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Aluna de jornalismo fala sobre filmes de Woody Allen


Juliana Bergman analisou três filmes do diretor e debateu sobre o tema “O Jornalismo pelas lentes de Woody Allen.”

A aluna de jornalismo do UniCEUB, Juliana Bergman, apresentou na noite da última sexta-feira, dia 14 de junho, seu Trabalho de Conclusão de Curso (foto).

A monografia teve como tema “O Jornalismo pelas lentes de Woody Allen” e a aluna contou com a ajuda da professora e orientadora, Mônica Prado, para a escolha do título. “Sempre gostei do Woody Allen e queria fazer algo relacionado ao tema... Foi quando a professora Mônica destacou que os jornalistas e o jornalismo estão sempre presentes nos filmes dele e surgiu a ideia”,  revela Juliana.

Os filmes escolhidos para a análise foram:  A Era do Rádio (1987), Celebridades (1998) e Para Roma com Amor (2012).  Durante os 15 minutos do decorrer da apresentação do trabalho, Juliana demonstrou nervosismo em alguns momentos, porém, conseguiu expressar com clareza o objetivo do trabalho e seu ponto de vista em relação ao assunto.

Ao final do trabalho chegou-se a conclusão de que os três filmes mostram, e de certa forma ironizam, o trabalho dos jornalistas e o papel da mídia.  Em seguida, as avaliadoras e professoras do UniCEUB, Flor Marlene e Claudia Busato deram seu parecer em relação à monografia. Ambas ressaltaram a forma suave e agradável a qual Juliana escreve e elogiaram bastante a temática e o texto da aluna.  Após os comentários das avaliadoras,  foi pedido que o público que assistia a apresentação se retirasse da sala para a discussão entre as especialistas acerca da aprovação de Juliana.

Depois de alguns minutos de tensão todos foram chamados de volta à sala e a aprovação da aluna foi anunciada. “Juliana, você foi aprovada e agora é uma jornalista!”, ressaltou a professora Flor.  Juliana Bergman agora pode se juntar aos seus colegas de profissão dos filmes de Woody Allen.

Por Bruna Santos

Semana marcada por ansiedade e emoção

A semana de trabalho de conclusão de curso para os alunos do curso de Comunicação Social foi bastante agitada no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). A apresentação dos trabalhos ocorreu no bloco 12 dos dias 9 a 14 de junho nos turnos matutino e vespertino.

Para os alunos que se prepararam durante um semestre inteiro de muita pesquisa, noites mal dormidas e muito puxão de orelha dos orientandos que buscam o melhor para cada futuro formando, é uma data de muita apreensão, ansiedade e cheia de emoção.

Andressa Lee foi uma das alunas que apresentou seu trabalho de conclusão de curso para bacharel em publicidade. O seu trabalho falava da importância da linguagem corporal na comunicação.  Foi uma leitura dos gestos no filme “Luzes da Cidade” que tem como protagonista Charlie Chaplin. A sua banca foi formada pela professora Andrea Cordeiro e Flor Marlene. A orientadora foi a professora Claudia Busato.

Durante a apresentação, a aluna Andressa não conteve o choro. Emocionou-se durante a sua fala  e foi recebida com palmas pelos os alunos que estavam presentes na sala. Após recebern o comunicado de sua aprovação, o alivio era evidente. Andressa  termina o curso com mérito.

O mesmo ocorreu com a  aluna Maria Helena Lopes que apresentou um trabalho que nos remeteu aos tempos de criança e nos deu uma ideia de como os gibis estão ligados a uma educação pelo entretenimento.  Maria Helena apresentou o seu trabalho sobre a inclusão social nos gibis da Turma da Mônica. É o caso da personagem Dorinha, criada pelo cartunista Mauricio Sousa, uma menina cega que mostra como  é viver bem com a sua deficiência visual integrada  na sociedade. Maria Helena foi aplaudida no final e muito elogiada pelas professoras Mônica Prado, Tatyanna Castro  e a orientadora Claudia Busato.

Por Alex Weiler

Documentários são destaque em semana de TCC

Com filmes para todos os públicos, formandos consagram o gênero como opção para finalizar a trajetória universitária.


Auditório lotado, olhos atentos à tela e muitos aplausos. A cena se repetiu a cada documentário apresentado durante a semana de defesa dos trabalhos de conclusão de curso de Jornalismo do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), que aconteceu de 10 a 14 de junho.

Houve espaço para os mais diversos temas e estilos. Um dos destaques foi “Sotaque Capital”, de Bruno Lourenço e Marcela Franco. O filme de 10 minutos aborda a formação e as tendências do sotaque em Brasília. “Foi muito trabalhoso, mas no final valeu a pena. Acredito que a banca tenha ficado satisfeita com o resultado”, considerou Lourenço (foto).
Já o curta-metragem “Rema, rema...as águas do Lago Paranoá”, de Gabriela Lapa, que contou com a participação do editor-chefe do DFTV 1ª edição, da Rede Globo, Fábio William, na banca de avaliação, apresentou uma visão apaixonada do remo praticado em Brasília. O exercício combinado com o lazer consegue cada vez mais adeptos apesar da dura rotina de treinos. É preciso disposição para acordar antes das 6h a fim de aproveitar o nascer do sol, levar a embarcação até a beira do lago e ainda ter pique para continuar com as atividades do dia. Mesmo assim, tem gente que garante que o bom humor só surge após as primeiras remadas.

Os formandos Eduardo Aiche e Rodolpho Costa apresentaram o filme “Paratletas: a superação do esporte no Distrito Federal”, sobre a inserção de deficientes físicos em várias modalidades esportivas. “Tem um menino que me chamou a atenção. Ele é do parceiro High School, sofreu um acidente sério e ficou tetraplégico. Ele se tornou jogador de tênis de mesa, virou palestrante motivacional e leva a vida mais feliz que muita gente por aí”, declarou Karla Oliveira.
Por Luciana Amaral
Bruno Lourenço
Raul Santos
Paulo Stefanini

Tudo pela audiência:o entretenimento nos programas esportivos da Rede Globo


Os programas Globo Esporte, Esporte Espetacular e o Quadro Esportivo do Fantástico, foram temas da monografia da estudante Giuliana Yolle. Foi feito um estudo comparativo e observacional com o objetivo de mostrar as mudanças nos programas de jornalismo esportivo da Rede Globo (foto).

Segundo a estudante, o que se vê muito nos dias de hoje, principalmente no campo televisivo, é a difusão do ‘jornalismo-entretenimento’. “O Sistema Globo de Televisão usa em sua grade de programação inúmeros programas que fogem necessariamente de uma cobertura informativa, uma maneira fácil de atrair a massa e ganhar audiência”, afirma Giuliana.

