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Da gravidez invisível ao amor concreto: adoções consensuais

Gerar. Amar. Esperar. São gestos que descrevem a gravidez. Seja ela de nove meses, de risco, por inseminação artificial, ou ainda, gravidez invisível, também conhecida como adoção. Para adotar também é preciso gerar dentro de si a mesma vontade. Este é, por muitas vezes, um ato de coragem e de amor, que quebra preconceito, e com total responsabilidade por aquele novo ser que entra na família. A gravidez invisível pode ser de um casal, de um pai ou de uma mãe. A duração pode ser de nove meses, um ano ou mais, já que adotar é composto por atos: doação, dedicação, amor.


Tentativas e um filho
Curtir os primeiros anos de casados e trabalhar para construir o patrimônio da família faz parte dos planos de muitos recém-casados. E não foi diferente com o casal Roselene Alves, de 47 anos, e Gladson Ferreira, de 49 anos, juntos há 23 anos. Roselene lembra que, após esse período inicial, decidiram que era hora de aumentar a família. O que ela não sabia era que esse momento seria demorado. Ela não conseguia engravidar. Assim que recorreu ao tratamento já começou a pensar na possibilidade de adotar uma criança. O único critério era que tivesse até dois anos. Assim, buscaram informações no Cadastro Nacional de Adoção.

A intervenção médica não deu certo. Em 2006, recorreram à Vara da Infância e da Adolescência. O casal realizou o cadastro para a adoção no Distrito Federal, no Goiás, no Pará e em Minas Gerais. “A família do meu esposo é do Pará. Fomos passar férias lá e ficamos sabendo de um caso. Uma mulher estava com três meses e na oitava gestação e estava decidida que daria o bebê para adoção”, lembrou.


Oportunidades de adoção consensual já haviam surgido em MG e no GO, mas as mães desistiram de entregar o bebê. O casal se manteve firme e passou a acompanhar a gestação. Foram informados que a criança nasceria próximo ao dia 20 de dezembro. No mesmo mês tiveram a adoção autorizada. As férias foram programadas para coincidir com o nascimento de Helena. Uma surpresa: ela nasceu dia 16 de dezembro.
“Foi uma emoção. Eu ainda estava dando aula, faltavam poucos dias para as férias escolares. Houve uma grande mobilização por parte dos nossos colegas de trabalho. E lá fomos nós para o Pará”, contou.
Roselene conta que consegui a licença maternidade integral – seis meses. Helena tem seis anos e conhece toda a história da família. “Às vezes ela pergunta por que não saiu da minha barriga. Foi muito bom, quando eu peguei aquele bebê [no colo], todo dia eu agradeço a Deus”.
Consensual
“Minha mãe chegou em casa acompanhada de uma mulher. Me colocou na frente daquela que era estranha. Trocamos olhares, eu tímida com meus 5 anos e ela sorridente”, lembrou Camila.
O trabalho de empregada doméstica não sustentava a mãe e os oito filhos. As crianças mais velhas trabalhavam vendendo água e doces pelas ruas da cidade. Esse foi o início do processo de adoção de Camila Alves, de 35 anos, filha caçula.
A família residia em São Luís, no Maranhão. As dificuldades aumentaram quando o pai saiu para trabalhar e não voltou. Camila conta que não tem nenhuma mágoa. “Hoje eu entendo o que minha mãe fez. Ela procurou nos manter vivos”.
O processo de adoção de Camila foge da ação jurídica tradicional. A mãe adotiva era uma turista, de férias em São Luís. Com uma cesta básica, roupas e calçados foi feita a troca. A menina passou a fazer parte de uma família paulistana. Ganhou duas irmãs. “Eu chorava e não aceitava ninguém chegar perto de mim, entendi que minha mãe biológica me deu para a minha mãe adotiva, não tenho mágoas, tenho duas famílias. Foi tudo por questão de sobrevivência”, contou.


Saiba mais sobre a adoção.

Confira a matéria completa sobre adoções especiais:

http://issuu.com/blog_esquina/docs/p_23

Por Larissa Rocha