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A escravidão dos tempos modernos

Apontado como uma das atividades criminosas mais lucrativas, o tráfico de pessoas gera mais de 2,5 milhões de vítimas por ano 

Em busca de melhores condições de vida, há exatos 12 anos, Fabiana Mendes,42, saiu de Goiás rumo à Espanha para trabalhar como garçonete. Ao chegar viu-se obrigada a se prostituir para pagar uma dívida de 30 mil euros. Esta é a realidade de milhares de pessoas que são vítimas do tráfico de pessoas. É um crime que, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), gera mais de 2,5 milhões de vítimas por ano no mundo e ainda chega a movimentar 32 bilhões de dólares/ano, segundo dados da cartilha do Plano Nacional em Combate ao tráfico de pessoas do Governo Federal. Para fins específicos de exploração sexual, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), estimou cerca de 1 milhão de pessoas, sendo 98% mulheres, traficadas anualmente. 
Vítima de tráfico para prostituição, Fabiana conta que recebeu o convite de uma pessoa da sua própria família. "Ela era prima do meu ex-marido e estava na Espanha há cinco anos. Disse que eu iria trabalhar na lanchonete com ela e até mandou fotos do suposto emprego". Com tudo pago pela quadrilha, a goiana partiu sem desconfiar de nada para León, uma cidade no noroeste da Espanha. Fabiana lembra que o momento da descoberta foi um choque. "Me falaram calmamente: Não te contaram mais o trabalho aqui é prostituição, o seu passaporte esta retido e você tem que ficar no mínimo com dez homens por noite para pagar a sua dívida que é de 30 mil euros. O meu mundo simplesmente desabou", recorda.
Fabiana, na época, tinha 30 anos, era mãe solteira de dois filhos e estava a procura de um emprego melhor. Este é normalmente o perfil que os aliciadores procuram. O psicólogo e professor da UnB, Mário Ângelo da Silva, que visitou à trabalho os principais destinos do tráfico na Europa, explica que as vítimas, na maioria das vezes, são mulheres, na faixa etária entre 18 e 30 anos, com baixa escolaridade, baixa renda, pouca ou nenhuma inserção no mercado de trabalho, provenientes de famílias numerosas, mães solteiras e preferencialmente mulatas. No Brasil, o estado de Goiás é o maior polo de aliciamento do país, mas especificamente Goiânia e Anápolis. "A região norte, Fortaleza e o Rio de Janeiro, também são bem citados", afirma o pesquisador, Mário Ângelo. Já os principais destinos das vítimas são normalmente a Espanha, Portugal, França, Itália e Alemanha.