Os programas esportivos que eram apresentados com formalidade na década de 1980 e 90, hoje são irreverentes, informais e sem a seriedade necessária.

O estudo mostra que a emissora explora quadros irreverentes, como o ‘João Sorrisão’, alguns quadros sem qualquer informação como o ‘Chico, o Torcedor’ e o quadro ‘Artilheiro Musical’, como intitulou o apresentador Tadeu Schimidt, do Fantástico.

Em 1978 o Globo Esporte era um telejornal de esportes, apresentado de forma tradicional, atrás da bancada, com o texto sendo passado no teleprompter, como no Jornal Nacional. “Hoje, com o avanço das tecnologias, o estudo mostra que o Globo Esporte virou apenas um programa de televisão.

 Os textos que eram lidos foram substituídos pelo improviso e o entretenimento”, explica a estudante.
Houve mudanças significativas desde que os programas Globo Esporte, Esporte Espetacular e o Quadro Esportivo do Fantástico foram ao ar pela primeira vez se comparados com os respectivos apresentados nos tempos atuais. O que se pode notar é uma grande “invasão” do entretenimento em todos os programas.

 Por Victória Melo

A poesia marginal em Brasília durante o regime militar é tema de um documentário

Cecilia Sóter e Nathállia Gameiro, estudantes de jornalismo, produziram o documentário Lira Pau Brasil: a geração Mimeógrafo e poetas marginais de Brasília durante o regime Militar.
 O vídeo-documentário apresenta relatos de escritores que movimentaram a cena poética em Brasilia durante os governos militares (foto).
 
As idealizadoras do projeto, acreditam que seja importante trazer a luz as novas gerações o trabalho desses poetas marginais, que ajudaram a compor a identidade cultural da cidade. Entre os entrevistados autores Nicolas Behr, Sóter, Luis Turiba, Vicente Sá e Luiz Martins.
 
Ouça a entrevista com as realizadoras do video-documentário.





 
Por Heron de Andrade

O jornalismo pelas lentes de Woody Allen


Uma análise dos filmes A Era do Rádio, Celebridades e Para Roma com Amor

   

Um dos escritores mais aplaudidos da atualidade, Woody Allen, foi tema de trabalho de conclusão de curso de Jornalismo, sendo a  base para a análise da atual situação do ofício da profissão, com predominância para a discussão dos desafios diários da profissão. A aluna Juliana Bergmann do curso de Jornalismo, a análise crítica foi apresentada no dia 14 de junho, na faculdade UniCEUB para professores, alunos, familiares e interessados no assunto (foto).

O foco da apresentação foi a relação entre o jornalismo e o cinema e o modo pelo qual as sutilezas da profissão são abordadas. Os filmes retratam de forma fidedigna o dia a dia e as encruzilhadas éticas e morais que se interpõem aos jornalistas e suas relações com a sociedade.

O filme A Era do Rádio permite a análise de um retrato bem humorado do enorme impacto dos programas radiofônicos na vida cotidiana, durante as décadas de 1930-1940, antes do advento da televisão. “A presença do rádio era total na década de 40”, afirma a aluna.

Em Celebridades, Bergmann apontou a discussão do autor sobre a cultura dos famosos. No trecho do filme apresentado em sala de aula, o personagem masculino, por exemplo, parece estar sendo punido por ter largado a mulher. As discussões acabam girando em torno do mundo das aparências e de como as pessoas são enxergadas na sociedade atual. “A mídia quer pegar qualquer pessoa e transformar em celebridade. Palavras de Woody Allen”, afirmou a graduanda.

A apresentação abordou a linguagem cinematográfica, fluência da narrativa, as metáforas, os valores da sociedade contemporânea, o comportamento antiético da mídia, a distorção da notícia e a vulnerabilidade do público em geral. “As pessoas precisam ser críticas em relação ao que é apresentado pela imprensa”, concluiu Juliana Bergmann.

Por Carolina Goulart (texto e foto)

Eleições 2014 – Panorama Político

André Bello 
Eduardo Costa 
Quatro nomes despontam como possíveis presidenciáveis para o páreo das eleições presidenciais de 2014: a presidente Dilma Rousseff (PT), o governador Eduardo Campos (PSB-PE), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (sem partido).

Até outubro do ano que vem, os holofotes estarão voltados para esses e outros nomes que brotarem como candidatos à presidência do País. Mas quais são as cartas que eles guardam para a disputa? Quais bandeiras eles têm representado ao longo de suas trajetórias políticas? Quais mudanças são propostas por eles e o que podemos esperar de cada um, se eleito?

Para responder essas perguntas, é necessário conhecer o panorama atual da política no Brasil e trabalhar com o que se conhece do perfil administrativo dos virtuais candidatos à presidência. A fim de visualizar o quadro completo da disputa, a reportagem do blog organizou um infográfico com os fatos mais importantes de que se tem notícia até agora, com informações de bastidores e a contribuição da opinião pública.Confira!



Artista plástico, Romero Britto é sucesso no Brasil e no mundo

Alegres e de cores vibrantes, ousadas e com elementos do cubismo. Assim são as obras do artista plástico brasileiro, Romero Britto. Mais conhecido no exterior do que no país de origem, as telas de Romero decoram a casa de celebridades como Arnold Schwarzenegger, Madonna, Bill Clinton, Michael Jordan e Xuxa. Alguns dos seus quadros podem chegar a custar 120 mil dólares.

FAMA
Britto ganhou fama em 1988, quando foi convidado pela Absolut Vodka para estrelar a campanha da marca, criando e personalizando os desenhos estampados na garrafa.
Além dessa campanha, que o tornou mundialmente famoso, Romero participou de campanhas de grandes marcas como: Pepsi e Microsoft.
Em 2008, o artista foi convidado pelas Nações Unidas para confeccionar uma série de selos postais comemorativos para celebrar as Olimpíadas de Beinjing, na China.

VIDA
Romero Britto
Romero Britto nasceu em Pernambuco - Recife, em 6 de Outubro de 1963 e já aos 8 anos começou a mostrar interesse e talento pelas artes, quando com muita imaginação e criatividade, pintava em sucatas, papelão e jornal.
Aos 14 anos fez sua primeira exibição pública e vendeu seu primeiro quadro à Organização dos Estados Americanos. Embora encorajado por este sucesso precoce, as circunstâncias modestas de sua vida o motivaram a estabelecer metas e a criar seu próprio futuro.
Frequentou escolas públicas, recebeu bolsa de estudos para uma escola preparatória e, aos 17 anos, entrou na Universidade Católica de Pernambuco, no curso de Direito. Viajou para a Europa para visitar lugares novos e ver a arte que só conhecia nos livros (foto: site do Romero Britto)

Atualmente, Romero mora nos Estados Unidos, e é casado com a estadunidense Sharon, com quem tem um filho.


