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Manutenção e segurança do Mané preocupam para as Olimpíadas

Arena gasta cerca de 700 mil mensais para reparos e é refúgio para algumas competições
O que começou como uma arena de copa do mundo, virou um refúgio para clubes de outros estados. Considerado um elefante branco, o estádio Nacional Mané Garrincha é um dos campos que receberá as olimpíadas em agosto deste ano. A cidade vai sediar dez jogos de futebol, sendo sete masculinos e três femininos, mais partidas que na copa do mundo de 2014. A Secretaria de Turismo gere a arena e desembolsa mensalmente 700 mil reais para a manutenção de energia, limpeza, reposição de peças, gramado, pequenos reparos, entre outros serviços, gerados pelo uso contínuo do espaço.
Mas, não são apenas problemas estruturais. Recentemente, o estádio recebeu a partida válida pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro, entre Flamengo e Palmeiras, em que cenas de violência foram registradas. Brigas entre os torcedores das equipes marcaram a vitória do clube paulista por 2x1. Jogadores e torcedores ficaram abismados com o ocorrido. Confira o vídeo.



O estádio, que custou mais de um bilhão aos cofres públicos, é cuidado pela secretaria e por quem o aluga, seja para partidas de futebol ou shows. A segurança é questionada, pois, não é o primeiro ato violento registrado no estádio. Num jogo, também envolvendo times do eixo Rio-São Paulo, Vasco x Corinthians, a disputa também ficou marcada pela violência das duas equipes.
Apesar desses fatos ocorridos, o estádio Nacional Mané Garrincha volta a receber jogos já nesta quinta feira, dia 16 de junho, entre Fluminense x Corinthians, válida pela oitava rodada do campeonato brasileiro de futebol. Outro jogo que deve passar por cima da interdição é entre Flamengo x São Paulo, ainda neste mês.

Com isso, o Sub-secretário de Turismo, Jaime Recena, comentou um pouco sobre os atos de vandalismo e segurança do local, confira nos áudios.




Outra preocupação é sobre as condições de limpeza do estádio. Cadeiras sujas, higiene precária nos banheiros, sem contar os lanches caros e a falta de água nos bebedouros instalados nos anéis da arena. Diferentemente desse ponto de vista, Jaime Recena, comenta um pouco das condições do estádio.
“O estádio é novo, as dependências estão novas, somos muito bem avaliados pelos torcedores. Na época da copa e no passar dos tempos, também conseguimos atender todos os jogos que recebemos por aqui”. Além disso, ele comenta que o gramado realmente chegou a passar por problemas, até pela falta de cuidado, porém, atualmente todas as dificuldades já foram sanadas.
Os jogos da final do campeonato candango, entre Luziânia e Ceilândia, estiveram entre os últimos realizados na arena multiuso, nos dias 30 de abril e sete de maio. A reportagem foi ao local da partida na época e, realmente, o gramado estava em perfeitas condições. Com um acompanhamento melhor, o presidente da Associação Atlética Luziânia, Daniel Vasconcelos, contou que não tinha o que reclamar tanto por parte dos jogadores, como da torcida, que compareceu em peso nos dois jogos da decisão.
“Com relação a essa parte de limpeza, estava tudo muito limpo, cheiroso, nada para reclamar com essa parte. Cheguei a conversar com alguns torcedores, ninguém reclamou, pelo contrário, também aprovaram tudo”, comentou o presidente. Por parte do gramado, o cartola afirmou que estava impecável e as condições para um jogo, principalmente de final de campeonato, superaram as expectativas.