Vida de traficada
Imagine: viver em um país onde não se fala a sua língua, em cárcere privado, sem contato social ou com a família, sendo tratada de forma violenta, se alimentando mal, tendo uma jornada de trabalho de 14 horas por dia sem descanso, tendo muitas vezes que usar o álcool e as drogas para aguentar o trabalho degradante, tendo a família e a sua própria vida ameaçada de morte diariamente. Essa é a vida de milhares de pessoas que saem de seus países de origem em busca de um sonho e que caem nas redes do tráfico humano. "Eu me sentia sufocada", conta Fabiana que presenciou vários suicídios, abortos, surtos de dependentes químicos e brigas violentas. "Além disso, presenciei todos os tipos de tráfico, de criança para prostituição, de bebês, de drogas...", acrescenta. A goiana lembra que a solução dela foi o álcool. " Eu tive que aprender a beber para poder enfrentar aquele mundo", lamenta. 
Diariamente, a dívida de Fabiana só aumentava. Além dos 30 mil euros, ela tinha que pagar,por dia, 100 euros da estadia e ainda 50 euros da alimentação. Outro fator que contribuía para o aumento da dívida era a cota mínima de clientes por noite. A goiana não conseguia chegar nem ao menos na metade. A vítima conta que a sua calma e racionalidade que a mantiveram viva. "As revoltadas sempre apanhavam muito, tentavam fugir e acabavam mortas". Ela conta que até cogitou a fuga, mas que era realmente muito complicado. "Primeiro que o clube ficava em uma beira de estrada, não tinha pra onde ir. Segundo que a polícia e o pessoal da imigração também faziam parte do esquema, o que dificultava muito, e ainda tem pessoas vigiando nossa família no Brasil. Se fizermos algo de errado eles matam todo mundo", explica Fabiana. Além disso, as traficadas se tornam pessoas sem identidade. "Ninguém nunca vai saber quem realmente você é, por que o passaporte é tomado e a gente recebe um novo nome, o nome de guerra com eles chamam", lembra a goiana.
Para sobreviver ao tráfico, Fabiana teve que planejar o que ia fazer todos os dias."Eu tive que criar uma rotina, isso que me ajudou a não enlouquecer. Se você não se adaptar você se mata", explica. A goiana fez muitas amizades, inclusive com os clientes. Foi isso que a libertou. "A maioria dos clientes tinham muito dinheiro. Alguns pagavam muito pelo programa fora, cerca de 10 vezes mais, principalmente os árabes". Os clientes sabem do tráfico, mas a única forma que podem ajudar é pagando a mais. Fabiana conseguiu juntar 28 mil euros em um ano. Os dois mil euros restantes ela pagou com as jóias que havia ganhado de presente, e por fim conseguiu ser libertada.
Condições degradantes
As condições em que as vítimas são obrigadas a viver causam vários comprometimentos na saúde física e mental delas.O pesquisador Mário Ângelo, que presenciou essas situações, explica que o ambiente é quase sempre insalubre e sem higiene. Foi constatado em sua pesquisa - Saúde, migração, tráfico e violência contra as mulheres - feita em parceria com o Ministério da saúde, que é muito grande a ocorrência de casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST's - ,como a HIV, de mulheres grávidas - que são obrigadas a abortarem seus filhos em condições precárias de higiene deixando muitas sequelas físicas - , de dependência química de álcool e drogas, de depressão,de casos de suicídios e de doenças hormonais em função do abuso de anticoncepcionais.
"Na prostituição não se sabe o que é prevenção. Eu morria de medo de pegar AIDS", conta Fabiana. Além disso, ela relata que existem cidades que são mais rígidas que outras. As traficadas são obrigadas a realizarem um rodísio e foi assim que a goiana conheceu o esquema do tráfico da cidade de Logroño e Santiago de Compostela, ambas na Espanha. "Nessas cidades os quartos tinham grades nas janelas e não tinham nenhum acesso à limpeza. E ainda, as novatas tinham que ficar uma semana tomando heroína na veia, era bem mais rígido". O pesquisador Mário Ângelo, ressalta que a maioria das vítimas não eram usuárias de drogas antes de saírem de seus países. "Lá elas acabam tendo que usar, vezes obrigadas, vezes por que precisam", afirma. Muitas além de virarem dependendes acabam tendo que se tornar traficantes também.  "Há uma associação muito grande entre o tráfico de pessoas e o de drogas. Elas acabam virando "aviões" para vender pequenas porções de drogas para outros países", destaca.
Mesmo vivendo como prisioneiras e em péssimas condições de trabalho, muitas não querem ou as vezes não conseguem mais sair dessa vida. Em alguns casos, a vítima vivia em um lugar tão precário que considera aquela situação um luxo. "Algumas meninas não conseguiam mais sair em função da dependência química ou por se acostumarem tanto com aquilo a ponto de não conseguirem mais viver longe. Aquele se torna o mundo delas", explica Fabiana. Ainda  existem casos em que a família não aceita a vítima de volta em função do trabalho de prostituta. Com isso, permanecer no tráfico se torna a única opção para essas mulheres.
Uma rede sem limites
São inúmeras pessoas envolvidas em uma rede de tráfico humano. Cada pessoa tem a sua função, tudo muito bem articulado. O que não se imagina é ter políticos, policiais, delegados, pessoas que trabalham na imigração e na embaixada dentro dessa rede de criminosos. O pesquisador Mário Ângelo afirma que o tráfico só acontece justamente por que existem pessoas na própria estrutura do governo, e principalmente nas polícias, que são coniventes e que ganham com esse esquema. "Os agentes do tráfico de pessoas, que vão desde os aliciadores até os agenciadores mais ocultos do sistema, fazem parte de uma rede bastante complexa e bem articulada, que envolve inúmeras pessoas e instituições que deveriam estar a  serviço da vida e dos direitos das pessoas, mas se articulam e agem contrariamente", explica a irmã Eurides de Oliveira, Coordenadora da Rede "um grito pela vida" - grupo de religiosas que atuam em todo o país trabalhando na  prevenção e assistência das vítimas do tráfico.
Fabiana confirma essa questão. Ela afirma que os policiais recebiam denúncias do clube de prostituição e sabiam sobre o tráfico, mas que não faziam nada. "A gente ficava três dias presas e depois devolviam a gente para o clube", lembra. Além disso, a vítima conta que se você for na embaixada brasileira, contar sobre o tráfico e pedir para ser deportada, eles ignoram o seu problema. Para ser deportada, segundo ela, é preciso ser parada aleatoriamente por um policial na rua com o passaporte vencido.
Além do número extenso de pessoas que fazem parte dessa rede, há outras questões que dificultam as ações contra os criminosos, como por exemplo o alto grau de poder financeiro e discrição com que eles trabalham. Segundo o Ministério da Justiça, no período entre 2005 e 2011, a Polícia Federal indiciou 381 suspeitos por tráfico internacional de pessoas para exploração sexual. Desse total, 158 foram presos. Ou seja, menos da metade dos crimes levou à punição dos criminosos. A Delegada da Polícia Federal, Paula Dora, explica como funciona o processo da denúncia até uma investigação de fato. "Nós recebemos muitas denúncias anônimas, denúncias de parentes de vítimas e tem também uma grande parcela ligada à questão  da cooperação internacional. Então algumas embaixadas mandam informações noticiando que quadrilhas foram desbaratadas fora do país. Esse é o primeiro ponto, como chega a informação. Depois que a informação chega na Polícia Federal são feitos levantamentos de inteligência para depois verificar minimamente a viabilidade de gerar uma investigação", esclarece a Delegada.
(continuação próximo post)

A escravidão dos tempos modernos (parte 2)

( parte 2 reportagem)

Um crime que se torna invisível
O fim da exploração pode acontecer de várias maneiras. Algumas vítimas conseguem fugir, outras conseguem ajuda e outras pagam a dívida e se tornam livres. "Essas pessoas quando voltam, chegam normalmente muito fragilizadas, tanto fisicamente quanto mentalmente", afirma o pesquisador Mário Ângelo. O maior problema para o combate ao tráfico se encontra nesse momento, em que as vítimas chegam e não aceitam fazer nenhum tipo de denúncia, tanto por medo de serem perseguidas pelos traficantes quanto por vergonha da prostituição. " Contar sobre o tráfico, para elas é admitir um fracasso", explica Mário. O pesquisador ainda acrescenta que de fato há muitos relatos de perseguições às vítimas a mando dos traficantes e que essa questão dificulta muito a fiscalização e punição dos traficantes, por isso é um crime que se torna invisível para a sociedade.
Quando Fabiana conseguiu se tornar livre do tráfico, não pode voltar imediatamente ao Brasil. A goiana ainda permaneceu um tempo na Espanha e depois na França juntando dinheiro para retornar de forma regular. Hoje, ela mora na Ceilândia, é estudante de direito e assistente administrativa de um escritório de advocacia. Durante esses 12 anos que se passaram desde o tráfico, Fabiana conta que já pensou em denunciar, mas que não acredita que isso possa resolver alguma coisa hoje. "Pra você denunciar o crime e fazer com que o governo olhe pra ele, uma tragédia precisa acontecer, e eu não quero ser essa tragédia", afirma. A goiana sofreu um sequestro um pouco após ter retornado ao Brasil, mas até hoje não pode afirmar que foram o seus traficantes.

