Por
Thaís Valentim
Correr é um esporte bom para a saúde, excelente para
a integração social e barato. A edição de abril de 2009 da revista
Posiatividade afirma que o segundo esporte mais praticado pelos brasileiros não
é o vôlei, nem o Basquete, muito menos a natação ou o ciclismo. Depois do “todo
poderoso” futebol, o esporte mais praticado é a corrida. Ela é uma das modalidades esportivas mais praticadas. Em geral, as pessoas que iniciam a prática buscam
obter qualidade de vida. Na medida em que o condicionamento melhora, a sensação
de prazer e bem estar faz com que os novos praticantes passem a sentir a
necessidade de correr todo o dia. “Eu corro cinco vezes por semana, e quando
não tem jeito de ir treinar, me sinto muito ansioso, com uma sensação de que
ficou faltando alguma coisa”, afirma o veterinário Cristiano Gomes, 36 anos, que
corre há 10 anos na cidade.
Para o veterinário, Brasília é uma das melhores
cidades do país para praticar corrida de rua. “O Parque da Cidade, a Água
Mineral, o Parque Olhos d’Água, a Ermida Dom Bosco e o Eixão são ótimos lugares
para se exercitar”, diz Cristiano, que afirma sempre variar os percursos. “O
legal é que dessa forma não dá para ficar entediado”, completa. Apesar de anos
de corrida, Cristiano não costuma participar de provas de rua. “Não me inscrevo
porque o que eu busco é somente ficar em harmonia comigo mesmo, e isso já
consigo ao treinar”.
A sociedade civil Corredores de Rua do Distrito
Federal (Cordf) foi fundada em dezembro de 1998 com o objetivo de reunir o
maior número de participantes de corrida de rua, caminhada e marcha atlética. O
presidente Raimundo Nonato Bentes Martins pratica atividade física desde
criança e, quando se tornou militar do exército, desenvolveu uma verdadeira
paixão pelo condicionamento físico. Há 10 em Brasília, Bentes começou a correr com
mais frequência. Segundo Bentes, de cinco anos pra cá, o número de corredores
no DF cresceu consideravelmente. “Geralmente as pessoas ingressam na modalidade
em busca de qualidade de vida. É como se fosse uma válvula propulsora que tira
elas dos problemas do dia a dia”, considera o presidente.
Para a Cordf, o futuro do esporte no Distrito
Federal é muito promissor. No entanto, segundo Bentes, as provas de pista não
podem ser esquecidas e o esporte não pode ser elitizado. “Tem muitos promotores
de eventos que organizam provas só para ganhar dinheiro. Isso é perigoso porque
existem vários atletas que se destacam nos 10 mil metros e não tem condições de
pagar R$ 70 em uma inscrição. Temos que pegar esses meninos da periferia e motiva-los
a praticar o atletismo”, declara o presidente, que sonha alto. “Quem sabe daí
não surge um campeão? O atletismo é muito democrático. Basta um tênis e um
local para começar. A corrida de rua é que está dentro do atletismo, e não o
contrário”, finaliza Bentes.