- Reformar os setores de energia e transportes;
- Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
- Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção;
- Limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos;
- Proteger florestas e outros sumidouros de carbono.

O Protocolo de Kyoto não apenas discute e implanta medidas de redução de gases, mas também incentiva e estabelece medidas com intuito de substituir produtos oriundos do petróleo por outros que provocam menos impacto. 

As nações desenvolvidas reafirmaram que estão comprometidas em cumprir a promessa de que US$ 100 bilhões sejam liberados anualmente até 2020, porém não tem como analisar e saber como tornar possível esta meta. O tratado climático precisa estar pronto em 2015 para que entre em vigor quando expirar o Protocolo de Kyoto em 2020.

V CBJA: Atuação do jornalista ambiental é destaque

Colaboradores: Mariana Dâmaso, Julia Roseo, Ana Gabriela, Bernardo Clarkson e Brenda Oliveira


- Congresso de Jornalismo Ambiental conta com a presença da Ministra do Meio Ambiente e outras personalidades, que destacaram a importância do jornalismo ambiental -


 “O meio ambiente é, ao mesmo tempo, nosso cliente e fornecedor, é uma equação complicada. É tarefa de toda a sociedade, de todo planeta tentar equacionar e resolver a equação. Mas, nós os comunicadores, principalmente os jornalistas ambientais, nós temos um papel nessa equação, temos que nos preparar e estar sempre acompanhando e nos capacitando para cumprir esse papel importante nesse momento de mudança que estamos vivendo”. É com essa fala da Representante da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental, Beth Fernandes, que a mesa redonda, que antecedeu a palestra de abertura do V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, se iniciou. Logo após sua fala expuseram seus pensamentos Roberto Villar, um dos fundadores da Rede Brasileira de Jornalistas Ambientais, Wanderlei Pozzembom, representando o Sindicato dos Jornalistas e o Subsecretário do Meio Ambiente, Luiz Maranhão.

Cidadãos amazonenses, paulistas, curitibanos, brasilienses, acreanos, rondonianos, gaúchos, entre outros estiveram presentes no Congresso. Para o assessor de imprensa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Rony Santos, a vinda até o Congresso representa o estreitamento de laços com pessoas do mesmo propósito e um aprendizado sobre as tendências ambientais. Motivo semelhante que trouxe o representante de Amazonas, Francisco Rosa, a visitar a Capital Federal.

Uma questão abordada por todos os presentes foi o desafio do jornalismo ambiental. A função do jornalista é fazer uma ponte entre o que acontece em termo de desastre ambiental, de degradação, de impacto da saúde da população e a sociedade, ou seja, é explicar aos leitores, de forma adequada, o que está acontecendo sobre questões ambientais, informar sobre a degradação de florestas e o prejuízo que o descuido ambiental pode trazer na vida de todos.

A Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, comentou sobre a Comissão de Minamata, ocorrida no Japão, que discutia sobre o uso ilegal do mercúrio, abordou questões ambientais, informadas por jornalistas, papel da indústria química no Brasil, e sobre o principal assunto que veio informar: como a área ambiental se coloca nessa agenda de desenvolvimento. 




A abertura oficial do CBJA aconteceu nessa quinta-feira (17), às 9h50 da manhã, no auditório do bloco 3 do Centro Universitário de Brasília - UniCEUB -, e deu início ao V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. 

A mesa da abertura contou com a presença da ministra do meio ambiente, Izabella Teixeira, com a jornalista, Beth Fernandes, com o membro fundador da RBJA, Roberto Villar, com o subsecretário do meio ambiente, Luiz Maranhão, com o membro do sindicato dos jornalistas do DF, Wanderlei Pozzembom, e o reitor da área ambiental do UniCEUB, Carlos Alberto.