Enfrentamento
A pesquisa - Saúde, migração, tráfico e violência contra a mulheres -, aponta uma  mobilização internacional bastante expressiva na questão de identificar as rotas e punir os aliciadores. Entretanto, assim como reconhece a UNODC (United Nations Office on drugs and crime - Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), a prevenção e assistência as vítimas, é um ponto deficitário nesse combate, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. A Subsecretária Geral das comunidades brasileiras no exterior/MRE, Adriana Telles Ribeiro, assegura que o combate ao tráfico de pessoas e a assistência as vítimas requer uma política intersetorial. "É preciso que vários ministérios e vários órgãos, bem como organizações da sociedade civil se coordenem para elaborar uma política eficaz, afirma Adriana. 
Já Mário Ângelo reconhece outro ponto. "O que o governo precisa fazer na verdade é dar condições melhores de vida, trabalho e educação para essas pessoas pra que elas não precisem e não prefiram ir para o exterior", explica o pesquisador. O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - Dr. Marcelo Lavenére, explica que é essa alta diferença social no país que gera o problema do tráfico humano. "A raíz desses males todos é a extrema desigualdade e o sistema que privilegia o capital e que mercantiliza tudo. Tudo se torna mercadoria, a biodiversidade da amazônia, as belezas naturais, o corpo da mulher e até a ingenuidade das crianças", ressalta.
Uma das últimas ações do país este ano com relação a temática do tráfico humano foi a posse de 26 novos membros do Comitê Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conatrap) que visa o estudo de estratégias para a implementação de políticas públicas e o acompanhamento da implementação dos planos nacionais de enfrentamento ao crime. Além disso, em março, o  Brasil e a Argentina assinaram um acordo para reforçar a coordenação e a cooperação conjunta no combate e prevenção do crime de tráfico de pessoas. O Secretário de Justiça do DF, Jefferson Ribeiro, explica que uma das maiores dificuldades do enfrentamento é ter que trabalhar no escuro. "Não há números concretos, as pesquisas chegam atrasadas e não são totalmente fidedignas. É um crime que, infelizmente, age às escuras", afirma o Secretário.  A Subsecretária Adriana Telles também aponta a questão da falta de dados como uma dificuldade e acredita que essa ausência de informações é devido à falta de denúncias por parte das vítimas.
Sobre o enfrentamento ao tráfico, Fabiana diz que se sente frustrada. "É muito triste saber que esse tráfico só aumenta. É um caso perdido pro estado. Podem até tentar tirar uma menina ou outra, mas sempre vão ter muitas. Os meus traficantes ainda estão lá, fazendo as mesmas coisas de sempre", garante. Para a irmã Eurides de Oliveira, "só será possível a concretização do sonho de uma sociedade sem tráfico de pessoas, se houver uma ampla comoção e mobilização social e política, articulada em redes de proteção e defesa de direitos das populações empobrecidas, vítimas em potencial deste crime hediondo".

Tráfico e Copa

Este ano, o Brasil irá sediar um dos maiores eventos esportivos do mundo. A copa de 2014, segundo dados do Instituto Brasileiro de Turismo - Embratur -, irá atrair cerca de 7 milhões de turistas estrangeiros para o país. A Conferência dos Religiosos do Brasil - CRB - acredita que esse megaevento traz uma série de riscos que podem maximizar condições nas quais pessoas são enganadas com falsas promessas sobre trabalho e melhoria de vida. A Coordenadora irmã Eurides, aponta que nas últimas copas houve um aumento considerável do tráfico de pessoas. "Organizações que atuaram na copa da Alemanha, em 2006, afirmaram que houve um aumento de 30% da exploração sexual no período do evento e organizações que atuaram na copa da África do Sul ,em 2010, também perceberam um aumento de cerca de 40% da atividade. Além disso, as cidades sedes escolhidas para a copa, Salvador, Fortaleza, Rio de Janeiro entre outras, estão entre as principais rotas da exploração sexual", afirma a coordenadora. 
O pesquisador Mário Ângelo explica essa questão: "Aproveitando de vem um número muito grande de estrangeiros para o Brasil, as redes do tráfico já se organizam e aliciam as meninas pra servirem esses estrangeiros. Depois, para elas seguirem para o exterior com eles é muito mais fácil", garante. O Secretário de Justiça, Jefferson Ribeiro também menciona o grande potencial do aumento do tráfico de pessoas na copa: "Espera-se receber aqui no Brasil nesse período, cerca de 600 mil turistas estrangeiros e mais de 3 milhões de turistas nacionais que estarão transitando nos diversos estados brasileiros. Há com certeza o risco de exploração sexual e tráfico", finaliza.
  O tráfico de pessoas é tema de duas campanhas este ano. A Rede "um grito pela vida" criou a campanha “Jogue a favor da vida – denuncie o Tráfico de Pessoas" e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB - tem como Campanha da Fraternidade deste ano o lema "É para a liberdade que Cristo nos libertou". A primeira tem o objetivo de alertar sobre os riscos antes e durante a Copa do Mundo e a segunda pretende divulgar e conscientizar sobre a questão da prevenção e denúncia ao crime. O Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner explicou o por que do tema tráfico de pessoas na Campanha da Fraternidade deste ano: "A gente procurou com esse tema, abrir os olhos da sociedade, mostrar que a realidade do trafico humano é uma realidade tão dura e sofrida que as pessoas não são mais tratatas como pessoas. Então, nós precisamos resgatar essas pessoas para que elas possam viver livres de novo". 

A questão do tráfico humano na copa também foi tema de uma coletiva realizada hoje, dia 14, na  sede da Conferência dos Religiosos do Brasil, em Brasília-DF. O evento reuniu  a imprensa, órgãos e instituições afins,  para discutir a temática da campanha "Jogue a favor da vida - denuncie o Tráfico de Pessoas".  Estavam reunidos na coletiva os seguintes representantes: A Vice-Presidente da CRB Nacional, Irmã Maria Ribeiro, a Coordenadora da Rede "um grito pela vida", irmã Eurides de Oliveira, o Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, o Secretário de Justiça, Jefferson Ribeiro e o Ex-Presidente da OAB, Marcelo Lavenére. A campanha propõe várias ações para o período da copa. Segundo a Irmã Eurides serão feitos  plantões de divulgação, de distribuição de material e de instrumentalização, principalmente em aeroportos, rodoviárias, pontos de maior fluxo de pessoas e centros turísticos. Além disso, o grupo também realizará reuniões com organizações do governo para garantir que os serviços de proteção e segurança sejam efetivos e ainda irão preparar e mapear os pontos de atendimentos onde as pessoas poderão fazer as denúncias.

