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Mesmo sem mar, Brasília curte a brisa do futevôlei

Por Paulo Henrique Gomes
- Não é a falta de praia que impede os brasilienses de praticaram o futevôlei, o esporte é praticado em clubes espalhados pela capital -



Céu claro e clima seco  de Brasília contribuem para a prática do futevôlei
O futevôlei foi criado em 1965 na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. A modalidade surgiu como uma forma de burlar a proibição imposta pela ditadura na época, que não permitia que as pessoas jogassem futebol ou “altinha” nas areias das praias cariocas. A prática de esportes com bola era permitida apenas em quadras de vôlei, com rede e campo delimitados. Juntamente com a modalidade, surgiram as regras do novo esporte. No início, cinco pessoas jogavam em cada equipe. Depois foram formando-se duplas e até mesmo as “umplas”, ou seja, apenas um jogador de cada lado. Aos poucos a modalidade cresceu e tomou conta de diversos bairros cariocas.

O futevôlei é um esporte em que duas equipes, compostas por dois, três ou quatro atletas se confrontam em uma quadra de areia com medições de 18 metros de comprimento e nove metros de largura. A quadra é dividida em duas partes iguais por uma linha imaginária central, onde fica a rede. O objetivo dos jogadores é fazer com que a bola, após ser tocada com a cabeça, região do peito ou membros inferiores, passe por cima da rede e toque o campo adversário. Luiz Gustavo Coelho Netto, que pratica futevôlei há dois e é federado na Confederação Brasiliense de Futevôlei, há uma regra que dita a modalidade. “O negócio é botar a bola para o alto. Essa é a regra. Independente da situação em que a bola vem, bater para o alto facilita a vida do companheiro”, explica. A altura da rede para competições oficiais internacionais masculinas é de 2,20 metros e 2 metros nas competições femininas. Quando o jogo acontece entre quartetos, a altura é de 2 metros. Confira as regras oficiais da modalidade.  

Há mais de mil quilômetros de distância do mar, a modalidade tornou-se mania no Distrito Federal. Há aproximadamente 20 anos, o futevôlei chegou a Brasília através de pessoas que vieram de locais litorâneos, principalmente do Rio de Janeiro e estados nordestinos. Diversos fatores contribuíram para o sucesso do esporte em terras candangas. O clima seco, além do sol forte e a pouca presença de chuva ajudaram Brasília a se tornar um ótimo local para a prática da modalidade. Atualmente 410 atletas estão inscritos na Confederação Brasiliense de Futevôlei, segundo o órgão. Para se ter uma ideia, dos 18 atletas convocados para o Campeonato Sul-Americano de futevôlei, disputado em julho deste ano na Colômbia, cinco eram de Brasília.


A paixão pelo brasileiro por futebol faz com que pessoas do sexo masculino ou feminino, de qualquer idade, possam ser vistas “batendo bola” em locais com ou sem infraestrutura, com superfície de cimento, grama ou areia. Certamente o alto número de locais para praticar o esporte além da paixão dos brasileiros por futebol contribuíram para a expansão da modalidade. A grande quantidade de clubes e parques no DF também contribuiu para o elevado número de praticantes, bastando apenas a presença de um espaço com areia e dois postes, geralmente disponibilizados nos locais. Onde não há a infraestrutura necessária, os praticantes precisam comprar o kit com rede e fitas para a demarcação do campo, que custa cerca de 500 reais. Renan Cano, praticante do esporte há quatro anos cita a facilidade em encontrar locais para jogar futevôlei. “Brasília conta com muitos clubes e a maioria já percebeu o crescimento do futevôlei. Não é difícil encontrar escolinhas ou quadras onde a gente possa jogar”, disse.


Clubes investem na prática na prática da modalidade, que está atraindo um grande número de praticantes no DF
João Gilberto Olivieri, que pratica a modalidade há dez anos e dá aula há três, explica sua primeira turma tinha apenas três pessoas, mas com o tempo o número cresceu. “Eu jogava futevôlei com um grupo em um clube, mas eu era bem superior a eles (risos). Eles me deram a ideia para que eu começasse a dar aula. O diretor de um clube que oferecia uma infraestrutura melhor me convidou para ministrar as aulas de futevôlei. Hoje em dia há turmas com mais de vinte alunos”, disse. João citou também o fator social incluído na prática da modalidade. Segundo ele, a modalidade pode ser praticada por mulheres e pessoas de todas as idades. “Temos alunos de 15 a 60 anos, homens e mulheres. Além de jogar futevôlei, as confraternizações são comuns e fazem com que um laço de amizade seja criado entre os alunos”, disse. Não é rara a presença de crianças, que acompanham seus pais em treinos e competições de futevôlei. Segundo Olivieri, o futevôlei proporciona diversos benefícios aos praticantes, como flexibilidade, aumento da capacidade cardiorrespiratória e da coordenação motora, agilidade e fortalecimento muscular. “O futevôlei é um esporte que não oferece impactos que possam prejudicar as articulações, além de queimar muita caloria”, explica.


A partir da década de 80, a modalidade cresceu de forma significativa e despertou o interesse de patrocinadores e imprensa. No ano de 1984, desafios interestaduais de futevôlei foram transmitidos na televisão pela primeira vez na história. Após isso, a modalidade ganhou destaque na mídia televisiva com o torneio Super Futevôlei, que gerou bons índices de Ibope a Rede Globo e as Copas Skol, que geralmente conseguiam destaque na mídia. Além disso, a novela Pecado Capital, exibida pela TV Globo em 1998 contou com um personagem que praticava futevôlei em praias cariocas, interpretado por Eri Jonhson, e contou com a presença do ex-jogador de futebol Romário em alguns capítulos. O ex-atacante da seleção brasileira assumiu em fevereiro de 2012 o cargo de “Embaixador Mundial do Futevôlei”. Um dos objetivos do craque era levar a modalidade às Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, porém não obteve sucesso.

Confira as unidades da federação que são destaques no futevôlei


Em vermelho, as cidades que praticam o esporte
Onde encontrar escolinhas de futevôlei
Cota Mil Iate Clube (Cota Mil) – Setor de Clubes Esportivo Sul, Trecho 2 
Contato: (61) 3225-4489


Associação de Servidores da Câmara dosDeputados (ASCADE) - Setor de Clubes Esportivo Sul, Trecho 2 
Contato: (61) 84040488 ou 8143 7762

Minas Brasília Tênis Clube Setor de Clubes Norte, Trecho 03, Conjunto 06 
Contato: (61) 8414-7278

Associação de Servidores do Banco Central (ASBAC) - Setor de Clubes Esportivo Sul, Trecho 2 
Contato: (61) 3212-5419

Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) - Setor de Clubes Esportivo Sul, Trecho 2 
Contato: (61) 3223-0078
Parque da Cidade, Praça Central do Guará