Por Raisa Nunes
Boulders, vias, regletes, crashs, magnésio e mosquetões. Essas são as palavras mais conhecidas do vocabulário dos esportistas apaixonados por escalada. O esporte que cada vez mais ganha espaço em Brasília é considerado pelos praticantes uma filosofia de vida. Além de exercitar força, equilíbrio e elasticidade, o desenvolvimento motor de cada músculo do corpo também é trabalhado.
Os chamados “boulders” são uma modalidade
de escalada em blocos de pedra baixos, com até sete metros de altura. Sem
cordas, a única segurança são os “Crashs Pads” – colchões de espuma especialmente
desenvolvidos para este propósito – que são posicionados na base da pedra. A
segurança de corpo também é feita com a ajuda de um colega que apara a queda, a
fim de direcionar o escalador aos crachs. Para evitar o suor nas mãos e,
consequentemente que elas escorreguem, eles utilizam o pó de magnésio.
A
altura vai bem mais além quando se fala em “vias esportivas”. São pedras acima
de 10 metros que alcançar paredões até 70 vezes maiores. Dessa forma, os
equipamentos de proteção são indispensáveis. Os mosquetões – anéis metálicos –
são usados para o auxílio de cordas e cadeirinhas. Segundo Gabriel Bello,
empresário e estudante de ciências da computação, a prática da modalidade de
vias é feita somente em duplas, onde um faz a segurança do outro.
A assistente administrativa Fabíola Xavier, 28 anos,
reforça que é necessário estar em vigia. “Por ser um esporte radical, a segurança é fundamental tanto nos equipamentos
quanto da pessoa que auxilia o escalador”, afirma. Escaladora há sete anos, Fabíola
conta que a quantidade de mulheres praticantes do esporte tem aumentado
significativamente. “A escalada vem se tornado cada vez mais popular e,
consequentemente, aumenta o número de mulheres praticantes. No entanto, ainda é
pequeno em relaçao ao público masculino”, explica.
A
consciência ambiental também é necessária para os escaladores que querem
alcançar o topo da pedra. Normalmente os lugares mais procurados por eles estão
em meio ao cerrado. “O local onde se pratica o esporte muitas vezes é
completamente selvagem e pouco visitado pelo homem, exigindo assim que tenhamos
respeito e cautela, degradando o mínimo possível para não prejudicar a fauna e
flora nativa”, afirma Gabriel Bello.