V CBJA: Um breve histórico do jornalismo ambiental

Por Álvaro Viana (editor de dados) 

- Conheça um pouco sobre a história do jornalismo ambiental que está ganhando mais espaço nas redações e veja a necessidade de repensar as atividades ambientais desde já -

O V Congresso de Jornalismo Ambiental aconteceu entre 17 e 18 de outubro no UniCEUB. Um dos assuntos mais comentados de quem cobre meio-ambiente é de que, daqui a alguns anos, esse tipo de cobertura será essencial para todas as outras editorias. Além disso, a discussão sobre o aprendizado do jornalismo ambiental como nova diretriz curricular no curso de jornalismo e a constatação de um dos maiores aliados dos repórteres que fazem parte do plantéu de profissionais que noticiam a área é a internet e os meios multimidiáticos. Porém, com tantas questões, teorias, e respostas, você já parou para pensar um pouco mais sobre o que, de fato, é o jornalismo ambiental?

O início da atividade surgiu ainda na década de 1960, na França, após a Segunda Guerra Mundial, cenário onde o meio ambiente ganhou atenção para discussões em outros países. No Brasil, foi em 1989 que a Federação Nacional dos Jornalistas organizou o “Seminário para Jornalistas sobre População e Meio Ambiente”, onde estiveram especialistas de antro mundial. Este foi considerado o evento mais importante do país, e desde então, a atividade vem buscando espaço.

Hoje, o segmento de cobertura ambiental consegue atingir pontos de vista imprevisíveis e inéditos, como a mudança de clima na Arábia, onde os conflitos políticos  acontece com fervor, mostrada na reportagem de Francesco Femia e Caitlin Werrel, para a rede Earth Journalismo. Além dessa rede, outros meios de publicação específicos também têm espaço, como o Daily Climate e o Daily Glob, da SEJ (Society of Environmental Journalism). Já no Brasil, há a Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental, e editorias específicas já criadas em grandes portais da web, tal qual UOL e iGIsso ilustra o preparo dos veículos à essa nova tendência e necessidade no cenário jornalístico atual.

A própria ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ressaltou no evento a importância da mídia para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma das principais promessas de programa ambiental concebida na Rio+20, que deve substituir os Objetivos do Milênio da ONU em 2015. “Não uma mídia que cobre e faz entrevista lá fora; mas uma que influencia, constrói e avalia os processos.” A ministra ainda mostrou que o Ministério do Ambiente contribuirá com o trabalho dos jornalistas “abrindo espaço para a mídia no ministério, para capacitação e interlocução”.

Uma crítica constante aos veículos de comunicação atuais é que o foco para assuntos sobre meio ambiente surge apenas com as tragédias. Veja abaixo algumas capas de jornais diários que trouxeram a questão ambiental em suas capas:



 





Para abrir os olhos

De acordo com pesquisa Evershoot Day 2013 feita pela rede Global Footprint, parceira da WWF, o consumo dos habitantes da Terra passou da capacidade de renovação do planeta. O levantamento apresenta o uso de matérias-primas que têm capacidade de regeneração na natureza, além da reciclagem de resíduos. Porém, em oito meses, o planeta todo acabou com o material que leva um ano para ser reposto pela natureza.

Uma das regiões mais críticas é a China, que necessitaria de 2,5 vezes sua capacidade de materiais para sustentar a necessidade de produção. Veja o gráfico abaixo

Entretanto, nem todos os países encontram-se nessa situação. O Brasil, por exemplo, não está incluso na lista de matérias-primas usadas em função da produção industrial, mesmo que esta, por sua vez, venha decrescendo, de 40 anos para cá -- como é indicado no gráfico que segue:

V CBJA: "O planeta está com febre", diz Trigueiro

Colaboradores: Elisa Whately, Ana Paula Almeida, Thaïs Martins, Marcos Acypreste, Fellype Sales, João Paulo Machado, Marcela Oliveira, Amanda Zaidan e Natasha Teles 

- Durante o V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (CBJA), estudantes do 6º semestre de Jornalismo do UniCEUB cobriram a palestra do jornalista André Trigueiro, diretor do Cidades & Soluções e professor da PUC-RJ. Abaixo os textos individuais produzidos pelos repórteres:



Por Elisa Whately

- Estamos enfrentando um ano preocupante do ponto de vista do progresso da ciência da analise climática -



André Trigueiro alerta para as consequências do alto consumo


“Os muitos espaços do jornalismo ambiental” foi o tema da palestra do jornalista e professor André Trigueiro, em 18 de outubro,sexta-feira, no V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (CBJA). 