ESTILO
Enquadrado no estilo Pop Art, pode-se dizer, que Romero Britto é o principal representante brasileiro do estilo. Atualmente 5 mil quadros, espalhados por mais de 70 países, fazem parte do acervo do artista pop.
No Brasil, suas obras estão expostas em diversos lugares. Dentre eles: galerias, aeroportos e em sua loja, localizada na badalada rua Oscar Freire, em São Paulo. Além das obras originais, as famosas imagens aparecem em diversos lugares e tem Romero Britto pra todo tipo de bolso: cangas estampadas na praia, capinhas de celular, adesivos de unhas, etc.


"Squeaki" (O GATO) no aeroporto  internacional do RJ
OBRA
Alegres e de cores vibrantes, ousadas e com elementos do cubismo. Assim são as obras do artista plástico brasileiro, Romero Britto.
Enquadrado no estilo Pop Art, pode-se dizer, que Romero Britto é o principal representante brasileiro do estilo. Atualmente 5 mil quadros, espalhados por mais de 70 países, fazem parte do acervo do artista pop.

No Brasil, suas obras estão expostas em diversos lugares. Dentre eles: galerias, aeroportos e em sua loja, localizada na badalada rua Oscar Freire, em São Paulo. Além das obras originais, as famosas imagens aparecem em diversos lugares e tem Romero Britto pra todo tipo de bolso: cangas estampadas na praia, capinhas de celular, adesivos de unhas, etc. (foto: Site do Romero Britto)
 
AEROPORTO
Desde de dezembro de 2011 algumas obras do artista estão expostas em aeroportos brasileiros: Brasília, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Guarulhos, Galeão e Santos Dumont. Todos esses aeroportos apresentam esculturas doadas por Romero à Infraero.

Além das esculturas, desde 2006, alguns aeroportos contam com painéis feitos por Romero Britto, como é o caso do aeroporto de Congonhas (SP).

Por Bruna Salvador e Alex Weiler





Os Caminhos para a Mudança da Matriz Energética Brasileira

Paulo Stefanini
pauloepstefanini@gmail.com


Segundo especialistas, as fontes alternativas de energia apresentam expansão promissora no país, mas a matriz hidrelétrica está longe de mudar

O Brasil possui uma matriz de energia elétrica que conta com a participação de 65% da hidroeletricidade. São 82GW de energia proveniente de 190 usinas em operação, com perspectiva de aumento do uso dessa fonte, através da construção de 71 novas usinas até 2017. Diante da necessidade social do suprimento energético com adequados custos em bases técnica e ambientalmente sustentável, destaca-se a importância da participação de outras fontes renováveis na matriz energética brasileira, com preços competitivos e tecnologias que já se encontram em um nível de maturidade adequado. Ao lado da energia térmica movida a biomassa e as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), a energia eólica é a que teve a maior expansão nos últimos anos. Fonte que mais cresceu no país em participação nos leilões desde 2009, atingiu preços bastante competitivos e impulsiona a instalação de uma indústria nacional de equipamentos para atendimento a esse mercado.

No país, o uso da energia hidrelétrica começou no final do século 19, mas as décadas de 1960 e 1970 marcaram a fase de maior investimento na construção das grandes usinas. A Usina de Itaipu, abrigada pelo país, é a maior hidrelétrica do mundo em geração de energia e tem hoje potência instalada de 14GW, com 20 unidades geradoras. A instalação de novas usinas hidrelétricas esbarra, porém, nas várias questões socioambientais e legais, como os alagamentos, a vulnerabilidade do clima, e a proibição jurídica da construção de novos reservatórios.

Devido ao aumento no consumo da energia - uma característica dos países em desenvolvimento -, e a necessidade, portanto, de uma maior geração de eletricidade, reafirma-se a importância da aplicação de fontes alternativas, como a de biomassa, a solar fotovoltaica e a eólica. É no que acredita o especialista em energia elétrica Rafael Amaral Shayani, do Departamento de Eng. Elétrica da Universidade de Brasília. De acordo com ele, a expansão da produção de energia por fontes complementares é uma tendência de países em desenvolvimento, que acompanha o crescimento no consumo. Ao mesmo tempo, se abre mão da energia fóssil (carvão, combustíveis e outros derivados do petróleo).  Segundo ele, “o Brasil tem cerca de 50% de sua matriz energética renovável, enquanto os países desenvolvidos tem cerca de 20%, o que nos obriga a construir um sistema de abastecimento sustentável”.

Microgeração
Mesmo com a matriz brasileira sendo predominantemente hidrelétrica, o país é referência em potencial eólico e líder do setor na América Latina, com geração de 2GW por meio de 94 parques de geração. Embora o Brasil ainda não possua uma indústria de equipamentos que acompanhe e ampare a aplicação em larga escala da energia no país, como afirma Rafael Shayani, os últimos anos têm criado um mercado promissor para essa fonte. “Nos recentes leilões, de cinco anos para cá, a energia eólica tem concorrido com a hidrelétrica. Tudo o que falta para a geração é incentivo do governo”. Shayani ainda admite que é impossível pensar atualmente na fonte como uma futura matriz energética, mas que bastaria a instalação de microturbinas eólicas nas novas residências para se sentir as mudanças. Ele aponta que “é necessária uma mudança de paradigmas, em que se reconheça que o ambiente já está muito afetado”, e acrescenta: “o conceito de arquitetura sustentável também tem que atentar para isso. Com a microgeração, as residências poderiam depender da eólica durante o dia, e da hidrelétrica à noite”.

Desenvolvimento

Instituído em 2004, um programa do governo federal foi criado para promover a diversificação da matriz energética brasileira, aumentando a participação da energia elétrica produzida por empreendimentos concebidos com base em fontes eólicas, biomassa e PCHs. Pelo PROINFA, previa-se a implantação de 144 usinas, com a potência outorgada em 3,3GW (ou 3.299,40MW). Destas instalações, 54 seriam usinas para a geração de energia eólica, que alcançariam uma potência de 1,4GW. Naquela época, o país possuía apenas 11 parques para essa fonte complementar, número bem abaixo do observado hoje (94). O potencial dessa energia também teve um crescimento notável até os dias de hoje (2GW). Na opinião do professor doutor do Laboratório de Sistemas de Energia Elétrica da USP, José Carlos de Melo, o impulso conquistado pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA) é importante, mas é atrasado pela carência de planejamento entre a geração e a transmissão da energia gerada. E ele ainda acrescenta que “a dificuldade está em encontrar investidores dispostos a incentivar a indústria nacional, pois as multinacionais dominam a fabricação dos equipamentos para essas indústrias”.

