Por Juliana Rabelo
Brasília foi planejada a partir da simplicidade dos traços
do urbanista Lúcio Costa. A prioridade era a qualidade de vida, onde as pessoas
pudessem andar livremente em um espaço arborizado e democrático. Na palavra do
criador, a capital federal deveria ter “chão livre e gramados generosos”. Mas
após 52 anos de sua inauguração, o projeto da cidade já sofreu inúmeras
agressões.
Em 1987, Brasília recebeu o título de Patrimônio Mundial da
Humanidade por sua arquitetura moderna e ideias inovadoras, mas esse título
pode estar ameaçado.
Quitinetes construídas na Vila Planalto (Foto: Diego Fernandez)
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Um mês antes da visita da UNESCO, o governo do Distrito Federal aprovou um plano diretor para preservar a região tombada. Segundo o secretário de Habitação, Geraldo Magela, no plano há a criação de uma área de entorno. “Nós estamos criando no Plano de Preservação de Conjunto Tombado, a área de entorno de proteção que vai abranger o Lago Norte, o Lago Sul, o Guará e parte da região de Sobradinho”. O projeto deve ser concluído no dia 31 de março e encaminhado à Câmara Legislativa onde passará por votação.
Para o promotor do Ministério Público, Paulo José Leite, o governo precisa de critérios para analisar os projetos. “O problema tem que ser detectado no início e há uma necessidade de uma análise crítica do projeto daquele local, como por exemplo, uma oitiva do IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico)”. Ainda assim, houve pequenos avanços.