André falou de assuntos preocupantes do cenário atual. Alertou sobre as consequências do aceleramento da economia e questões básicas à saúde pública. E ainda defendeu que o tema meio ambiente deve ser prioridade na política. “No mundo perfeito não precisa ter editoria de meio ambiente nem Ministério do Meio Ambiente. Enquanto o tema for assunto de uma pasta estamos perdidos”, analisou.





O desenvolvimento da economia é tratado com mais importância do que as questões ambientais que cercam as consequências do aceleramento deste setor. Tudo que pode ser feito para o estímulo à economia não é feito com dois pesos e duas medidas, é apenas feito para o crescimento do país.

É preciso levar em consideração o fator das mudanças climáticas, que gera transformações em outros setores. Hoje é questionável a construção das três maiores hidrelétricas do país. O projeto inicial precisa ser modificado para fazer sentido no cenário atual, que muda com frequência devido a fatores climáticos.

Economia - O setor automotivo é um dos setores que mais cresce economicamente no Brasil. O colapso da mobilidade urbana, mais a redução da taxa de IPI é um estimulo para o aumento na compra e consumo de carros, o que aumenta a poluição. Estamos andando para trás. Medidas como esta anula o estímulo para diminuir a frota e o transporte de qualidade. A quantidade de carros que andam, apenas com um único passageiro, é maioria nas cidades do país. Brasília e Curitiba são planejadas e relativamente novas, que enfrentam engarrafamentos colossais diariamente.

Saneamento básico - O Brasil está atrasado com o saneamento. Dos 40% de rede coletora, 47% recebe algum tipo de tratamento. Esses números são de países africanos médios. Com esses indicadores estamos permitindo que apareça no país educação de subcidadãos, acarretando uma perda expressiva da capacidade de aprendizado, retenção de informação e memória para o resto da vida. É uma tragédia silenciosa e oculta.

O país tem que investir em educação de qualidade para todos, pois as pessoas que não tem acesso a uma boa educação e um tratamento básico de esgoto, não largam no mesmo parâmetro de outras pessoas em condições de saúde melhores.




André Trigueiro critica governo Dilma

Por Ana Paula Almeida 

- André Trigueiro abre a manhã de palestras no dia 18 de outubro e aborda assuntos recentes como energia, governo Dilma e alianças políticas -



 André Trigueiro aborda espaços do jornalismo ambiental
O jornalista André Trigueiro - Membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental e professor de Jornalismo Ambiental da PUC/Rio - foi a figura principal para abordar uma série de assuntos recentes. Ele começou a palestra criticando o governo Dilma. “Enquanto no governo Dilma o meio ambiente for assunto de uma pasta só, estamos perdidos”, afirma André. O surgimento dessa discussão foi devido o fechamento da editoria de meio ambiente do jornal The New York Times que  causou polêmica, principalmente no meio jornalístico. De acordo com André não é preciso ter uma editoria para falar de meio ambiente, essa pauta deve existir em todas as editorias, é um assunto que deve ser abordado sempre e o jornalista tem a função de enxergar novas possibilidades para falar sobre o tema. André por fim indaga, “Qual a política ambiental do governo Dilma?” 

O palestrante relatou uma experiência de sua carreira profissional na Globo News. O jornalista falou sobre o programa Cidades e Soluções que apresentou no dia 07 de outubro falando sobre o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O debate gerou discordância entre os internautas que acompanhavam o programa. Foi um debate com os convidados Carlos Nobre, secretário do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), Emílio La Rovere, coordenador científico do PBMC e Suzana Kahn, vice-presidente do grupo de Mitigação do Painel Intergovernamental. Assista o programa no vídeo abaixo.



Outro assunto abordado pelo jornalista foi o uso da energia. André relatou a autossuficiência do petróleo que os Estados Unidos está prestes a alcançar “Estados Unidos será autossuficiente em petróleo até 2020”, afirma. Ele ainda falou sobre a importância do gás de xisto na economia, que será uma pauta importante para os jornalistas. 

Ele conclui a palestra falando do papel que o jornalista exerce. “A função do jornalista é reparar em certos detalhes”, diz André. 




