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NO SINAL - Flanelinha acorda às 4h30 há 19 anos





São quinze horas longe de casa e sob sol forte ou chuvas torrenciais. Há 34 anos vivendo em Brasília, o baiano encontrou nas ruas uma profissão que garante o sustento da família. Geosino Dias, de 40 anos de idade, é um exemplo de flanelinha que há dezenove anos busca no informal o sustento da sua família. “É a forma que encontrei para ajudar o minha esposa nas despesas de casa”, diz.

Pai de cinco filhos, Geosino vive em Águas Lindas, divisa de Brasília com o estado de Goiás. Sai de casa, todos os dias, às 4h30 da manhã, para auxiliar a baliza, vigiar e lavar o carro, no setor hospitalar sul no centro econômico da capital do país.

Garante que é bastante difícil passar mais de 12 horas exposto ao sol e ainda conciliar o papel de homem da casa com a sua atividade comercial, mas a necessidade de contribuir na renda mensal familiar tem sido a sua motivação.

A oportunidade

“Quando fiquei desempregado encontrei aqui uma forma de sustentar minha família.”, explica e também afirma que a falta de condições adequadas de trabalho é o principal problema do seu negócio. O sol maltrata o trabalhador que tem que dar duro para conseguir o seu sustento.

Com o segundo grau completo, Geosino faz parte do grupo de flanelinhas cadastrado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal (SEDEST), e apesar da informalidade da profissão ele já contribui com o INSS há 14 anos. 

O seu dia começa cedo e termina por volta das 22h00. Em média, por dia, arrecada cerca de 300 reais, valor com o qual ajuda nas despesas de casa, até porque “a vida não está fácil”.

As conquistas


Em entrevista ele diz que o trabalho é tranquilo e sossegado. Geosino nunca parou para contabilizar quanto ganha mensalmente, e a quantidade de ganha por dia varia de acordo com o movimento do estacionamento onde trabalha.

Uma das grandes conquistas alcançadas pelo trabalhador foi a quitação do lote onde ele construiu sua casa. “Só consegui comprar meu lote porque dividi em 102 parcelas de quinhentos e poucos reais. Se não fosse pelo meu trabalho com a vigia de carros não teria conseguido isso”, diz Geosino.

Por Raquel Teixeira - Jornal Esquina On-line