Prevenção

O Conselho Nacional de Justiça - CNJ - destaca as seguintes orientações para casos de indícios de tráfico humano:
1) Duvide sempre de propostas de emprego fácil e lucrativo.
2) Sugira que a pessoa, antes de aceitar a proposta de emprego, leia atentamente o contrato de trabalho, busque informações sobre a empresa contratante, procure auxílio da área jurídica especializada. A atenção é redobrada em caso de propostas que incluam deslocamentos, viagens nacionais e internacionais.
3) Evite tirar cópias dos documentos pessoais e deixá-las em mãos de parentes ou amigos.
4) Deixe endereço, telefone e/ou localização da cidade para onde está viajando.
5) Informe para a pessoa que está seguindo viagem endereços e contatos de consulados, ONGs e autoridades da região.
6) Oriente para que a pessoa que vai viajar que nunca deixe de se comunicar com familiares e amigos.
7) Em caso de Tráfico de Pessoas, denuncie. Disque denúncia: 100 ou 180

*Os depoimentos da Delegada da Polícia Federal, Paula Dora, e da Subsecretária Geral das comunidades  brasileiras no exterior, Adriana Ribeiro, foram tirados de material fornecido pela UnB - Pesquisa " Saúde, migração, tráfico e violência contra mulheres" - UnB e Ministério da Saúde.

Por Yasmin Almeida

Estrangeiros escolhem estudar no Brasil

Muitas são as histórias de jovens que decidem seguir em busca de experiências com uma nova cultura
Nascido em Madrid, na Espanha, Alvaro Gómez de 22 anos passou quase cinco meses no Brasil, onde estudou Relações Internacionais na Universidade de Brasília. O ex-intercambista, que veio para o Brasil depois de conseguir uma bolsa de estudos, revela a vontade que tinha de explorar as terras brasileiras. “Eu estava aprendendo português e, além disso, consegui uma bolsa muito boa do Santander para estudar no Brasil. Tinha muita vontade de conhecer o país”, afirma o estudante. Ele é um dos exemplos de pessoas que resolveram vir para o Brasil, buscar uma oportunidade de estudar e aprender coisas novas através da convivência com uma nova cultura.
Alvaro visitando o Rio de Janeiro.

Ao relembrar da época que passou no Brasil, o estudante espanhol relata que conheceu muitas pessoas boas, curtiu muito as festas, viajou e aproveitou bastante as aulas na faculdade. Mas, apesar de, no geral, ter tido uma boa experiência, ele menciona também as dificuldades enfrentadas. “No início eu tive muita dificuldade com a língua, principalmente com a pronúncia do sotaque, mas aos poucos isso melhorou”, ressalta. “A burocracia brasileira também foi um problema. Mas, no geral, não tive muitas dificuldades”, alega Alvaro Gómez.
O jovem, que nunca tinha estudado em outro país, morou no Brasil de agosto a dezembro do ano passado. Agora já voltou para a Espanha para continuar os estudos, e se forma em junho. “Foi uma ótima experiência, muito melhor do que achava que seria. Gostaria muito de voltar para o Brasil, fiz muitos amigos por lá. Sempre me lembrarei com carinho dessa fase”, conta.
A história da estudante chinesa Lou Shuo é bem parecida com a de Alvaro. Ela, que mora em Macau, também tem 22 anos e estudou na Universidade Brasília por 10 meses. Mas, ao invés de estudar Relações Internacionais, ela estudou Letras-Português e Comunicação Social. Lou, que também nunca estudou em outros países fora o Brasil, morou em Brasília de setembro de 2012 a julho de 2013. Ao contar da sua vinda para o país, a estudante destaca também a diferença cultural. “Eu faço o curso de Letras-Português na Universidade de Macau, então tive a oportunidade de estudar no Brasil e resolvi ir, para praticar o português e conhecer a cultura do país, que é totalmente diferente da cultura oriental”.
            Ao analisar a experiência, Lou lembra de algumas dificuldades que enfrentou. “Um dos problemas que tive foi comprar passagens de avião, porque a maioria das empresas só aceitavam cartões de bancos brasileiros”, relata. Ela achou muito complicado quando tentava resolver alguns problemas pelo telefone, como, por exemplo, entrar em contato com uma empresa para que pudesse ter internet em casa. “É preciso passar por muitos passos até conseguir falar com a pessoa certa”.
            A jovem chinesa conclui o curso em Macau em junho deste ano, e tem planos de voltar ao Brasil no ano que vem para fazer um curso de mestrado na área de Comunicação, no Rio de Janeiro.  “Achei que a experiência de estudar no Brasil foi maravilhosa, foi a melhor decisão que já tomei até hoje”, ela conta com alegria. “O Brasil e seu povo me impressionaram muito, o jeito que eles vivem, a música brasileira, as paisagens naturais, tudo”, ela relembra com carinho.
            O Brasil alcançou um número histórico no final do ano passado. Segundo a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), com a marca de seis milhões de turistas em um único ano, o país passou dos 5 milhões que duravam desde 2005.
            Além dos que já fizeram intercâmbio, muitos ainda estão passando por essa experiência. O argentino Christian Amann, de 23 anos, está no Brasil desde fevereiro. Ele estuda agronomia na Universidade de Brasília e vai ficar no Brasil até fim do semestre para trabalhar com o pai na fazenda da família quando voltar para a Argentina. “Vim de intercâmbio nesse semestre através de uma bolsa do banco Santander. Estou pegando disciplinas optativas para acrescentar no meu currículo”, afirma.
Christian Amann na Universidade de Brasília