“Nós somos analfabetos ambientais”, afirma André Trigueiro

Por Thaïs Martins

- Com essa frase, o jornalista responde a última pergunta da pequena entrevista concedida aos repórteres antes de iniciar sua palestra -

 Desde a chegada de André Trigueiro em uma universidade da Asa Norte, em Brasília, o jornalista ambiental foi abordado por uma grande quantidade de repórteres que buscavam depoimentos e palavras do profissional. Na porta do auditório, em que foi sediada a segunda palestra de inspiração do V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, o jornalista já esclarecia dúvidas, exclusivamente, para mais de seis repórteres. Trigueiro responde sobre a questão da formação do jornalista para o desafio que o jornalismo ambiental traz dizendo que somos “analfabetos ambientais”.

A palestra que teve início às 9h da manhã de sexta-feira (18) ministrada pelo conceituado professor de jornalismo ambiental da PUC/Rio, André Trigueiro, durou quase uma hora a mais que o tempo estipulado na programação do evento por causa da grande interação da platéia com o palestrante. Com uma média de cinquenta pessoas na sala, o jornalista foi aplaudido por todos os presentes.



O tema ‘Os muitos espaços do jornalismo ambiental’ foi bastante desenvolvido por André. O jornalista buscou aproximar o tema com sua realidade, suas experiências e sua jornada para exemplificar todos os detalhes do assunto. O jornalista mostrou que é interesse atual falar de sustentabilidade e fazer jornalismo ambiental. “No que diz respeito ao jornalismo ambiental, eu sou absolutamente suspeito pra falar, porque quando entrei na CBN, em 2003, para ser o primeiro comentarista de sustentabilidade na rádio, eu não imaginava que no intervalo de 10 anos teriam mais três ou quatro comentaristas de sustentabilidade. Isso só pode ser atribuído ao interesse da agência. Não é uma rádio que faz caridade e não é uma rádio ambientalista, é uma rádio comercial” afirma André.

Trigueiro discorreu sobre a atuação dos jornalistas dizendo que a maior parte deles não é setorista, ou seja, fazem cobertura de pauta em diversas áreas. “Um setorista de economia não pode ir para uma coletiva do Mantega anunciando redução do IPI de automóveis e não perguntar ‘O senhor considera isso uma vantagem, mas há estudos mostrando que é um custo na proliferação de automóveis nas cidades’. Essa é uma pergunta que o setorista não faz” explica André (foto).

O jornalista falou também sobre o espaço que a mídia tem cedido para os jornalistas tratarem de sustentabilidade. 

Jornalista ambiental tira duvida de repórteres antes de palestra



André Trigueiro fala sobre desafios do jornalista em cobertura de jornalismo ambiental




Jornalista ambiental André Trigueiro fala da situação ambiental do planeta

Por Marcos Acypreste

- Fonte energética e Saneamento básico foram temas falados durante a palestra realizada no V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental -


André Trigueiro participa do V Congresso Brasileiro de
Jornalismo Ambiental no UniCEUB
"Enquanto o meio ambiente for assunto de Ministério, o mundo estará perdido", foi essa frase que marcou o início da palestra do membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), André Trigueiro. A base da apresentação foi as críticas ao modo que o Brasil cuida e discute a situação ambiental. A palestra abriu a programação do segundo dia do V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, realizado no UniCEUB entre os dias 17 e 19 de outubro.

De acordo com Trigueiro, a gestão do governo Dilma Rousseff não apresentou, até agora, um papel sustentável, o que preocupa cientistas e ambientalistas. “Os trabalhos científicos estão mostrando a verdade, mas nós não estamos dando a devida atenção. Um exemplo disso é a redução do IPI, o que leva ao crescimento do consumo de carros e, consequentemente, da poluição”, afirmou o jornalista. Ainda segundo o professor, a questão ambiental não é, em um todo, questão política. Para ele, as decisões precisam levar em consideração os estudos e as manifestações da natureza.

Outro ponto apresentado foi a transposição do Rio São Francisco, que segundo o último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a obra terá um custo de R$ 8,2 bilhões de reais. O Projeto promete atender mais de 12 milhões de pessoas. Para o palestrante, não adianta construir essa grandes canais e não trabalhar e melhorar o saneamento básico. “O Brasil quer ser considerado um país desenvolvido, mas não tem os dois pontos principais: Educação de qualidade e saneamento básico. Somos comparados a países Africanos”, afirma.

