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V CBJA: Cobertura ambiental diminui na imprensa do mundo

Por Paulo Henrique Gomes 

- Para o jornalista, a queda do desmatamento na região amazônica é um dos fatores que contribuíram para a queda da cobertura ambiental no Brasil -

Foi realizada neste sábado (19), durante o V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental,  a palestra Menos Conversação, mais ação, por favor. Refazendo a pauta ambiental numa mídia dominada pela “sustentabilidade”, que foi ministrada pelo jornalista Cláudio Ângelo.  O palestrante considerou que apesar da diminuição da cobertura do meio ambiente na imprensa brasileira, ultimamente, o jornalismo ambiental irá tratar de assuntos extremamente relevantes nos próximos anos, como a disputa presidencial de 2014.

Público presente na palestra Menos Conversação, mais ação, por favor. Refazendo a pauta ambiental numa  mídia dominada pela “sustentabilidade"
O jornalista citou a crise que afeta o jornalismo ambiental, mostrando, como exemplo, o fechamento da editoria de meio ambiente do jornal americano New York Times e a demissão em massa na área promovida pelo canal televisivo CNN dos EUA. Para Cláudio, a eleição de Dilma Rousseff, no ano de 2007, contribuiu para a diminuição da cobertura de assuntos relacionados ao meio ambiente, pois a imprensa é refém da agenda do governo e a  prioridade deles com essa temática está em queda. “A prioridade da temática ambiental desabou durante este período”, afirmou o jornalista. Para Cláudio Ângelo, os veículos de comunicação televisivos tem feito um trabalho melhor do que os jornais impressos na área ambiental. “Somos viúvas do desmatamento e o tema ficou um pouco perdido após o plano real do desmatamento decretado em 2007”, disse o palestrante. Para o jornalista, a ausência de reportagens relacionadas ao meio ambiente na imprensa brasileira está relacionada à diminuição na taxa de desmatamento na região amazônica, que passou de 19 mil quilômetros anuais, em média, para seis mil quilômetros. “O interesse dos jornais pela temática amazônica caiu conforme o índice de desmatamento. Aparenta que não temos mais o problema do desmatamento. A própria queda do desmatamento é uma história que não foi contada direito”, alegou Cláudio. 


Jornalista Cláudio Ângelo fala sobre a cobertura da imprensa ambiental
 durante o V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
Para o jornalista, em relação a mudanças climáticas, temos picos na abordagem do assunto, mas segundo Cláudio, ainda não houve isso neste ano. “Todos os dias temos a mesma notícia, a mesma abordagem, com títulos de reportagens já definidos”, afirmou. Para ele, os movimentos ambientalistas e as ONG’s perderam sua capacidade crítica por cederem às pressões do governo. O palestrante também citou a banalização do termo “sustentabilidade”, que é usado por empresas como uma forma de marketing, mas são utilizadas sem seu verdadeiro intuito ambiental. 

Para Cláudio Angelo, duas datas são extremamente importantes para o calendário ambiental nos próximos anos. Em 2015, haverá a conversão de todos os acordos internacionais na área do meio ambiente, do clima, desenvolvimento sustentável e a convenção da biodiversidade e em 2014 teremos a disputa presidencial. “O meio ambiente vai virar um objeto de disputa política. Essas pautas irão ganhar oportunidade de reinserção qualificada nos noticiários”, disse.


Cláudio Angelo fala sobre a relação entre o desmatamento atualmente e no século XVIII e XIX no Brasil


O jornalista Cláudio Angelo fala sobre a importância do meio ambiente nas eleições presidenciais de 2014