Por Cecilia Sóter
O Distrito Federal é a unidade federativa com maior índice de sobrepeso
e obesidade infantil, com índice similar somente no Rio Grande do Sul, segundo
levantamento feito pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, ligado
ao Ministério da Saúde. Na capital federal, uma em cada três crianças de cinco
a dez anos está acima do peso. Em 2011, dos 33,8% pesquisados, 17,4% têm sobrepeso e 16,4% estão
obesos. Em 2010, meninos e meninas nesta situação representavam 27,1% dos
entrevistados, um crescimento de 6,7 pontos percentuais em 12 meses. A
nutricionista Patrícia Martins Fernandez, especialista em nutrição infantil,
afirma que a industrialização de alimentos, junto com outros fatores, como
falta de atividade física, é o principal motivo da obesidade infantil. Ela
explica que os produtos industrializados trazem em média 16% de açúcar, 6% a
mais do que o recomendado. De acordo com a nutricionista, a solução é a
iniciativa dos pais em controlar a alimentação da criança. “Eles devem evitar
trocar os alimentos naturais, como o suco da fruta pelo industrializado,
aqueles de caixinha”, diz Patrícia Fernandez.
Controle sem privar - Segundo a nutricionista, o excesso de açúcar na alimentação
da criança representa um grande perigo. “Os principais males são a obesidade, o
excesso de cáries e déficit de atenção. O açúcar também deixa a criança
excitada, fazendo com que ela se distraia facilmente”. Ela explica que a melhor
forma para não cortar de vez os doces da vida da criança é evitar no meio da semana
e liberar, com cautela, no final de semana. Patrícia Fernandez esclarece que o
alimento zero açúcar não é recomendado. Ela afirma que, ao tirar o açúcar, é
acrescentado mais gordura, sódio e outras substâncias, o que de qualquer forma
influenciaria no peso da criança.