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Intercâmbio: Uma porta para o autoconhecimento

 Em tempos de crise econômica, torna-se cada dia mais competitivo conseguir um emprego. Para driblar a situação, o intercâmbio revela-se uma porta que possibilita ao candidato enriquecer o currículo e se inserir no mercado de trabalho.
  As empresas levam em conta um diferencial de um profissional que teve o contato diário com uma nova língua e a experiência adquirida em outro país. Isso possibilita  uma fácil adaptação cultural e profissional, caso o funcionário precise ser transferido para fora do país de origem. A iniciativa de abandonar a zona de conforto e ir estudar fora já sinaliza compromisso com a carreira, o que é bem visto no início da trajetória profissional.
 Segundo a especialista em recursos humanos, Eliane Santos, muitas empresas buscam, nos dias de hoje, profissionais que tenham conhecimentos de outras culturas em diversos países do mundo, devido à globalização.
Hoje diversas empresas oferecem pacotes de intercâmbio para todos os destinos possíveis e também muitas universidades oferecem programas de bolsas. 
O intercâmbio não era uma meta inalcançável até o programa Ciência sem Fronteiras (CsF) ser suspenso por cortes de gastos durante o governo de Dilma Roussef. Era o único programa que oferecia oportunidades de bolsas de estudo no exterior financiadas pelo Governo Federal para alunos de instituições de ensino superior, públicas ou particulares de todo o país. 
 De acordo com a fundação CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação, o Programa Ciência Sem Fronteiras enviou 44.402 estudantes para o exterior, no ano de 2014, incluindo mestrado, doutorado, graduação entre outros. Já em 2015, que foi o último edital realizado, o número reduziu para 40.330.

Universitária visitando a Casa Branca em Washigton D.C
Fonte: arquivo pessoal
Gabriella Valentim, estudante de Engenharia civil na Universidade de Brasília,UnB, selecionada pelo programa CsF, no momento se encontra em Washigton D.C. Já cursou oito matérias na The Catholic University of America, agora, três meses antes de voltar para Brasília, realiza um estágio profissional. “Eu gostei bastante dessa experiência, é uma empresa de engenharia geotécnica grande aqui nos Estados Unidos, acredito que isso vai ajudar muito no futuro da minha profissão e mais ainda no meu currículo, o fato de eu ter feito o estágio em uma empresa norte americana.”  Empolgada com a grande oportunidade de aprender como se faz design, como as coisas se constroem e como é o ambiente empresarial, ainda faz um paralelo entre os cursos no Estados Unidos e no Brasil. “Aqui eles dão muito foco no profissionalismo. O que eu sinto no Brasil, pelo menos na minha Universidade, é que a teoria é passada muito mais a fundo, mas eu vejo pouco interesse deles em inserirem a gente no mercado de trabalho. Eu estava no sexto semestre de engenharia civil e nunca tinha ido visitar uma obra aí no Brasil, aqui eu fui em três obras só em uma aula.” relata a estudante.
 
"O preparo que tive durante meu curso na UnB prévio ao intercâmbio
foi essencial para eu me destacar entre os alunos do meu campus na UWG."
Fonte : arquivo pessoal
Guilherme Pereira, 22 anos, também bolsista do CsF, morou nove meses em Carrollton, no Estado da Georgia, Estados Unidos, “Sou estudante de educação física da UnB e posso afirmar facilmente que apesar de não contarmos com toda a estrutura de ponta que a University of West Georgia possui, o curso aqui no Brasil é bem mais puxado.”    

O universitário conta que a facilidade e a falta de desafio lhe mostraram que o Brasil não fica atrás em nada em relação aos Estados Unidos, e que o intercâmbio ampliou sua visão profissional. “Quanto a um benefício obtido no meu intercâmbio que possa me destacar no meu país, eu poderia citar o certificado de personal trainer que obtive através de uma prova. Apesar de não ter nenhum valor legal aqui, pode ser algo que aprimore meu currículo. Mas o maior benefício que eu obtive com certeza foram os contatos profissionais que eu fiz nos Estados Unidos.” relata o estudante. 
O curso superior de bacharelado em educação física dura pelo menos quatro anos no Brasil. Já nos Estados Unidos, legalmente não é necessária formação alguma, basta um certificado de personal trainer obtido por meio de uma prova fornecida por diversas instituições.  
  
"Minhas tardes se resumiam em estudar com uma colega
francesa e apreciar um vinho."
Fonte: arquivo pessoal 
A estudante de Jornalismo, Natália Ribeiro, de 20 anos, encarou a experiência de morar fora do Brasil, com objetivo principal acadêmico. A universitária morou em Grenoble, na França, por seis meses, com recursos próprios e continuou o curso de Jornalismo no país de destino. “Tem que ver se vale a pena pelo fato de você desembolsar uma grande quantidade de dinheiro e não ser proveitoso para sua área.”
A estudante participou do edital do INT, assessoria de assuntos internacionais da UnB, que visa estabelecer e fortalecer laços de amizade e cooperação com organismos e instituições de ensino e pesquisa internacionais. “Embora ainda seja uma opção elitista, o intercâmbio vale a pena. Para quem não pode gastar muito, o ideal é procurar por bolsas de estudo.”, diz a universitária.
Espaço que abriga várias Universidades em Grenoble, França
Fonte: arquivo pessoal
A experiência internacional tem o poder de proporcionar uma visão mais ampla sobre o mercado e a profissão. Enquanto o desafio do estudante antes era tolerar uma nova cultura, desenvolver a liderança, a criatividade e a comunicação, agora o desafio é incluir no currículo as experiências vivenciadas fora. Além de adicionar a duração do curso e a Instituição, mencionar também projetos de pesquisa, trabalhos dentro do campus, atividades extracurriculares, ou seja, valorizar ao máximo a experiência, na tentativa de garantir finalmente a inserção no mercado de trabalho.
Por Bárbara Fontinele