Foto: Rafael Duarte 
Saudades de Sydney
Contudo, as opiniões nem sempre são as mesmas. Um jogador muito experiente na capital federal tem opiniões contrárias à do presidente do azulino goiano. Baiano, volante conhecido no futebol candango, foi o primeiro a levantar um troféu no Mané Garrincha, mas, apesar disso, não tem jogado muito mais na arena. Estreado em 2013, relata que mesmo assim, existem problemas. “Joguei lá na final do Candangão de 2013, fomos campeões e o gramado e limpeza estavam impecáveis. Já nesse ano, o gramado não estava tão bom assim, a água dos vestiários continua gelada, mas, sobre limpeza, não sou apto de falar”, completou o jogador.
Além disso, sobre a questão do gramado, o jogador da equipe do Brasília Futebol Clube, que já disputou os jogos olímpicos de 2000, em Sydney, na Austrália, comenta que as arenas daquela época sempre vinham bem cuidadas e com em excelentes condições para prática esportiva.
Baiano também fala que, com essa grande leva de partidas, pode acabar chegando em baixa qualidade para a disputa dos jogos olímpicos. “Não vai chegar em perfeitas condições para as olimpíadas, vai ter ainda algumas sequências de jogos, como o Flamengo, que vai mandar muitos jogos aqui. Se fosse por mim, fecharia para chegar 100% nos jogos”.
O rubro-negro carioca já veio à capital federal para alguns jogos do campeonato estadual devido ao fechamento do Maracanã, visando justamente a questão dos jogos olímpicos. Quanto a isso, o subsecretário Jaime Recena diz que não tem preocupação, apesar de receber jogos antes e mais partidas que na copa do mundo. “A arena foi construída para isso, para receber muitos jogos. Não vai ser um problema esses jogos pré olimpíadas”, pontua o adjunto da pasta.
Por parte da torcida, conversamos com um torcedor que já foi ao estádio no mínimo duas vezes neste ano. Em uma das vezes, o analista de sistema de 21 anos, Gabriel Laurindo, frequentou a arena na semifinal da Primeira Liga, campeonato formado neste ano com times do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Fazendo um comparativo com a Copa do Mundo, Gabriel diz que o estádio precisa de algumas melhorias. "Questão de assentos está boa, não tem do que reclamar, tudo bem conservado. Já os banheiros precisam de melhorias, tinha alguns sanitários interditados e pias danificadas".
Ainda sobre a questão de manutenção do complexo, Gabriel Laurindo diz que a iluminação de dentro e fora do estádio precisa de reparos, pois na saída de jogos e eventos, a falta desse recurso pode ser um problema até mesmo para segurança. Ele comenta um pouco mais sobre as condições para os jogos olímpicos. "Ainda faltam alguns reparos, como falei anteriormente, a expectativa é que o estádio esteja em boas condições, tanto de jogo quanto para os espectadores".
Aluguel
O estádio Nacional Mané Garrincha recebe muitos jogos de diversos campeonatos. Como dito anteriormente, são gastos 700 mil mensais com a manutenção do estádio, e a Secretaria de Turismo apenas faz o gerenciamento para que ocorram eventos esportivos aqui na capital federal.
Para alugar a arena, os preços variam. Segundo a Federação de Futebol Brasiliense, o valor cobrado geralmente corresponde a 15% da renda bruta do evento, como foi acordado para os dois jogos das finais do campeonato.
Com isso, a parte de limpeza deve ser feita pelo comprador do evento. No caso da final, ficou a cargo da Federação. Os preços também variam, pois dependem de quanto da capacidade do estádio será necessária. Na parte do anel inferior, o preço do aluguel diminui para 13% da renda do evento.
A reportagem entrou em contato com a Federação e com a assessoria do Clube de Regatas Flamengo, mas não conseguimos saber o valor ou a empresa que faz o serviço de limpeza quando contratada.
RIO 2016
A capital federal vai receber dez partidas de futebol masculino e feminino nos jogos olímpicos. Brasília é uma das cidades do futebol, juntamente com Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Manaus e São Paulo.
A seleção masculina vem ao Distrito Federal para jogar contra África do Sul e Iraque, pela fase de grupos. Além disso, a partida pela medalha de bronze será disputada na capital do país.
A equipe de futebol feminino não jogará aqui no estádio Nacional Mané Garrincha, porém, três jogos da fase de grupos serão realizados aqui.
Os jogos olímpicos Rio 2016 começam no dia quatro de agosto e vão até o dia 21 do mesmo mês.




Por Victor Fernandes