 Ainda que se fale muito na renovação do abastecimento de eletricidade brasileira, muitos especialistas consideram que as usinas hidrelétricas continuarão sendo as responsáveis pela geração segura de energia elétrica. Sobre o assunto, o doutor José Carlos de Melo acentua: “a tecnologia e os procedimentos de operação das usinas hidrelétricas estão consolidados no país, e acredito que permanecerão sendo a base da matriz energética brasileira”, e prossegue dizendo que “as fontes complementares devem continuar sendo incentivadas e aplicadas, mas, para uma economia que se espera crescer continuamente, a energia hidrelétrica ainda é a mais segura”. Ele pontua, no entanto, que é necessário um planejamento rigoroso sobre as instalações para que os impactos ambientais sejam minimizados ao máximo. Dessa forma, ele finaliza: “Acredito que possamos promover o desenvolvimento sustentável continuando a investir nas hidrelétricas”.
 


Frigoríficos são os alvos diretos de medida do Ministério Público


Raul e Cleuma

O MP encaminhou recomendação ao BNDES para que não passe dinheiro para empresas que causem prejuízos ambientais. Isso faz parte de um processo bem sucedido de embargo à carne ilegal.

As ações de Estado para estimular diferentes áreas da atividade humana (seja social, econômica ou política) podem ser elaboradas de forma a garantir vantagens aos envolvidos, como os chamados incentivos fiscais. Assim é na cultura, como a lei Rouanet e a Lei do Audiovisual por exemplo. Mas também podem ser promovidas ações de caráter punitivo, como a recente recomendação feita pelo Ministério Público para que concessões de crédito provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) só possam ser feitas a partir da observação de princípios socioambientais. A determinação vai além: determina ainda a suspensão de  financiamento já concedido aos empreendedores pecuaristas e frigoríficos que não estejam adotando medidas para o cumprimento da legislação ambiental e social.

 Documento neste sentido foi encaminhado ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, pelo Ministério Público Federal. A base para atuação recomendada pelo MP é a política socioambiental do próprio BNDES, estabelecida em outubro de 2009. A instituição assumiu a postura ser de fundamental importância o respeito a estes princípios na concessão de crédito e estabelece o compromisso de “disponibilizar" recursos para a promoção de atividades social e ambientalmente sustentáveis.” Tal postura foi disponibilizada no próprio site da instituição.

Há diversas formas de se trabalhar tais questões como por exemplo as empresas frigoríficas e de abate de animais. Neste caso, elas precisam comprovar, para garantir a concessão – ou a preservação – de créditos do banco, que os respectivos fornecedores não estão condenados por invasão de terras indígenas, discriminação, por trabalho infantil ou escravo. A lista destes fornecedores tem de ser atualizada.

Considerando-se só o setor frigorífico, não é pouca coisa. Os dados do BNDES demonstram que, em quatro anos, entre 2010 e 2013, foram liberados financiamentos ao setor no valor de R$ 3.135.474.749,00 (três bilhões, cento e trinta e cinco milhões, quatrocentos e setenta e quatro mil, setecentos e quarenta e nove reais). Some-se a isso uma atividade pertinente, o setor pecuarista, que por sua vez recebeu créditos da ordem de R$ 10.633.212,00 (dez milhões, seiscentos e trinta e três mil, duzentos e doze reais).

 As medidas a serem tomadas são de âmbito administrativo, mas não atingem apenas os créditos concedidos pelo BNDES. A recomendação do Ministério Público serve tanto para os créditos concedidos diretamente pelo banco como para aqueles concedidos por entidades bancárias intermediárias, chamados de agentes financiadores credenciados que utilizam recursos provenientes do próprio BNDES.



Para onde vão os deslocados da Copa?

Lucas Salomão


CRÉDITO DA FOTO: Katia Marko/Comitê Popular
Imagine o cenário. Eu um dia, você põe a mesa do jantar, assiste à novela e coloca seus filhos para dormir. No outro, um trator passa por cima de sua casa e leva consigo todos os seus sonhos e, da pior forma possível, mostra ao mundo que aquela vida construída ao longo de anos, toda a sua raiz, é esquecida porque os engravatados, poderosos, precisam mostrar para quem quiser ver que o Brasil é o país do futebol. É esta a realidade de quase 250 mil pessoas que foram ou estão sendo desapropriadas para as obras de mobilidade urbana e dos estádios da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Nenhuma das doze cidades que sediarão os jogos escaparam desta triste realidade.

Lei da desapropriação 

CRÉDITO: Comitê Popular
De acordo com a Constituição Brasileira de 1988,  fundamenta-se, no Art. 5º, XXII, o Direito de propriedade. Porém o constituinte originário, logo em seguida, afirma que esta deverá atender à sua função social (Art. 5º, XXIII), e estabelece a previsão constitucional de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante prévia e justa indenização, o que torna plenamente legítima a desapropriação pelo Estado pautada em lei. Porém, o processo de desapropriação traz consigo problemas que apenas causam dor de cabeça às famílias que, pelo "interesse social", devem deixar suas residências. Diversas notícias, durante as obras para a Copa do Mundo, dão conta da desinformação por parte do Estado para com as famílias: não se sabe quando e como tais deverão deixar suas casas; não se sabe como e quanto receberão de indenização, já que um estudo da área na qual está a propriedade é necessário; e o pior dos casos: as famílias deslocadas não sabem, ao certo, para onde irão após serem arrancadas de suas origens.


Veja abaixo o vídeo "Who wins this match?", produzido pela Articulação Nacional dos Comitês Populares (ANCOP), em parceria com a Conectas.  



“Para chegar a esses números (de 250 mil pessoas) somamos famílias que foram atingidas por obras – que em algum momento foram vinculadas à Copa – (algumas obras foram retiradas da Matriz de Responsabilidade da Copa e assumidas por governos estaduais e/ou prefeituras), com famílias que em algum momento foram ameaçadas de remoção”, explica Francisco de Felippo, da ANCOP, sobre os cálculos, contestados pelo poder público. “Em Natal, por exemplo, o prefeito assinou um documento se comprometendo a não remover ninguém. Mas isso veio depois de muita luta das comunidades. Se a gente colocasse que as remoções em Natal foram zero, dá a impressão de que não teve problema lá. Mas teve e a gente, junto com as comunidades, reverteu”, exemplifica. Pior do que os números, saltam aos olhos o desespero, a indignação e o desalento dos moradores diante dos métodos e da falta de diálogo do poder público.