            Christian lembra que desde que entrou na faculdade, uma professora falava muito sobre a experiência de um intercâmbio. “Eu fiquei com muita vontade de ir para algum lugar, fazer algo diferente, conhecer outras pessoas. Aí saiu esse programa com bolsas exclusivamente para o Brasil, e eu pensei: essa é a minha oportunidade”, conta.
            O estudante é de uma cidade argentina chamada Andresito, que fica a 20km da fronteira com o Brasil. Portanto, já tinha o conhecimento do português. Ele relata que, por ser de fora do país, os brasileiros estão sempre se preocupando com ele. “Essa experiência está sendo muito melhor do que eu esperava, estou gostando bastante. O pessoal daqui é muito bacana, os professores e as atividades são muito legais”, comenta. Depois de tentar lembrar quais foram as suas dificuldades no Brasil, ele revela que não teve nenhum tipo de problema no país. “Acho que é por isso que eu estou gostando tanto”.
            Desigualdades - Kiese Hansen, de 20 anos, também veio estudar no Brasil. Ela passou quase quatro meses em Florianópolis no ano passado, principalmente para aprender português mas, no final das contas, teve várias aulas em inglês. A americana, que estuda Economia nos EUA, se forma em mais ou menos dois anos e fica no Brasil até o dia 16 de maio. “Em Florianópolis fiz cursos sobre as desigualdades sociais e sobre a história política da América Latina. Também fiz um curso sobre gestão de recursos naturais, com enfoque no que o Brasil está fazendo para ser mais sustentável. Foi muito interessante”, conta.
            No final do ano, Kiese foi passar cinco semanas com sua família em casa, e depois veio para Brasília, onde está desde fevereiro. “Eu queria aprender outra língua. Falo inglês e francês, então decidi que queria aprender o português e pensei que seria melhor ir para algum país diferente para estudar”, relata. “Escolhi o Brasil, pois acho o país mais interessante e dinâmico que Portugal em termos de economia”, justifica.
            A estudante crê que existam muitas semelhanças entre Brasil e os Estados Unidos em termos de desigualdades, sejam elas de gênero ou de renda em geral. “Eu gosto da ideia de trabalhar no Brasil com essas questões. Gosto de muitas coisas no país, mas o que mais me atrai são as pessoas e a cultura”, ela ressalta. Quanto aos pequenos problemas enfrentados nesse tempo que passou no país, Kiese afirma que uma das coisas mais difíceis é que o Brasil é um país onde muitas pessoas não sabem falar em ingles. “A barreira da língua é sempre um obstáculo. Outro ponto negativo é que em Brasília tudo é muito longe, você precisa de um carro para fazer várias coisas”, ela acrescenta.

            Apesar das dificuldades, a americana assume que está adorando morar no Brasil. “Minha experiência no país tem sido maravilhosa, melhor do que eu esperava. Eu consigo me ver morando e trabalhando aqui, por causa das diferentes oportunidades que o Brasil oferece”.

Por Alice Pacheco.

Estrangeiros ganham espaço na gastronomia da Capital

  Os estrangeiros ganham cada vez mais espaço no cenário brasileiro. Com o passar dos anos o número de pessoas vindas de outros países para tentar a vida no Brasil ganhou grande proporção. Na Capital Federal, por exemplo, a diversidade gastronômica tem encantado pelos novos sabores oferecidos aos mais variados paladares e conquistando um número considerável de adeptos, principalmente, pela quantidade de habitantes estrangeiros que residem na cidade. Sendo que muitos deles trabalham em representações diplomáticas que possuem sede na região.
   Para Rauflan Almeida, morador de Brasília há alguns anos, abrir espaço na cidade para o mercado gastronômico é muito importante. “Aqui em Brasília temos a oportunidade de conhecer quase todos os países do mundo, tem restaurantes para todos os gostos e bolsos”, diz ele.
  Quem deseja experimentar pratos diferentes vindos de outros lugares não encontram grandes dificuldades na hora da procura, como revela Almeida, que já experimentou vários tipos de comidas. “Gosto de comida Oriental. Conheço a culinária japonesa, chinesa, tailandesa e vietnamita. Conheci também a arte culinária francesa através da minha cunhada”, contou.
   A portuguesa Ivone Carvalho, uma das proprietárias do Bier Fass, localizado no Pontão do Lago Sul, veio para o Brasil com os pais e conta que se sentiu bem recebida no país e que a família não encontrou dificuldades na hora de montar seu negócio. “Há uma boa receptividade pelos brasileiros, é um país acolhedor que agrega à todos”, revelou.
  Mas a grande expectativa para os proprietários de restaurantes é a chegada da Copa do Mundo, que se realizará no Brasil neste ano. A preparação para receber os turistas também já está sendo feita  como afirma a empresária, “Estamos treinando equipe em outras línguas, providenciando tradução de cardápios e melhorando a tecnologia”. Tudo isso visando uma excelente receptividade para os visitante, que além de provar da comida tipicamente brasileira, poderão matar a saudade de casa com a culinária própria de seu país.

Foto: Divulgação


                                                                                                             Luana Anschau

Brasileiros recebem estrangeiros em casa

Comum em outros países, receber intercambistas em casa também é uma forma de conhecer novas culturas


