Espaço que deveria servir aos cineastas e produtores de Brasília
está inutilizado por problemas estruturais e administrativos
Por Bruna Cravos e Nádia Laís
Por Bruna Cravos e Nádia Laís
Inaugurado há duas décadas, o Polo de Cinema Grande Otelo, em Sobradinho (DF), permanece há anos abandonado. Criado para aproximar a população da sétima arte e dar suporte a produções locais, o espaço foi aos poucos sendo abandonado por falta de investimento do governo.
O último filme rodado no local foi “Vidas mortas e as horas vazias”, de Pedro Lacerda, filmado entre maio e junho de 2010, em parte do prédio. Desde então o local encontra-se inutilizado.
“O maior problema é a questão da estrutura
mesmo. Se você entrar no estúdio do Polo a possibilidade de uma telha cair na
sua cabeça é enorme. O Polo não pode ser utilizado. Vários cineastas gostariam
de usar o espaço, porque isso barateia o filme, mas não dá.”, afirma o cineasta
Pedro Lacerda.
O descaso e a falta de manutenção podem ser percebidos desde a via que dá acesso ao Polo. O trecho não é asfaltado, é mal sinalizado e não possui iluminação. Lá dentro, a situação também não está muito diferente. A estrutura é precária e a grama alta e os vazamentos são só alguns dos problemas.
Os
materiais de trabalho também encontram-se em péssimo estado e as salas do local
foram transformadas em depósitos de materiais e entulho. Além disso, o telhado do
estúdio ainda corre o risco de desabar.
A
coordenadora de Audiovisual da Secretaria de Cultura, Cibele Amaral, comentou
sobre os planos para o local. “O Polo foi entregue pelo governo passado
totalmente degradado. Para que volte a funcionar ele precisa de reformas.”,
explicou ela.
“É
preciso ter um cuidado enorme para direcionar a reforma e a revitalização do Polo
para que ele depois venha a ser ocupado de fato e não como vinha sendo: com
eventos ocasionais e sem uma política que oriente as atividades realizadas.”,
complementou.
O Deputado Claudio Abrantes, presidente da Frente Parlamentar de Cultura da Câmara Legislativa, visitou o local nessa sexta-feira, dia 20, para conferir o estado em que se encontra o Polo e defendeu a importância da revitalização do espaço.
“O
cinema no Brasil cresceu muito nos últimos anos e a gente não quer ver esse
patrimônio, que podia colocar Brasília a frente no cenário nacional, fechar.
Nós temos exemplos em todo o país da força que tem o cinema, tanto do ponto de
vista da divulgação da cultura local, quanto da própria geração de renda e
recurso da economia e isso não pode ser deixado de lado”, afirma o deputado.