Mídia omissa

 Não bastasse tudo o que já foi relatado, muito tem se criticado sobre a omissão dos veículos de comunicação brasileiros quanto à remoção das famílias desapropriadas. A falta de informação e o desconhecimento do problema por boa parte da população são originadas, em parte, pelo desinteresse da grande mídia em noticiar as desapropriações, já que boa parte destes veículos tem interesse em vender a Copa do Mundo como algo benéfico para a população brasileira. Em recente participação em um seminário de jornalismo esportivo em Brasília, o cientista social e jornalista, Juca Kfouri, falou sobre a chance desperdiçada pelo Brasil de fazer uma copa para os brasileiros. "Estamos fazendo uma Copa do Mundo no Brasil. E não uma Copa do Mundo do Brasil. Muita gente está sendo prejudicada e esquecida, e pouco, ou nada, se fala disso", disse em sua palestra.

Confira abaixo entrevista feita com o cientista social e  jornalista Juca Kfouri

          

Para onde vão as famílias? Desapropriadas, famílias inteiras se veem em um dilema: para onde serão mandadas? Muitas vezes, tudo aquilo que foi construído, não só os bens materiais, mas também  identidade cultural e raízes afetivas são colocados de lado pelo Poder Público. Deslocar famílias inteiras para regiões com as quais não se identificam, impondo novas experiências e forçando uma vida que não é a destas famílias, é o grande problema e o grande questionamento com os quais os "deslocados da Copa" se deparam. "E agora, para onde vamos? E tudo aquilo que construímos?".

Confira abaixo matéria dos canais de televisão ESPN sobre as desapropriações para a Copa 


Espaços Esportivos: Pontos de Encontro Comunitário incentivam a prática de exercícios físicos

Ponto Comunitário do Lago Sul
 
Os Pontos de Encontro Comunitário (PEC) são uma ótima opção para quem prefere praticar exercícios físicos ao ar livre. Além disso, é ideal para quem quer manter a saúde em dia e não tem condições de pagar uma academia. O Distrito Federal conta com 191 PEC’s, e no Lago Sul existem sete pontos no total.
O PEC situado na QI 29 do Lago Sul conta com 10 equipamentos de ginástica para jovens e idosos se exercitarem. Segundo a Administração Regional do Lago Sul o espaço inaugurado em março de 2013 é destinado à prática de exercícios físicos, principalmente para o público-alvo, que são os idosos, já que a região possui 66% da população formada por pessoas idosas.
A aposentada Marlene Duarte, de 68 anos, moradora da QI 29 afirma que o espaço a incentiva na rotina de exercícios e na melhora da qualidade de vida. “Eu sempre fiz caminhada diária e com a criação desse ponto eu acrescento mais exercícios no meu dia, melhorando a minha saúde e o meu bem-estar”, diz. “Com esses aparelhos posso trabalhar o corpo todo e com o prazer de malhar ao ar livre, além de ser pertinho de casa. É um lugar tranquilo”. O aposentado Geraldo Gonçalves, 73 anos, mora no Lago Sul há oito anos e acredita que o lugar mudou a rotina dos moradores. “Desde que inaugurou esse espaço podemos vir todos os dias fazer atividades sem precisar ir muito longe, além de poder encontrar com vizinhos, o que estimula mais”, afirma.
O PEC conta com aparelhos que exercitam a parte aeróbica e muscular do corpo. Porém, se eles não forem usados corretamente, podem causar graves lesões. “O espaço é ótimo, só que deveria existir aula pelo menos uma vez por mês de um especialista que nos ensine como usar os equipamentos corretamente, para não causar prejuízo à saúde de todos que frequentam o Ponto”, afirmou o aposentado Geraldo.
A obra é uma iniciativa da Novacap em parceria com a Administração Regional do Lago Sul e possui 157,44m2. De acordo com a Administração da região o PEC foi criado por reivindicação dos moradores.
A Novacap está em fase de elaboração de contrato para a manutenção dos aparelhos dos Pontos de Encontro Comunitário.
Risco
Apesar de serem projetados para a realização de atividades físicas, é comum ver crianças utilizando os aparelhos do PEC como brinquedos, o que pode ser considerado um risco. A babá Regiane Soares, de 33 anos, leva o garoto Augusto, de 8 anos, quase todos os dias no Ponto e diz que não vê perigo ao deixá-lo brincar, mesmo existindo uma placa no local afirmando o risco. “Não vejo nada demais nos aparelhos que possa machucá-lo. Ele sempre está junto com mais crianças que ficam brincando”, afirma.

Espaços Esportivos: Às moscas, quadras em Águas Claras são utilizadas para passeios com cachorros

Para desfrutar do uso habitual das quadras poliesportivas de forma satisfatória, moradoras de Águas Claras, acreditam que vários pontos precisam ser melhorados. Gheisa Neves crítica à falta de segurança. “Durante o dia a gente já chegou a ver, mas a noite não se vê policiais. Está cada dia pior”, afirma a moradora. Já para Marlete Pimenta, é necessário melhorar as instalações tanto no lado interno como externo da quadra. “Precisa de bancos em volta, e também de limpeza, está bastante suja, nós até já pensamos em fazer uma limpeza tanto dentro como fora, pois tornou um ponto de encontro nosso, às vezes, chega a ter 15 famílias com seus cachorros”, declara.
Segundo as moradoras, o público é variado, vai de crianças a adolescentes que jogam futebol, ou até pessoas como elas, que usam a quadra para passear com seus cachorros, inclusive no período noturno.
A responsabilidade da quadra fica por conta da própria administração da região. Marlete conta que moradores estão pensando em fazer um abaixo assinado com as pertinentes reclamações, para os responsáveis que administram a quadra. A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Administração Regional de Águas Claras, mas não obteve nenhum retorno.

Marlete Pimenta, Gheisa Neves e Suyane Vasconcelos, moradoras na quadra (esq. para dir.)
 
Pode melhorar
Em outra quadra da cidade, jovens usam quadra para praticar suas atividades, como andar de skate e bicicleta, ou para se reunirem para conversar, sempre mantendo um clima de entretenimento. Fernando Sestello, Marcos Fernandes e Igor Sadoque são alguns dos jovens que frequentam o espaço diariamente.
As maiores queixas ficam por conta da iluminação, já que os garotos costumam frequentar a quadra a noite. “Falta iluminação e tem poucos postes. A quantidade de árvores acaba atrapalhando”, afirma Marcos Fernandes. Apesar disso, eles consideram o ponto de encontro agradável, mas que pode melhorar.

 Pablo Arruda- Jornal Esquina On-line

Espaços Esportivos: Falta de incentivo afeta categoria adulta de futebol do Varjão

O futebol jogado nas cinco quadras gratuitas de uma das Regiões Administrativas mais pobres do Distrito Federal é uma maneira de reunir os moradores e garantir a diversão toda semana. Entretanto, a falta de organização do campeonato da categoria adulta desmotiva jogadores como o operário Raimundo da Silva Macedo, de 35 anos.