Normalmente, quando se vai estudar fora do país, é comum que os intercambistas fiquem em casas de família. O que muitas pessoas não sabem é que isso também acontece no Brasil. Principalmente por causa da Copa do Mundo neste ano, muitas famílias brasileiras estão se preparando para receber estrangeiros em casa.
                Esse é o caso da família da estudante Clarissa Vargas, que recebeu durante uma semana a americana Claire Hartzheim. “A minha prima foi para a Dinamarca com o Rotary Club. Minha mãe achou muito interessante e decidiu fazer uma visita no daqui de Brasília. Nós fomos a uma das reuniões que eles fazem e ela conheceu o pessoal de lá e pegou alguns contatos. A moça do Rotary perguntou se minha mãe gostaria de receber algum intercambista para passar a semana lá em casa, e assim a gente recebeu a Claire”, conta Clarissa.
                Nascida em Wisconsin, a intercambista americana Claire Hartzheim, de 17 anos, resolveu vir estudar por um ano no Brasil, na cidade de Araguaína, que fica em Tocantins. Sua visita a Brasília foi somente a passeio. Clarissa conta que Claire amou a cidade: “Ela gostou muito daqui de Brasília. Se amarrou nos shoppings, porque na cidade dela em Wisconsin não tinha nenhum! Mas ela dizia que não gostava de Araguaína porque não tinha nada para fazer lá, e queria ficar em Brasília”, conta a estudante que também gostou da experiência de receber uma pessoa de fora do país em sua casa.
                Clarissa Vargas ainda relata que, quando Claire foi para a sua casa, ela já estava no Brasil há três meses, mas não estava gostando muito da cidade dela. “Agora parece que ela gosta de lá, ela posta no Facebook que está muito feliz e não sabe se vai voltar para casa. Agora mesmo ela está fazendo uma viagem para a Amazônia com o Rotary e outros intercambistas de lá que estão no Brasil”, conta Clarissa, que vai passar 45 dias na Itália no próximo mês. “Vou ficar na casa de uma menina chamada Maria, e quando eu voltar ela volta comigo para passar o mesmo tempo lá em casa”.
Clarissa Vargas e Claire Hartzheim em Brasília
                Já a estudante Helena Marques hospedou a palestina Dènã por um ano em sua casa. “A experiência foi muito boa. Meu irmão mais velho tem contatos com uma empresa de intercâmbio. Um dia ligaram para ele para perguntar se ele poderia receber uma mulher da Palestina, ele falou com a família e todos concordaram”, conta Helena. “Ela veio através da empresa IAESTE - Central de Intercâmbio, mas eles não tiveram nenhum cuidado com a Dènã. No primeiro dia de trabalho dela não tinha ninguém que falasse inglês, então ela ficou perdida”, lembra Helena.
                “A Dènã não falava português, só inglês e árabe. Tinha 24 anos e andava sempre com muito pano no corpo, usava um pano que tampava o cabelo, e só tirava quando sabia que nenhum homem estava na casa”, afirma Helena, que lembra ainda sobre os seus diferentes hábitos. A estudante conta que Dènã não comia carne de porco, e que qualquer foto com ela não deveria ser postada na internet. “Ela dizia que, para preservar a imagem, as mulheres não podem postar fotos em redes sociais”.
                Dènã nasceu na faixa de Gaza, e foi morar e estudar na Índia. “A família dela é meio ‘aberta’ para a cultura deles, então ela queria conhecer e trabalhar em outros lugares. Agora ela está trabalhando nos Estados Unidos, ela sempre quis ir para lá, mas o visto dela era sempre recusado. Ela trabalha como técnica de computadores”, conta Helena.
                Apesar das diferenças culturais, Helena lembra que Dènã adorou o Brasil. “Nós levamos ela para o Rio de Janeiro e Pirenópolis. Ela gostou muito do Brasil. Até hoje ela liga para a gente nos nossos aniversários. Claro que de princípio quando ela chegou, ela ficou bem assustada com os nossos costumes. Quando fomos à praia ela ficava tampando os olhos para não ver os homens de sunga. Foi muito engraçado”, ela recorda.
                Helena também lembra da tristeza sentida no momento em que a intercambista partiu. “Ela chegou a abraçar o meu irmão, e isso na cultura dela é algo que não se pode fazer. Mas agora ela está na Flórida e talvez eu vá visita-la em breve”, afirma a estudante.
                Assim como quando você vai para fora do país para fazer intercâmbio, nunca se sabe o que encontrará em outras culturas, por mais que você estude sobre o país e seus costumes. O mesmo vale para quem recebe essas pessoas em casa, a troca de experiências é sempre única.


Núbia Tuira - Jornal Esquina Online
nuubs.almeida@gmail.com

Jovens têm preferido planejar intercâmbios sem contratar agências

Um dos fatores para que todo o processo seja feito por conta própria é o valor que está sendo cobrado pelas agências de intercâmbio


Muitos jovens brasileiros que saem do Brasil para estudar fora têm optado por viajar por conta própria ao invés de procurarem agências de intercâmbio para ajudar no processo de escolha de escolas e moradias.  Em 2013, cerca de 200 mil estudantes saíram do país para estudar no exterior.
No ano passado, a estudante de direito Camilla Guedes, de 20 anos, passou cinco meses em Montpellier na França para aprender francês. Ela passou por todo o processo de escolha da escola e de moradia sem a ajuda de uma agência de intercâmbio.  “Eu que escolhi a escola em que ia estudar e o lugar que eu iria morar. Cheguei até a procurar uma agência para me ajudar nesse processo, mas nenhuma oferecia programa de intercâmbio para a cidade que eu estava indo”, contou ela.
Camilla (de azul) diz que procurou tudo pela internet.
De acordo com Camilla, o processo de escolha da residência foi trabalhoso, pois todas as pesquisas foram feitas na internet. “Eu procurei muito na internet e achei uma. Eu ainda tive que olhar no google maps para ver se a residência existia mesmo”, explicou Camilla. Além disso, a estudante conta que achou um grupo no facebook chamado “Brasileiros em Montpellier” e as pessoas trocavam informações sobre a cidade e por meio do grupo ela conseguiu várias indicações de onde morar.
Para Camilla, a escolha da escola foi mais difícil. “Eu também tive que procurar muito na internet. Olhei no google maps, procurei no youtube vídeos de aulas na escola de idiomas que eu tinha achado. Aí eu encontrei vídeos de apresentação da escola, porém, eu optei por estudar francês na universidade da cidade, pois iria conviver com mais franceses”. Confira um trecho da entrevista.
A publicitária Verônica Ponce, de 21 anos, já fez dois intercâmbios: um para o Canadá e outro para a Argentina. No Canadá, a cidade escolhida foi Vancouver e na Argentina foi Córdoba. Segundo Verônica, o objetivo dos dois intercâmbios era, além de aprender outro idioma, conhecer e vivenciar culturas diferentes.
Quando Verônica fez o intercâmbio para a Argentina, ela não procurou agências de intercâmbio, pois quando foi para o Canadá fez um pacote com uma agência de intercâmbio e percebeu que eles não tinham sido muito úteis. “Eu só mantinha contato com a agência pela Internet. Quando cheguei ao Canadá, percebi que a agência em si não fazia muita coisa, era apenas o intermediário entre a escola e eu”, relatou a publicitária.
Segundo ela, quem resolvia todos os assuntos burocráticos era a escola na qual estava estudando, além disso, a agência também não fazia o trâmite com a família que iria hospedá-la. No segundo intercâmbio Verônica conta que já sabia como funcionava todo o processo e optou por fazer tudo por conta própria. “Eu já estava ciente de como funcionava, então nem perdi meu tempo entrando em contato com as agências, pois elas costumam cobrar muito mais caro e cobram taxas”, contou Verônica.
Verônica diz que foi fácil escolher a escola em que ia estudar. “Hoje em dia é muito fácil descobrir escolas devido ás informações disponibilizadas na internet. Eu cheguei a entrar nos sites das grandes agências de intercâmbio e assim eu pude ver quais tinham na Argentina, mas escolhi a que foi mais rápida no atendimento e a que me passou mais confiança”.