Pessoas de todo o Brasil assistiram a palestra do Jornalista André

O problema do saneamento básico não se limita só as estatísticas das crianças que morrem. A faixa etária de 0 a 4 anos também sofre. De acordo com estudos científicos apresentados por André, quando esses jovens fazem o consumo de águas poluídas e ficam doentes, com diarreias, por exemplo, elas perdem grande capacidade de aprendizagem, refletindo no futuro educacional.


O palestrante também apresentou temas como a construção de hidrelétricas, que estão sendo feitas com um olhar voltado para os últimos 50 anos, o que para ele pode ser um tiro no pé por causa das mudanças ambientais, do aumento do uso do mineral no mundo e da mobilidade urbana.

Aumento da temperatura causa alterações no clima brasileiro

Por Fellype Sales 

Relatório do IPCC aponta que a temperatura da Terra pode subir em até 4,8 graus Célsius, caso as taxas de emissão continuem crescendo - 



Para André Trigueiro, a elevação da temperatura é causada pela grande emissão de CO²

A discussão sobre condições climáticas, saneamento básico, energia limpa e outras questões que permeiam o meio ambiente e a sua manutenção, foram pontos de debate na palestra do professor da PUC-RJ, André Trigueiro, durante o 5° Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental.
De acordo com o professor, a crescente elevação da temperatura, causada principalmente pela emissão de CO², tem alterado a situação de quem vive em regiões de temperaturas adversas. “Com o aumento da temperatura ideal, o semiárido brasileiro está se transformando em árido. As condições para o plantio não são mais as mesmas. Quem plantava maçãs em Santa Catarina está migrando para outras regiões, porque a temperatura não é mais favorável”, disse.

O novo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, sigla em inglês) mostra que a temperatura da Terra pode aumentar em até 4,8 graus Célsius. De acordo com o relatório, existe 90% de certeza que dias e noites frias reduziram, e cerca de 60% de que as ondas de calor aumentaram de forma acentuada.

Como nova fonte de energia, o Brasil tem buscado outras diretrizes, como por exemplo, o gás de xisto (gás de folheio). Segundo o palestrante, este tipo de fonte de energia é muito insegura, porque pode contaminar lençóis freáticos. “Os Estados Unidos começaram a fazer a captação do gás de folheio e o escape de gás metano contaminou os lençóis freáticos. O Brasil precisa tomar o mesmo cuidado”, alertou. 

Política
Durante o debate também foram realizados comentários sobre a aliança entre a ambientalista, Marina Silva e o atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos. “Eu não entendo esta aliança entre a Marina Silva e o Eduardo Campos, embora respeite muito a Marina. Eu fico pensando como ela fez esta aliança se até uma semana antes dela concorrer, Campos era aliado de Dilma Rousseff? A presidente não tem um plano eficiente na área de meio ambiente”, disse Trigueiro.  



Para André Trigueiro, não é preciso ser um ambientalista para trabalhar na área do jornalismo ambiental

Por João Paulo Machado

André Trigueiro deu inicio ao segundo dia de trabalhos do V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (V CBJA), com a palestra “Os muitos espaços do jornalismo ambiental”

Na sexta-feira (18), durante V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, o jornalista e professor André Trigueiro falou sobre diversos assuntos relacionados a prática do jornalismo com foco no meio ambiente.

Trigueiro comentou sobre a decisão tomada, no início deste ano, pelo jornal americano “The New York Times” de fechar sua editoria de meio ambiente e redistribuir os profissionais da equipe por outras editorias na redação. De acordo com ele, o profissional que queira trabalhar na área não precisa ser um ativista da causa, é preciso apenas estar sempre atento e antenado com as questões que inserem o assunto no dia a dia.

O jornalista também falou sobre temas como a geração de energia e a explosão mineral no mundo; saneamento básico; mobilidade urbana; e a inexistência de uma política ambiental no Brasil. Sobre o tema saneamento, Trigueiro destacou que nenhum país em todo o mundo alcançou o desenvolvimento sem uma estrutura de saneamento adequada e educação de qualidade. “O Brasil está atrasado. Não chega a 40% a rede coletora”, afirmou.