Raimundo, mais conhecido como Zico pelos amigos do Varjão, conta que apesar do número de quadras, acha que o pessoal mais velho da cidade é muito desmotivado em relação ao esporte. “Incentivo para as crianças até que tem por causa das escolinhas, mas para os adultos não. Eles organizam o campeonato, mas nunca terminam”. Raimundo conta que quando a competição chega à final, é cancelada por falta de verba ou porque alegam que não tem premiação.
Raimundo treina com o filho na quadra  ao lado do campo sintético do Varjão
Outro fator que afeta a motivação dos jogadores, mas que está em vias de ser resolvido é a falta de um local para a troca de roupa e de banheiros para uso dos atletas. A Administração Regional da cidade já está no processo de construção de um vestiário. O espaço terá em torno de 120 m² com área de descanso e três banheiros.

Ray Alves Ferreira, 19 anos, trabalha em uma empresa de marketing e mora no Varjão há 15 anos. Ele joga na quadra de futebol ao lado do campo sintético todas as terças e quintas à noite e afirma que achou a construção do vestiário uma ótima iniciativa. “Quando os jogadores precisam ir ao banheiro tem que ir para casa ou usar o mato atrás do campo”.
O vendedor, Diego Dantas, veio do Rio de Janeiro para o Varjão há três meses e já se enturmou com o pessoal da pelada. Ele acha que as quadras são boas, mas que precisam de revitalização em alguns pontos. “Essa aqui [quadra ao lado do campo sintético] tem as redes dos gols rasgadas, poderiam colocar gols novos”, opina.

Para Raimundo, algo que poderia juntar a turma adulta e dar mais motivação nos treinos e peladas seria a construção de um ginásio coberto. “Às vezes chove e aí como é que joga? Uma quadra coberta igual à do Paranoá ficaria muito melhor. O Varjão já tinha três quadras, em vez de ter feito mais duas descobertas poderiam ter feito só um ginásio coberto”.
Talentos no Varjão - No campo de grama sintética do Varjão acontecem dois projetos sociais voltados para meninos da comunidade. O Varjão Futebol Clube e o Juventude Futebol Clube são iniciativas voluntárias de moradores da cidade que contam com o apoio da Administração Regional.

O Juventude Futebol Clube foi criado há cinco anos sob o comando de Silvia Chavez. A diretora da escolinha conta que viu no talento do filho a vontade de dar oportunidade para outros meninos da cidade de se descobrirem e se realizarem na atividade. Hoje, o projeto de Silvinha, como é conhecida na comunidade, atende cerca de 70 meninos do Varjão. Os únicos pré-requisitos para participar da escolinha são frequentar a escola e tirar boas notas.

Silvinha conta que o maior intuito do projeto é afastar os meninos das drogas e da criminalidade. “Hoje as pessoas estão muito avançadas, estão se envolvendo com muita facilidade no mundo das drogas, principalmente com esse crack que veio para matar”, lamenta.
A escolinha funciona através do trabalho voluntário de moradores da comunidade. Denílson Rodrigues mora no Varjão e atua como treinador voluntário desde a inauguração. “Aqui na escolinha a gente é uma família. Não tem esse negócio se a pessoa é boa ou ruim, tem espaço para todo mundo que quiser participar”.
O Juventude ainda tem como objetivo revelar novos talentos através de peneiras feitas por grandes clubes de futebol que vêm até a escolinha para assistir os treinos dos meninos. Silvinha conta que já saíram do projeto três alunos para o Santos e quatro para o Cruzeiro.
Quando o projeto começou o campo era de terra e eles só tinham uma bola, mas isso não abalava a vontade dos meninos de jogar. Denílson conta que quando José Ricardo Nascimento assumiu a administração do Varjão, a escolinha ganhou um grande apoiador. A Administração cede o espaço do campo sintético além de material como bolas e camisetas.
Marina Corrêa- Jornal Esquina On-line

Espaços Esportivos: primeira quadra de basquete de Brasil não tem mais tabela

O ginásio da ASCEB (Associação dos Empregados da CEB), que fica na 904 sul, é a casa do UniCEUB/BRB. Inaugurado na década de 70. A partir de 2003 se tornou o lar oficial do tricampeão, quando disputou a Copa Centro-Oeste e a Supercopa Brasil, torneios classificatórios para o Campeonato Nacional de Basquete Masculino. Lá, o time venceu quase todos os jogos que disputou, geralmente com lotação esgotada. Porém, o basquete nas redondezas do ginásio anda esquecido, quase abandonado. A reportagem do Esquina On-line visitou várias quadras próximas ao ginásio da ASCEB e constatou que Brasília ainda não respira basquete. Pelo menos não nas proximidades do local dos jogos do UniCEUB.

A primeira quadra que a reportagem visitou foi a 303 sul, onde constatou um fato curioso. A única quadra poliesportiva do local fica atrás do bloco J. Ela possui dois portões de acesso. Um deles estava fechado com cadeado. O outro estava liberado normalmente, o que significa que tentaram tornar o acesso a quadra restrito. Ninguém da prefeitura da quadra foi encontrado para comentar o fato. Outro problema foi que a quadra poliesportiva não estava completamente pronta. As tabelas de basquete não possuíam aros, e não havia pintura no chão da quadra. A situação na quadra da 103 sul era a mesma: faltavam aros e pintura na quadra.
Na entrequadra 102/103 sul, há duas quadras poliesportivas, porém nenhuma delas possui tabelas de basquete. As duas possuem apenas traves de futebol. Situação pior é da quadra 302 sul, que está completamente abandonada. Pichações estão por todos os lados, e a quadra é usada como ponto de consumo de drogas e de dormitório por moradores de rua. A tabela foi arrancada por vândalos, e só restou à base de sustentação.
Abandono na quadra 302 sul
Na praça da 506 sul, as coisas melhoram um pouco. A quadra foi recentemente reformada pela administração de Brasília. A pintura ainda estava sendo feita por operários quando a reportagem do Esquina On-line chegou no local. As tabelas estavam novas e tinham até redes. Porém, Benedito Rodrigues, um dos operários, lamentava que a quadra já estava sendo depredada. “Acabamos de pintar e já tem gente usando a quadra como pista de skate e banheiro para cachorro!”, lamentou.
Na entrequadra da 504 sul, conhecida como praça do índio, a quadra estava em boas condições, com tabelas e pintura em dia. Porém, o basquete não era o esporte praticado. Vários estudantes de um colégio particular, que fica nas proximidades do ginásio da ASCEB, jogavam futebol no momento da reportagem. 
Procurada, a Administração de Brasília não havia se manifestado sobre o estado das quadras poliesportivas até o fechamento desta matéria.
Marcio Rocha- Jornal Esquina On-line

