Por Laísa Vinhas
Existe apenas uma linha (da empresa Taguatur) para quem deseja viajar de Santo Antônio do Descoberto para Brasília, um trajeto de 60 km. Se perder o ônibus de 23h15 no sábado, Ana Cristina Xavier, moradora de Santo Antônio que trabalha no Plano Piloto, só consegue pegar o próximo, de 00h55 e, normalmente, vai em pé em todo o trajeto. Chega em casa por volta de duas horas da manhã. Ela gasta, em média, quatro a cinco horas do dia em função do transporte público.
Para tentar amenizar o problema de transportes entre Brasília e Goiás, a ANTT, Agência Nacional de Transportes Terrestres, avalia a possibilidade do compartilhamento de gestão do sistema de transporte entre o Goiás e o DF, porque esse problema é recorrente também em outras cidades de Goiás. Mas segundo moradores, talvez essa não seja a solução já que há apenas uma linha fornecida pela mesma empresa.
Como visto pela equipe de reportagem, na parada do eixo L em frente ao Banco Central os horários dos ônibus para Santo Antônio são bem espaçados, além de irem lotados. Alguns colocam a placa “Especial”, por estourar a capacidade de passageiros, mudam o trajeto e deixam alguns passageiros para trás.
“A nossa revolta é porque não temos outra opção. A Taguatur monopoliza o serviço e sabe que não for eles, perdermos nossos empregos ou então temos que dormir na rodoviária. Só gostaria de entender o que acontece por trás disso, o porquê de não entrar outra empresa”, diz Ana Cristina.
Joseandisô Alves Teixeira, trabalha como garçom em um restaurante na Asa Sul e também depende dos ônibus que vêm de Santo Antônio. “Tenho só 18 anos e gostaria de poder continuar meus estudos, fazer faculdade de Relações Internacionais, um curso de inglês... Mas como tenho que trabalhar, não tenho escolha, ainda mais dependendo do transporte público. As vezes sinto falta de um tempo para me organizar, ter um tempo para a família e até para mim mesmo. Praticamente, só durmo e trabalho.”
Apenas uma linha de ônibus de Santo Antônio do Descoberto para Brasília
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Brasília