André trigueiro também abordou o tema da mobilidade urbana. Segundo ele, no Brasil, quase todas as capitais sofrem com os engarrafamentos, por culpa da falta de estrutura e de planejamento. Trigueiro ressaltou que o ponto de partida para as mobilizações que tomaram conta do país em julho deste ano foi a insatisfação popular com problemas na mobilidade, com foco principal no chamado “passe livre”. Conforme o jornalista, a falta de mobilidade gera diversos prejuízos a sociedade, como por exemplo, impactos na área da saúde, perda do direito de ir e vir e a perda da produtividade.

O V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental ocorreu entre os dias 17 e 19 de outubro no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).  O evento reuniu profissionais e estudantes de comunicação de todo o país para debater o uso e a ocupação do solo no Brasil, bem como os objetivos do desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, definidos durante a Rio+20.  No congresso, foram realizadas palestras, oficinas temáticas, debates e painéis.





André Trigueiro aponta crise no jornalismo ambiental





Por Marcela Oliveira 


- Palestra aponta que o jornalismo ambiental brasileiro precisa melhorar nos próximos anos - 

Em palestra, o membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental e professor da PUC/RJ, André Trigueiro discursou sobre as coberturas brasileiras de meio ambiente, e apontou que ainda tem muito a melhorar. “As perguntas certas não estão sendo feitas aos responsáveis e entendedores do meio sustentável. Enquanto isso acontecer, o jornalismo ambiental brasileiro não irá crescer, da forma e velocidade que deveria”, afirmou André.

O meio ambiente está envolto a muito mais do que flora e fauna. Nesse contexto, André afirmou que o Brasil precisa melhorar pontos mais básicos, para em consequência dar atenção ao meio ambiente. “Nenhum país foi considerado desenvolvido, de primeiro mundo, sem educação e saneamento básico de qualidade”, explicou.

Ainda em um contexto sociológico, Trigueiro falou sobre gerações de subcidadãos, pessoas que não podem crescer e subir na vida, porque não têm essa oportunidade. “Se uma criança passa muito mal de diarreia, mas não morre, e vive a infância nessas circunstâncias, qual perspectiva ela vai ter? Não é mais uma questão de pobreza momentânea, essa pessoa vai ser pobre sempre, porque não vai ter chance de crescer”, afirmou André.

Para finalizar a apresentação, André Trigueiro falou sobre a redução do IPI dos carros. Em sua opinião, o governo nada ajuda o meio ambiente ao reduzir essa taxa. A metástase dos automóveis gera impacto na saúde, no direito de ir e vir das pessoas (quando se precisa fazer um socorro rápido e o trânsito não permite chegar ao local), e a perda da produtividade das pessoas, que desperdiçam horas em engarrafamentos, quando poderiam estar produzindo e trazendo ao Brasil novas perspectivas. 

Autor dos livros “Mundo Sustentável 2 – Novos Rumos para um Planeta em Crise""Mundo Sustentável - Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em transformação" e “Espiritismo e Ecologia”, Trigueiro apontou as tendências de exportação brasileira em carvão mineral e gás de xisto, que vem se tornando uma fonte muito importante de gás natural.

O V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, que aconteceu em Brasília, de 17 a 19 de outubro, no Centro Universitário de Brasília, UniCEUB.

Os diversos espaços do jornalismo ambiental são comentados por André Trigueiro



Por Amanda Zaidan 


- O V CBJA contou com palestras, painéis e oficinas para explicar o ramo de jornalismo ambiental atualmente -



Nos dias 16 a 19 de outubro de 2013, Brasília foi escolhida como sede da quinta edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. O V CBJA que ocorreu no Centro Universitário de Brasília- UniCEUB, contou com a participação de congressistas, divididos entre jornalistas de diferentes regiões do país e da América Latina.