Espaços Esportivos: Quadras em áreas nobres sofrem sem cercamento

Se você está jogando bola com um amigo que não é um grande “craque”, dá um passe a ele e a bola sai na lateral, se prepare para correr até a parte de fora da quadra. Essa realidade ocorre em Brasília, área central do Distrito Federal.  As quadras de esporte das Asas Sul e Norte não recebem investimento da administração e ficam abandonadas, com as cercas quebradas e o piso sem pintura.
Na Asa Norte, o local para prática esportiva da superquadra 114 está abandonado. A cerca não completa a volta inteira em torno da quadra, a pintura está desgastada e parece que nunca foi acabada. Os gols para jogar futebol não possuem redes e as traves de ferro já apresentam sinais de ferrugem pela falta de manutenção. A tabela de basquete não existe e a grama já começa a tomar conta do concreto desgastado.
 

Quadra na 114 norte não tem rede para o gol e nem tabela para basquete

 

Também na Asa Norte, na 404, a situação é semelhante. Apesar de contornar todo o perímetro da quadra poliesportiva, a cerca metálica está rompida em vários pontos, onde os arames ficam expostos para fora ou para dentro da quadra, um risco para os esportistas e para os pedestres. Na falta de lixeiras por perto, o chão se torna depósito para os resíduos deixados no local, muitas vezes por pessoas que utilizam o espaço apenas para consumir bebidas alcóolicas e fazer bagunça durante as madrugadas.

Arte Urbana – “Está tudo pichado”, diz o neto de Iridê Moll enquanto joga bola com o seu avô. Na quadra da 310 norte, as pichações e os desenhos tomaram conta da quadra mal conservada. Além disso, a cerca quase não existe e o concreto está todo quebrado. Alguns moradores sem consciência aproveitam o espaço para descartar objetos no local: uma impressora ocupava o canto da quadra.
Pichação em muro da quadra 310 norte

Iridê vem à capital há oito anos de Erechim, no Rio Grande do Sul, para visitar a filha e os netos que moram em Brasília. Em sua percepção, a quadra de esportes nunca recebeu melhorias em todo esse tempo. “Tem gente que recebe dinheiro para investir no espaço público. Não tem nenhum banco para sentar, eles poderiam cuidar muito mais”, relata. Para ela, a administração poderia investir em banheiros para quem pratica esportes na quadra. Além disso, não há iluminação.
Em alguns pontos das quadras 400 na Asa Norte várias pichações onde se lê “400 F.C.”, pintado nos suportes onde deveriam existir tabelas e cestas para a prática de basquete.
Quadra? – Na 405 sul, está o maior exemplo de falta de investimento das quadras que foram visitadas. O cimento, que deveria caracterizar o piso de uma quadra de esportes não existe. A área está tomada por grama e barro, o que restou foram apenas as cercas inacabadas e as traves que um dia deveriam ser utilizadas como gols. A área fica no meio da superquadra e está apenas ocupando espaço, já que não serve para prática de nenhum esporte.
Ana Caroline Seidler, que mora no bloco próximo a quadra, acha que virou apenas um espaço de perigo aos moradores. “Não tem mais nada aqui, então se você tem que passar por essa grama toda, corre o risco de ser assaltada. Eles podiam limpar isso. Faz a quadra ou dá um jeito no espaço”, comenta.
Novamente na superquadra 404 Norte, é difícil reconhecer que um espaço vazio do gramado foi inicial planejado para ser uma quadra de vôlei. Dominada pela vegetação, a quadra ainda possui as hastes onde a rede que divide os campos adversários deveria se fixada, uma delas quase caída, e ambas bastante enferrujadas.

Cercas quebradas, pontas de metal espalhados, riscos para todos – Em boa parte das quadras de esporte visitadas, é possível encontrar o mesmo grande perigo: cercas quebradas. As telas metálicas podem ter sido rompidas, ou as barras superiores separadas do resto do perímetro e até mesmo alguns alambrados inteiros podem ser vistos ao chão. O que ficam são os riscos de acidentes que essas estruturas metálicas representam.
Considerado o tipo de ferrugem encontrado em praticamente todas essas grades, a possibilidade de contração de doenças em caso de cortes por esses materiais é altíssima. Na quadra esportiva da 114 Norte, barras de metal sujo e enferrujado estão expostas em todos os quatro cantos do local. Numa partida de futebol, onde todos correm para todos os lados e não se pode saber para onde a bola vai, barras assim significam grandes e perigosos obstáculos para os jogadores.
Aparelhos de musculação também tendem a se desgastar com o tempo. Além de enferrujados e velhos, ficam tortos e propensos para ferir os usuários.
Na quadra 404 Norte, ao lado da quadra de vôlei escondida pela grama, fica um parquinho infantil cercado por essas estruturas perigosas. Quando um alambrando se despende de alguma das vértices do cercamento e cai, o normal é que os pontos de fixação dessa estrutura continuem firmes e expostos, por serem pequenos pedaços de metal que costumam estar colados ao resto da grade. Brinquedos caindo aos pedaços, com correntes fracas e desgastadas também podem machucar. O espaço para as crianças brincarem se transforma então num campo minado.
 
Reforma agrada moradores - Um bom exemplo de espaço público destinado à prática de esportes está na quadra 406 Norte. As traves para os gols estão inteiras e ainda contam com redes brancas de metal. As duas tabelas e cestas também continuam montadas, pintadas, e perfeitas para o uso. Ao lado de um parquinho que também foi reformado recentemente, a quadra possui iluminação durante a noite e atrai todos os moradores da superquadra, crianças, adolescente e adultos.
Maria Beatriz Koth reúne todas as crianças do prédio onde mora quando vai descer para brincar com o neto. Ela conta que os dois espaços de diversão foram reformados em 2012, mas não sabe dizer quem foi o responsável pela restauração. “Tanto no parquinho quanto na quadra, as crianças da superquadra passam a tarde aqui” comenta a moradora, que aproveita os benefícios de um espaço seguro para brincar com o neto.

Apesar disso, o alambrando que cerca a nova quadra, recém pintado e ainda em boas condições, já está quebrado em alguns pontos, deixando a tela metálica solta.
Na quadra 205 Sul a situação também é muito boa. De acordo com moradores, a quadra foi construída a pouco mais de um ano e é utilizada por vários moradores. Comparada com outras áreas, a dificuldade de jogar basquete é o de menos. Difícil mesmo seria jogar qualquer esporte nas quadras que não recebem nenhum investimento e manutenção da administração responsável.
 
