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Projetos sociais mobilizam voluntários no terminal rodoviário do DF

Grupo de voluntários da Asbec se reune no Terminal Rodoviário para distribuir lanches | Foto: Divulgação ASBEC

Comer uma sopa, ganhar uma roupa de frio e até o lanche do final da tarde por ali. O terminal rodoviário de Brasília sedia as empresas que transportam passageiros para as cidades satélites ou até para algum estado próximo à Capital Federal. Projetos como o Sopão Solidário, o Menos Fome e o Amor no Cabide são alguns exemplos de que se pode fazer o bem, com doações em espaços movimentados e no centro do Planalto Central. Todos os dias, passam aproximadamente 1000 pessoas por lá, tornando a rodoviária um dos locais mais frequentados do centro da cidade.

Para alguns, ajudar o próximo parece algo que requer tempo, dinheiro e muita disposição. Mas para pessoas como a chef de cozinha Cristiane Leporace, a professora Angela Martoneto e a gerente administrativa Beatriz Farias, a causa se tornou uma missão de vida. Isso faz deles heróis para os que recebem essa ajuda e uma inspiração para os admiradores desse tipo de trabalho. Toda semana, eles reservam um tempo do dia para cuidar daqueles que precisam.

A rodoviária do Plano Piloto é só um exemplo. Todos estes projetos auxiliam pessoas que moram em comunidades ou em ocupações, como a do Noroeste. No dia em que a reportagem entrou em contato com a Casa da Sopa, responsável pelo Sopão Solidário, os voluntários do projeto foram atender alguns moradores da região. O “Amor no Cabide” e o “Menos Fome” também atuam fora do terminal rodoviário, no mesmo modelo de atendimento gratuito do sopão.

Vai dar sopa
Os 160 voluntários do “Sopão Solidário” realizam rondas para a distribuição do alimento. Os trabalhos começam às 19h, com uma rota que vai desde a sede, fixada no Cruzeiro Velho nas áreas do SAAN, e passa pela Rodoviária do Plano Piloto e pelo Noroeste. Fora do centro da cidade, eles também auxiliam alguns catadores de papelão, que vivem em uma ocupação de Taguatinga. Para a professora e coordenadora do projeto, Angela Martoneto, uma frase define o trabalho feito para a população carente: “Dê uma chance a essas mãos”.

Segundo a coordenadora, os alimentos usados para o preparo da sopa são doados, mas, quando necessário, ela e os voluntários se reúnem para comprar o que for preciso. “Quando falta algo nos reunimos para fazer um bazar para arrecadação de fundos”. Sobre a aceitação do projeto, Angela conta que foi enorme. “Como são muitos voluntários, nos dividimos em grupos de 5 a 6 pessoas. A equipe precisa ser unida para, no caso de um faltar, outro dar suporte. As sopas nunca deixaram de ser entregues por falta de um integrante do grupo”.

Beneficiados pelo projeto "Sopão Solidário" recebem as doações | Foto: Patrícia Alvarenga

Beneficiado pelo projeto, Gerson Alves Petrolino, de 53 anos, vive em uma ocupação no Noroeste e  agradece os voluntários. “Não é qualquer pessoa que faz esse projeto em uma invasão”. Wellington Lindolfo de Sousa, de 30 anos, outro que também é atendido no “bairro sustentável”, conta com o auxilio e valoriza o serviço. A gente trabalha, mas o pão de cada dia, muitas vezes, não dá para sustentar a família”. Assim como Wellington e Gerson, outras famílias se encontram na região e ficam na expectativa da chegada do alimento, que muitas vezes é a única refeição do dia.

Sem frio
Com a chegada do inverno, o projeto Amor no Cabide BSB volta à ativa, com a premissa de espalhar cabides com roupas para ajudar quem precisa se aquecer. A meta do projeto, realizado desde 2014, é fazer com que as pessoas pendurem agasalhos pela cidade, entre os meses de maio e julho, quando o frio se intensifica na Capital Federal. As organizadoras são a chef Cristiane Leporace, de 45 anos, e a professora e empresária Liliane Souza Santos, mais conhecida como Lili Brasil.

"O objetivo é que ninguém passe frio em Brasilia”, explica Cristiane. A organizadora conta que o projeto surgiu a partir de um evento divulgado nas redes sociais on-line pela comunidade "Amor no Cabide". A iniciativa foi criada por três amigas em Porto Alegre, se espalhou e inspirou a realização na capital federal. "A ação social oferece a oportunidade de um olhar humano através das doações de roupas. Na página do projeto, sempre dizemos isso. Quanto mais gente colaborando melhor!”

Lanches para todos
Comandada pela Associação das Empresas de Comércio de Bens e Comerciários  (ASBEC), a ação social Menos Fome surgiu gradativamente através do planejamento e trabalho da gerente administrativa Beatriz Silva Farias, 20 anos, junto com Gabriela Farias, 25 anos e Nilson Farias, 55 anos. Com a ajuda de voluntários, o projeto procura doar lanches aos mais necessitados no Terminal Rodoviário, uma vez por mês, nos fins de semana. “Após as primeiras ações, muitas pessoas tiveram interesse em participar e assim o projeto tomou forma e lugar nas redes sociais. Primeiramente tudo é organizado pelo nosso grupo do Whatsapp e Facebook, ou reunimos com nossos voluntários ativos, que hoje são por volta de 20 pessoas”, conta Beatriz.

Projeto "Menos Fome" distribui alimentos aos necessitados |  Foto: Divulgação ASBEC

Sustentado por voluntários, pela ASBEC e por uma empresa contribuinte, o projeto depende de doações para acontecer, que são feitas por qualquer tipo de festa ou produtora de eventos. Basta entrar em contato. "A maioria são festas eletrônicas, onde um quilo de alimento é cobrado na entrada. Mas aceitamos ajuda de qualquer lugar ou festa, quanto mais melhor não é?”.

Apesar da previsão de fazer as distribuições de lanches de mês em mês, Beatriz contou que a falta de alimento suficiente reduziu a frequência das ações. Esse é um problema recorrente para instituições de caridade e ações sociais que dependem de doações para sobreviver. 

Por Tammy Faria e Patrícia Alvarenga