Para Verônica, uma das maiores vantagens de se fazer intercâmbio sem uma agência é o valor. Segundo ela, outra brasileira que estava morando na mesma casa e comprou o mesmo pacote pagou o triplo do que Verônica pagou porque tinha ido com uma agência de intercâmbio.
Já a publicitária Andressa Iris Rodrigues, de 26 anos, fez o intercâmbio em janeiro de 2013 e ficou sete meses em São Francisco nos Estados Unidos. Andressa conta que optou por não ir com a agência de intercâmbio porque, segundo ela, as agências cobram um preço abusivo. “A agência cobrava um preço que não era justo. Eles só iam organizar as coisas para mim e eu ia ter que pagar o resto”, explicou. Confira um trecho da entrevista.
Andressa viajou para São Francisco, nos Estados Unidos, em 2013.
A publicitária também contou com a ajuda da internet para escolher a escola em que ia estudar. Andressa encontrou um blog chamado Hotel Califórnia e lá encontrou dicas sobre uma escola em São Francisco e entrou em contato. Segundo ela, o contato com a escola não foi tão difícil porque eles respondiam as dúvidas dela em português. 
Andressa explica que conseguiu a casa por indicação de brasileiros que ela encontrou no facebook da escola. Para ela, encontrar a hospedagem sozinha foi a parte mais difícil. “Eu quase caí num golpe. Eu estava negociando para alugar um quarto numa casa que pelas fotos parecia ótima, aí a moça queria que eu fizesse um depósito de segurança, só que eu decidi pesquisar e descobri que ela fazia isso com várias pessoas e quando chegava lá não tinha casa nenhuma”, afirmou.
                Andressa diz que vale mais a pena viajar sem uma agência de intercâmbio, pois se sente mais independente preparada. Confira um trecho da entrevista.

Por Paloma Conde - Jornal Esquina Online
                                                                                                      

Depressão tratada como “frescura”

Doença afastará mais gente do trabalho até 2020, segundo OMS


A depressão é um transtorno cerebral que possui muitas formas. Segundo a Federação Mundial para a Saúde Mental (sigla em inglês WFMH) ela apresenta ou não uma causa aparente e afeta mais do que a forma como o paciente vê as coisas, já que a doença prejudica também a saúde física, interferindo no sono, no apetite e na disposição.Depressão é um transtorno do humor, marcado por sintomas diversos como tristeza, baixa autoestima, pouca motivação, falta de interesse e distúrbios do sono. O importante é ressaltar que a depressão é uma doença crônica, isto é não é uma doença que pode ser solucionada em um curto espaço de tempo. “Em nossas vidas é comum ter fases de depressão, momentos em que sentimos tristeza. A depressão como patologia é caracterizada pela sua profundidade e duração” conta a psicóloga Isadora Lemos.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020 a depressão será a doença que mais afastará as pessoas do ambiente de trabalho. Associações de Classe junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM) têm proposto ao governo o aumento dos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) pelo país, pois eles serão eficazes no primeiro atendimento da depressão junto à sociedade. Seria como uma espécie de pronto-socorro público, já que a doença vem se alastrando não só pelo mundo, mas também pelo país.


Para caracterizar o diagnóstico de depressão, foi criada uma tabela, onde cinco ou mais dos sintomas relacionados devem estar presentes. Dentre eles, um é obrigatório: estado deprimido ou falta de motivação para as tarefas diárias, por no mínimo duas semanas.
Entre as mulheres, o número de casos da doença é o dobro em relação aos homens. Não se sabe se a diferença é devida a pressões sociais, diferenças psicológicas ou ambas. Alguns autores acreditam que a causa principal dessa diferença é a oscilação hormonal tão comum nas mulheres.
“A doença cresceu muito. Hoje, todo profissional de qualquer área da saúde lida com a depressão, que já é considerada um problema de saúde pública, pois não temos psiquiatras suficientes para atender a crescente demanda”, relata a psicóloga Adriana Furtado.
“É importante saber mais sobre a doença porque a depressão é mais comum do que a gente imagina, e as pessoas que sofrem de depressão realmente estão em sofrimento e precisam de ajuda. Infelizmente a doença é banalizada e tratada como frescura por quem vê a situação de fora, mas, a depressão é real”, Explica a psicóloga Isadora Lemos.
Jurema Teixeira, 21 anos, estudante de comunicação conta que tem certeza que a mãe tem depressão, mas que não sabe como agir, “Ela tem todos os sintomas. Não gosta de sair de casa, sente muito sono, se irrita com facilidade e é muitas vezes chega á ser agressiva”. A estudante conta que já tentou conversar com membros da família sobre o assunto, mas todos eles acham que é frescura de sua mãe, que com 59 anos não aceita que esteja doente, “A minha fisioterapeuta confirmou que ela tem todos os sintomas de depressão, mas quando a gente toca no assunto, ela desconversa e diz que é só cansaço, e eu não sei como agir, porque mesmo sabendo que ela está doente eu acabo perdendo a paciência e acho que isso agrava ainda mais doença” desabafa a estudante.
Mesmo já tendo duas filhas com mais de 15 anos, Natália Mendes com 41 anos na época (nome fictício) deu a luz ao seu terceiro filho, e sofreu com depressão pós-parto.
Esse tipo de depressão ocorre também por fatores biológicos, psicológicos e sociais. As grandes alterações hormonais durante a gravidez e a diminuição após o parto são um dos principais fatores. Sua filha, Angélica Mendes (nome fictício), hoje com 19 anos conta que no caso de sua mãe, a depressão pós-parto foi causada por uma superproteção do recém-nascido “Ela não ficava muito feliz que outras pessoas ficassem com o meu irmão. O meu pai que é médico conversava muito com ela, e ao passo que o meu irmão crescia ela foi melhorando. Não foi preciso fazer um tratamento com medicamentos” explica Angélica e acrescenta, “Hoje em dia é como se não tivesse acontecido, ela tem plena consciência do estado dela na época”.

