Na luta por empregos,
os panfleteiros em Taguatinga arriscam-se nos semáforos entre os carros,
sujeitam-se ao sol forte, cumprem uma carga horária de oito horas, ganham em
média R$ 30 ao dia, entregando diariamente dois milheiros.
De segunda a sexta, das
8h30 às 17h e com 2h de almoço, Adriana Souto Lima, 40 anos (ouça entrevista de Adriana, sai do Setor O
para panfletar no centro de Taguatinga, perto da Praça do Relógio. Há apenas um mês no ramo da panfletagem, não tem outra opção, prefere estar
ganhando semanalmente seus 150 reais do que ficar parada.
“Tenho muito medo do
trânsito, mas não tem outro jeito. No final do mês pagar o aluguel, a água,
minha alimentação e a luz, é o mais importante”, desabafa Adriana.
Aos 20 anos, a jovem
panfleteira, Suze Naely Ferreira da Silva, ganha mensalmente um salário mínimo.
Trabalha em Taguatinga Norte, cinco vezes por semana e 6h corridas, sem direito
a almoço e 15 minutos de descanso.
Segundo Suze, a
maioria das empresas que contratam o serviço de panfleteiro não ficha carteira,
mas tem a opção de ganhar um pouco mais. “A pessoa pode ser contratada por uma
ou mais empresas, panfletando e assim dobrando o seu salário”.
Francisco de Assis, 60 anos, ajudante de caminhão e
panfleteiro.
Há 26 anos, Francisco de Assis, ajudante de caminhão
de uma firma para materiais de construção, localizada na Ceilândia, possui uma
grande alegria e disposição contagiante. Nas horas vagas, panfleta nos
semáforos no Centro de Taguatinga, divulgando a empresa em que trabalha, sem
ganhar nada por isso.
“Não interessa a idade.
O importante é poder ser útil, ganhar seu salário honestamente e ter prazer no
que faz”, finaliza Francisco.
CBO
– Classificação Brasileira de Ocupações
É uma fonte de
informações sobre todas as ocupações existentes no mercado de trabalho
brasileiro. Desde outubro de 2002, os panfleteiros são reconhecidos através de
um código, como cartazeiros, pessoas que prestam serviços a empresas e pessoas.