De acordo com o Governo do Distrito Federal (GDF),
do total de pessoas em situação de rua em Brasília, 1.900 são adultos e deste
número, 80% são homens. Segundo o Decreto n.º 7.053,
de 23 de dezembro de 2009, que institui a Política Nacional para a População em
Situação de Rua, as pessoas caracterizadas dentro desse grupo, estão em estado
de extrema pobreza, vínculos familiares fragilizados ou rompidos e a
inexistência de moradia convencional regular. São também pessoas que utilizam
patrimônios públicos e áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento,
de forma temporária ou permanente.
As principais razões que levam as pessoas às ruas no Brasil,
segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), são
alcoolismo e drogas (35,5%), desemprego (29,8%) e desavenças com a família
(29,1%). É o caso de Ronaldo, 40 anos, morador de rua há 20. Após se separar de
Elenice, com quem teve um filho, foi para a rua, e se diz satisfeito com a
situação.
“Não tenho vontade de sair da rua, porque já me acostumei com a
vida que levo”, revela. Ronaldo, que sempre fica em pontos da Asa Norte pedindo
dinheiro e comida, conta que só tem vontade de conseguir um emprego com
carteira assinada e uma casa quando está chovendo, porque diz ter medo de água.
Apesar de estarem separados, Elenice e Ronaldo continuam amigos. O
ex-casal estava junto, em uma quadra da Asa Norte, tentando conseguir comida
para os filhos, de outros relacionamentos. Ela tem oito filhos e ele quatro.
“Eu tenho uma casa no Recanto das Emas, mas lá ninguém me ajuda e como eu não
trabalho, fica difícil criar meus filhos. Por isso eu venho para o Plano pedir
cesta básica em igrejas, além de comida e dinheiro nos apartamentos”, relata
Elenice.
Segundo pesquisa sobre a População em Situação de Rua do Distrito
Federal, realizada pela Universidade de Brasília (UnB) com apoio da Fundação de
Apoio à Pesquisa (FAP/DF), nessas regiões se encontram 31,5% da população de
rua adulta do DF. A equipe de abordagem social é composta por Educadores e
Educadoras Sociais que atuam em uma perspectiva politico-pedagógica de
fortalecimento do protagonismo e garantia de direitos dessa população.
Para esta população o GDF tem um Centro Especializado para a
População em Situação de Rua (POP). Fica localizado na Asa Sul e tem integrado
em sua estrutura uma equipe do Núcleo Especializado em Abordagem Social
(NUASO), que realiza ações nas Regiões Administrativas de Brasília, Cruzeiro,
SIA, Lago Sul, Lago Norte e Sudoeste/Octogonal.