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Unficação do piso é medida para resgatar a coletivada do jornalista brasiliense


Por:Amanda Lima
Amandalima1507@gmail.com

Mesmo com denúncias, sindicato dos jornalistas do DF afirma que não há discriminação entre os profissionais de diferentes mídias.


Há quase trinta dias da implantação do piso salarial unificado para o jornalista, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF), afirmou sem citar nomes, que ainda recebe denúncias por parte de trabalhadores, alegando que os “patrões” oneram os profissionais abaixo do salário estabelecido para a categoria.

“Hoje com a transparência do piso, os trabalhadores têm nos procurado e feito algumas denúncias. Temos denúncias que os patrões estão pagando abaixo do piso[salarial]. São poucas, mas temos”, disse o vice-presidente do SJPDF, Wanderlei Pozzembom.

Desde o dia 01 de abril, o piso salarial do jornalista foi unificado, ou seja, não há distinção de valor mínimo entre profissionais da mídia impressa e eletrônica. Até esta data os veículos contratavam os jornalistas por distinção de mídia.

Por ser mais antiga, em geral, a mídia impressa possui os salários mais altos. Os profissionais da mídia eletrônica do Distrito Federal, afirmam que o piso salarial está longe de ser o ideal, mas que Brasília se sobressai se comparada a alguns estados.“Nós aqui conseguimos algumas melhorias, como a unificação do piso, que eu espero que seja praticada mesmo. Mas existem lugares em que você trabalha 13, 14 horas diárias sem nenhum tipo de remuneração. Em Brasília, apesar da hierarquia de salário do impresso, o jornalismo online tem o seu valor e seu preço, precisa ficar melhor, mas já é um começo”, afirmou a jornalista de uma agência do DF, que quis preservar sua identidade.

O sindicato afirma que “não há discriminação dentro da redação entre os jornalistas e que por enquanto na há resistência por parte dos patrões”, mas ressalta a importância do cumprimento do acordo por parte dos veículos.

 “Eu espero que eles cumpram com o compromisso assumido, porque caso contrário vamos cobrar na justiça. Apesar de ainda estarmos no ciclo de pagamento, é preciso que os patrões tenham essa consciência para acabar com o individualismo e resgatar a coletividade dentro dos veículos”, disse Pozzembom.

O SPJDF classificou essa divisão de pisos como uma ação astuta por parte dos “patrões”, e que pode ser perigoso para o próprio veículo.

“A gente percebeu que os patrões de uma forma muito esperta, criaram dois pisos: um para a mídia eletrônica e outro para a mídia impressa – e isso se tornou perigoso, pois a mídia eletrônica está crescendo mais que a impressa causando certa estagnação do meio impresso. O profissional de mídia eletrônica acaba atuando na mídia impressa também”, destacou Pozzembom.

A intenção da unificação do piso, segundo o sindicato, é resgatar a coletividade e acabar com o individualismo, uma vez que a premissa do acordo parte do princípio que os jornalistas independentemente da mídia que atuam, estão unidos pela mesma atividade: a produção da notícia.

A negociação

Para chegar a um acordo,  a negociação entre patrões e trabalhadores arrastou-se por mais de dois anos. O acordo conduzido pela atual gestão do SJPDF teve o  apoio do Ministério Público do Trabalho que identificou várias irregularidades na categoria. No último dia 1 de abril, a negociação teve um desfecho: o valor do piso salarial unificado para os jornalistas de Brasília, independentemente do veículo que atuam.

Para jornalistas que trabalham cinco horas, o menor salário passa a ser R$1.950,00. Para os profissionais que exercerem 6 horas de trabalho, o salário é de R$2.613,00 e para os que fazem jornada de 7 horas ou 8 horas de trabalho a remuneração é de R$3.276,00.

O acordo também prevê descanso remunerado para os profissionais que trabalharem mais de 5 horas diárias.

O sindicato não considera o piso unificado como uma conquista, e sim como um avanço. É a reafirmação de que a categoria ainda precisa brigar por direitos básicos, como descanso remunerado e vínculo empregatício por meio da Consolidação da Lei do Trabalho (CLT)”. Para o vice-presidente, estes são direitos que já deveriam estar consolidados.