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NO SINAL - Vendedor de balas no centro desencantou-se com profissão

O vendedor ambulante de doces e balas Marcos Rogério, 32 anos, trabalha perto da rodoviária há 17 anos, e diz que trabalhar de maneira informal garante o sustento da família. “Ganho muito mais dinheiro vendendo balinha do que se eu fosse fichado. Sei trabalhar como pedreiro, sou eletricista formado, mas trabalhando por conta própria ganho mais do que um salário”, afirma. “Não daria para sustentar meus filhos e minha mulher, então me adaptei na rua”.


Para o vendedor, trabalhar como ambulante é melhor, pois não precisa pagar impostos para o governo. “Se eu comprar um pacote de balinha por vinte e cinco centavos na distribuidora e vendê-lo por cinquenta, eu ganho cem por cento em cima da mercadoria”, diz.

Rogério ressalta que o sofrimento de todo vendedor na rua é o mesmo. Ele afirma que se o ambulante não se adaptar a esse tipo de emprego, ele se derrota. “Todo dia a gente tem um não, e temos que correr atrás do sim. O não já é garantido, então temos que oferecer de carro em carro, de pessoa em pessoa, e ficar feliz quando receber um sim”.

Ele trabalha em só um ponto da cidade onde mantêm sua clientela, e ganha cerca de R$ 50,00 trabalhando no mínimo seis horas por dia.

Dificuldades

O ambulante diz que enfrenta dificuldades diárias no trabalho. “Muitas vezes vou até o carro vender e a pessoa emburra a cara pra mim e fecha o vidro na hora”, diz. Para ele, essa atitude por parte de algumas pessoas é preconceituosa.

Outra barreira que Rogério enfrenta é o governo. “A fiscalização já me pegou algumas vezes, mas eu consegui recuperar meus produtos. Se eles levam 100 reais meu, o prejuízo é pra minha família”, relata.

A concorrência também preocupa o vendedor. “Se estou aqui e um deficiente chega para vender as mesmas mercadorias que eu, as pessoas preferem comprar com ele, e o mesmo acontece com as crianças que aparecem aqui”, afirma. “Assim como acontece preconceito em tudo nessa vida, na venda não é diferente”.

Como conseguir licença para trabalhar nas ruas

Para trabalhar como vendedor ambulante sem ser abordado, multado e ter os produtos apreendidos, é necessário atenção às normas de regulamentação, licença e autorização para essa prática comercial nas ruas.

Cada estado ou município tem um procedimento próprio para regularizar os trabalhadores. Para ficar em dia com a lei, o vendedor precisa procurar a sede do governo ou prefeitura da região.

É possível também regularizar a situação pela internet. Acesse www.portaldoempreendedor.gov.br