André Trigueiro participa do segundo dia do V CBJA no UniCEUB
A palestra do dia 18 de outubro (sexta-feira) foi realizada pelo jornalista e professor André Trigueiro, relatando “Os muitos espaços do jornalismo ambiental”. O professor inicia sua palestra contando sobre a decisão tomada no inicia deste ano, pelo jornal americano The New York Time, onde teria de fechar a editoria de meio ambiente e redistribuir os profissionais dessa equipe por outras áreas da redação. André opina dizendo que “o jornalista não precisa ser verde para falar do meio ambiente”, e que o importante é reparar os detalhes e estar sempre atento com questões em pautas, como o exemplo citado de uma entrevista coletiva do Ministro da Fazenda sobre a redução do IPI dos automóveis.

André seguiu esclarecendo outros temas importantes como a geração de energia e explosão mineral no mundo, saneamento básico, mobilidade urbana e a falta de um politica ambiental no Brasil. Sobre o saneamento, o professor destacou que nenhuma nação alcançou o desenvolvimento sem dois conceitos principais: saneamento e educação de qualidade e usa o Brasil como exemplo, afirmando que estamos muito atrasados nestes dois quesitos, pois nossa rede coletora não chega a 40% e nossa educação está longe de ser de boa qualidade. Já sobre a mobilidade urbana, Trigueiro fala que quase todas as capitais sofrem com os engarrafamentos e relembra os prejuízos causados à população com a falta de mobilidade são: impactos na saúde, perda do direito e ir e vir e a perda da produtividade.

Após esclarecer estes temas importantes sobre jornalismo ambiental, André encerrou sua palestra abrindo espaço para uma rodada de debate rápido com a plateia, onde tentou responder a diversas perguntas referentes ao meio ambiente e jornalismo ambiental no Brasil.



Saneamento básico do Brasil tem indicadores africanos e atrasa desenvolvimento do país  
Por Natasha Teles
- De acordo com André Trigueiro, problemas primários como o saneamento básico, deixam o Brasil atrás no cuidado com o meio ambiente e com a saúde pública -  
Dengue, diarreia, febre amarela e malária. Essas são algumas das doenças causadas pela falta de saneamento básico. Segundo dados de uma pesquisa do Instituto Trata Brasil, cerca de 5,4 bilhões de litros de esgoto produzido pelos brasileiros são lançados diariamente no meio ambiente sem qualquer tratamento, contaminando os solos e facilitando a disseminação das doenças citadas acima. Esse número representa 64% dos 8,4 bilhões de litros de esgoto gerados todos os dias nas áreas urbanas. Nesse cenário precário, André Trigueiro denuncia: “Dizem que o Brasil é um país desenvolvido, que faz inclusão, que não tem mais pobre. Mas ainda não trata cocô!”.  
André Trigueiro expõe suas impressões sobre o V CBJA

Nesse ritmo de denúncia, André Trigueiro, Membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental e professor de Jornalismo Ambiental da PUC/Rio, deu uma palestra chamada “Os muitos espaços do jornalismo ambiental” no V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. Além de tratar de assuntos, como, a importância de jornalistas com conhecimentos ambientais em todos os setores e editorias, André chamou atenção para problemas gravíssimos que o Brasil precisa enfrentar. (foto acima) 
André afirma que, segundo dados do Trata Brasil, o nosso país tem indicadores africanos quando o assunto é saneamento básico e alerta os jornalistas para a cobertura incompleta, feita atualmente. “Quando a criança morte é assunto. E quando crianças sofrem com diarreia grave, perdem líquido, ficam desidratada e não morrem? Não são assunto? André explica que se crianças de 0 a 4 sofrerem esses sintomas, podem ter uma expressiva perda na aprendizagem, na retenção de informação e na memória. E classifica esse fato de “tragédia silenciosa e oculta”.   
Entretanto, André reconhece que não adianta simplesmente apontar o erro. É preciso buscar os responsáveis e buscar as soluções. A Fundação Vale promoveu um curso de capacitação chamado: "Política e Gestão dos Serviços de Saneamento Básico" para nove municípios localizados ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). A capacitação teve como objetivo apoiar os municípios participantes na elaboração dos planos municipais de saneamento básico, na gestão dos serviços, na captação de recursos e na criação de consórcios públicos.   
Iniciativas como essa podem dar o exemplo para o resto do país conscientizar-se de um problema que afeta, além do meio ambiente, a saúde pública.