Tratamentos

No Brasil o medicamento mais utilizado no tratamento da doença é o ansiolítico Rivotril® (Clonazepam). Segundo a psicóloga Adriana Furtado, o tratamento é feito com acompanhamento psiquiátrico e psicológico. Em alguns casos mais leves, apenas o tratamento psicológico é suficiente. Nos casos que exigem o consumo de medicamentos tarja preta, é aconselhável acompanhamento psiquiátrico e sessões psicoterápicas.
Já segundo a psicóloga Isadora Lemos, o tratamento com psicoterapia é necessário, e por vezes deve acompanhar o tratamento farmacológico. “A psicoterapia vai ajudar a pessoa que sofre de depressão a entender seu sofrimento, vai ajudá-la a dar um novo significado a uma situação ou comportamento de suas vivências”.
Na psicologia existem várias abordagens clínicas para tratamento da depressão, a mais conhecida e bastante eficaz é a terapia cognitiva comportamental.
A terapia cognitiva, também conhecida como terapia cognitiva comportamental é um tipo específico de psicoterapia que enfatiza a importância dos processos de conhecimento através da compreensão no tratamento de diversos transtornos mentais. A terapia cognitiva é estruturada para ter uma duração curta e se baseia na teoria cognitiva, uma teoria composta por 10 verdades inquestionáveis universalmente válidas formais que embasam teoricamente diversos modelos e aplicações na prática clínica. O tratamento apenas com medicamentos supre os sintomas, mas não age, por si só, na resolução do problema.
Em 1992, a Federação Mundial para Saúde Mental (sigla em inglês WFMH) lançou o Dia Mundial de Saúde Mental, que ocorre no dia 10 de outubro.

Critérios para diagnóstico de depressão


(Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ou em inglês com a sigla DSM-IV, 4ª edição)
. Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo;
. Anedonia: interesse diminuído ou perda de prazer para realizar as atividades de rotina;
. Sensação de inutilidade ou culpa excessiva;
. Dificuldade de concentração: habilidade frequentemente diminuída para pensar e concentrar-se;
. Fadiga ou perda de energia;
. Distúrbios do sono: insônia ou hipersonia praticamente diárias,
. Problemas psicomotores: agitação ou retardo psicomotor;
. Perda ou ganho significativo de peso, na ausência de regime alimentar;
. Ideias recorrentes de morte ou suicídio.





por Núbia Tuira e Alice Pacheco

Intercâmbio com Ciência sem Fronteiras

O programa Ciência sem Fronteiras do Governo Federal é voltado para estudantes de nível superior que queiram realizar uma especialização fora do país. O programa tem a meta de 101mil bolsas de estudo para estudantes de doutorado, pós-doutorado, graduação, desenvolvimento tecnológico, jovens talentos e pesquisadores visitantes. A avaliação para entrada no programa se dá por nota do ENEM que tem quer ser igual ou superior a 600 pontos, bom desempenho na faculdade e o aluno tem que comprovar proficiência em inglês segundo a prova do TOEFL. O candidato deverá apresentar o TOEFL, com no mínimo, 79 pontos. Esses são os requisitos mínimos para o candidato participar do programa. Logo depois, o aluno irá responder um questionário sobre perguntas pessoais para definir seu perfil e ocupar a universidade que mais se encaixa com o perfil.   

O site do Programa  Ciências sem Fronteiras
Veja o aqui o vídeos sobre o Ciências sem Fronteiras links
Valores
 Programa ainda dá ajuda financeira como passagens, auxílio livros e instalação no país.Veja tabela :  

Tipo
Valores
Observação
Passagens Aéreas
Varia de local para local
A compra é realizada pelo estudante
mensalidades das bolsas
US$ 870
Para cidades com alto custo de vida será adicionado US$ 400
Seguro saúde
US$ 1080
Referente um ano
Auxílio-Instalação
US$ 1320*

Auxílio Material Didático
US$ 1000

Auxílio Deslocamento
US$ 1604
Ida e volta sendo paga pelo Programa
Valores referentes a uma bolsa Graduação Sanduíche
valores em dólares americanos 
* apenas para quem não tiver de moradia  

 Outros dados 






Para o estudante Lucas Braga que fez graduação sanduíche em 2013, para ele o programa foi “uma chance única de poder estudar fora do país. Estudar fora é uma experiência e se fosse para ir por conta própria não seria possível.” Ele que foi para os Estados Unidos,  não teve dificuldade pois na universidade que ele estava tinha muitos estrangeiros o que o ajudou , e já contava com um esquema de acolhimento .
Lucas  que teve dificuldade em relação ao inglês que aprendeu no Brasil
“No meu caso não fiz cursos de inglês, mas me preparei para prova de proficiência. Ao chegar lá o impacto é muito grande, porém nos EUA existem muitas pessoas de fora do país que não necessariamente falam bem o inglês”
umas das diferenças  gritantes para o estudante foi  modelo das aulas. “Lá os alunos tem poucas horas de estudo dentro de sala de aula e uma carga muito grande de tarefas para serem feitas fora de sala de aula. Observei um comprometimento muito grande dos alunos em cumprir as tarefas que o professor solicitava.”

Já para o estudante Francisco Maerle que ainda está em Toronto, Ontario, Canadá. o programa foi uma oportunidade “por dois fatores: universidades de primeiro mundo e crescimento pessoal. Não é à toa que os países desenvolvidos tem prioridades em  investir na educação e saber que essa seria a grande chance de poder estudar nas melhores universidades do mundo,” ele que faz no Brasil  Engenharia Elétrica e no exterior cursa Electrical and Computer Engineering.
Umas das diferenças que relata é do modelo de aulas e estudo do Canadá “Carga horária de aulas menores, porém com  mais  teoria e reforço com tutores , padronização nos testes, sem diferenças para turmas com professores diferentes. disciplinas, com método de ensino mais focado para o mundo real (No Brasil existem muitas disciplinas que poderiam sem ignoradas e outras que dão muito atenção a tópicos que não tem precisão na vida prática).
O programa torna-se uma ponte de conexão entre dois países de culturas e educação diferentes .
Fotos da Viagem de Francisco Maerle
Por: Victor Augusto

Arquivo pessoal-Francisco Maerle
Arquivo pessoal-Francisco Maerle

Arquivo pessoal-Francisco Maerle
Arquivo pessoal-Francisco Maerle


Arquivo pessoal-Francisco Maerle