Luísa Leite e Camila Schreiber- Jornal Esquina On-line

Espaços esportivos - Cruzeiro tem 10 quadras, mas todas precisam de revitalização

Espaço é o que não falta para praticar esportes no Cruzeiro. No entanto, na avaliação da própria Administração, todas as instalações precisam ser reformadas ou revitalizadas para que a população seja atendida plenamente. A reportagem do Esquina Online conferiu de perto a situação das quadras poliesportivas da região, e também como está o uso do Complexo Esportivo do Cruzeiro.

Números

Espaços Esportivos Públicos
Qtd.
Cruzeiro Novo
Quadras poliesportivas

3
Campo de areia
1
Cruzeiro Velho
Quadras poliesportivas

6
Campo de areia
1
Quadra de basquete
1
Complexo Esportivo
Campo de futebol
1
Ginásio
Quadra poliesportiva
Campo de areia
1
1
1


O Cruzeiro Velho dispõe de três quadras poliesportivas e um campo de areia. No Cruzeiro Novo existem seis quadras poliesportivas, uma de basquete, um campo de areia e o Complexo Esportivo do Cruzeiro – que envolve uma quadra, um campo society, um campo de futebol e um ginásio.
O gerente Jonas Figueiredo de Lima – responsável pela seção de Esportes e Lazer da Administração Regional do Cruzeiro – afirmou que a maior parte dessas áreas está em condições de uso, mas todas necessitam de revitalização. “Pequenas reformas, substituição dos alambrados, traves, uma nova pintura”, explicou o gerente.
A melhor e a pior
Para a Diretora de Serviços do Cruzeiro, Darli Máximo, a quadra poliesportiva da SRES 12 é a única em bom estado. “Ela é menos usada, por isso se mantém conservada”, disse a diretora. Na avaliação dela, as quadras que apresentam as piores condições são as da SRES 10 e o conjunto da 1205. “Estão detonadas”, reconheceu.
Darli Máximo disse que já foram abertos processos de licitação para revitalizar todas as quadras do Cruzeiro.  “As obras já começaram na 10. O orçamento da Administração é limitado, mas pequenas reformas podem ser feitas, uma a uma, porque o processo (administrativo) é mais fácil”, explicou a diretora de serviços. Já a ampla reestruturação do Complexo Esportivo, por exemplo, ela alegou que envolve procedimento mais burocrático.

Situado na parte central da RA XI, o Complexo Esportivo do Cruzeiro tem uma área equivalente a 3 campos de futebol, mas a estrutura das instalações estão precárias. “O ginásio coberto foi interditado pelo corpo de bombeiros para eventos de médio e grande porte”, disse o gerente de esportes, Jonas de Lima. “O campo society e a quadra poliesportiva precisam de reformas. O campo de futebol está em boas condições, mas as instalações físicas (vestiário, arquibancada) não”, completou a descrição do cenário, Darli Máximo.

No estádio do Cruzeiro, obras inacabadas oferecem risco
A diretora de serviços explicou que por se tratar de uma obra de grande porte, com gastos previstos de no mínimo R$ 3 milhões, a reforma do complexo ultrapassa o orçamento da Administração Regional. “Envolve a Secretaria de Obras do GDF, ou mesmo a Secretaria de Esportes. Daí o processo é mais vagaroso, os trâmites são maiores, tem que passar pelo Tribunal de Contas do DF”, argumentou a diretora. Darli Máximo assegurou que o processo já foi iniciado, e que a reforma está na fase de elaboração de projetos técnicos (de engenharia, arquitetura, parte elétrica).
População em atividade
O estudante Lucas Liberalino, de 18 anos, não se importa com o estado precário das quadras. No tempo livre, gosta de jogar futebol com os amigos. “A situação é essa. Dá pra ver que falta tela de proteção em alguns lugares; rede dos gols, pintura... Mas a gente gosta de vir aqui, bater uma bolinha”, disse o estudante, já com os pés na quadra poliesportiva do complexo.
Peladeiros aproveitam quadra em pleno sol de meio-dia
Na avaliação de Lucas, a melhor quadra é a da “Quina”, localizada na SHCES 1409. O Esquina Online visitou o local, que fica próximo à avenida das jaqueiras. Em plena quarta-feira útil, sob o sol de meio-dia, peladeiros da região aproveitavam o tempo livre do horário de almoço para jogar. “É a hora que dá pra reunir todo mundo. Aqui é bom”, elogiou um dos jogadores, entrando em campo sem querer perder tempo com a entrevista.

Elogios também para os equipamentos de ginástica espalhados pelo Cruzeiro. O militar Manoel Pedroso aprova as novas instalações, que considera importante para a população. “É bom pra fazer exercício físico, melhorar a saúde”, comentou. “Eu venho umas quatro, cinco vezes por semana”, afirmou Pedroso, enquanto se exercitava no Ponto de Encontro Comunitário – uma praça com diversos aparelhos, ao lado da avenida das mangueiras.
Críticas

Era dia de jogo no Ninho do Carcará – como é conhecida a parte do campo de futebol e arquibancada do Complexo Esportivo do Cruzeiro. O time da casa perdeu de 1 a 0 para o Ceilândia, em partida válida pela rodada inicial do Campeonato Candango de Futebol Júnior. Após o apito final, o presidente do Cruzeiro Futebol Clube, senhor Ivanir Alves, falou um pouco com o Esquina Online. Ele fez severas críticas ao governo, a quem culpa pelo descaso tanto com as instalações quanto pelo futuro dos jovens.

Na quadra de basquete da 1205 é impossível fazer cesta
“Pra fazer aquele estádio gigante [Mané Garrincha] tem dinheiro. Pra melhorar as condições aqui, onde nós recuperamos até jovens envolvidos com crime, não tem!”, reclamou Nyto – como é conhecido o presidente do clube. Em seguida, o senhor Jacy Fonseca, diretor de futebol, explicou como o campo é utilizado pelo Cruzeiro F.C. “Nós pagamos DAR [Documento de Arrecadação Avulso do GDF] de R$ 300,00 por semana, para utilizar o campo quatro vezes. Mas o gramado é a gente que cuida, corta, põe remédio. A pintura é o clube quem faz”, alegou o diretor.
As precárias instalações do estádio eram perceptíveis. A arquibancada não tem cobertura e a pintura já está desgastada. Há um trecho inacabado, com resquícios de obras – entulhos e estruturas de metal – que oferecem risco à população. O banheiro público do local é inacessível. Ainda assim, e debaixo de chuva, o público compareceu em bom número para assistir aos futuros craques de Brasília.
Por Sérgio Bertoldi - Jornal Esquina On-line