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Movimento Brasil Livre pede o impeachment de Dilma Rousseff



Manifestação pelo Impeachment de Dilma nos 126 anos da Proclamação da República
Foto: Dida Sampaio / Estadão 15/11/15
Barracas, sonhos e muita pressão política. Estes são os elementos presentes no cotidiano do Movimento Brasil Livre que está acampado no gramado do Congresso Nacional, desde o dia 15 de outubro pelo impeachment da Presidente Dilma Rousseff (PT). Neste último domingo, 15 de novembro, celebração de 126 anos da proclamação da República, cerca de 2 mil manifestantes, segundo a PM, se uniram ao movimento  e ocuparam a Esplanada dos Ministérios. Entre as faixas podia-se ver o pedido de impeachment da presidente, o fim da corrupção no Brasil e a intervenção militar.

Durante visita ao acampamento no Congresso, na semana passada, Kim Kataguiri, 19, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), disse que a atual conjuntura apresenta-se como um momento histórico: “Tínhamos a própria oposição dizendo que o impeachment era golpe, que não havia clima para impeachment. Diziam que a presidente Dilma Rousseff não poderia ser comparada ao ex-presidente Collor. Hoje vemos que a postura já é bem diferente, o presidente da Câmara já não é mais do governo. Agora ele já encampa oficialmente o impeachment, temos evoluído bastante”, avalia Kim.

Kim diz que a saída da presidente é inevitável, independentemente das denúncias contra Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que tem o poder constitucional de instalar o processo de impeachment no Congresso estar sendo acusado de envolvimento na operação Lava-jato da Polícia Federal:

“Acho que o próprio assunto impeachment não foi algo que ele encampou, que colocou em pauta. Foi uma pressão que a nem a oposição colocou em pauta, foi uma pressão que de fato as ruas, os movimentos populares levaram para Brasília,  e  agora inevitavelmente existe uma pressão que não pode ser ignorada, o que levará ao deferimento dos pedidos, seja com ele na presidência da câmara ou não” diz Kim.

No último mês de Outubro, Kim foi considerado pela Time, um dos 30 jovens mais influentes do mundo. Para a revista norte-americana, Kataguiri ganhou notoriedade por seu papel na organização da "startup" dos protestos e nos manifestos pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff.  


ACAMPAMENTO
Alexandre Paiva, 39 anos, microempresário, está desde o dia 20 de novembro em Brasília. Após deixar a família em Florianópolis, Paiva coordena todas as atividades no acampamento. Brasilienses simpatizantes recebem os manifestantes em casa para tomar banho, e oferecem alimentação no acampamento.


“O principal objetivo do acampamento do MBL é a saída da presidente Dilma Rousseff, nós batalhamos pelo impeachment. Em maio deste ano, nós fomos os primeiros que protocolamos o pedido de impeachment, e de lá para cá temos vários outros. Fizemos inclusive uma fusão do nosso pedido com o do jurista Hélio Bicudo, acrescentando vários outros elementos.”
Acampamento no Gramado do Congresso Nacional

Doações de alimentos para os acampantes
A advogada Paula Cassal Lima, 29 anos é uma das agitadoras do grupo, fundadora da “Banda Loka Liberal”, a porto-alegrense viajou cerca de três mil quilômetros de ônibus com seus amigos para acampar em Brasília. Com muita animação ajudou a compor cerca de três hits pedindo a saída da presidente.

“Não sairemos daqui, até que Dilma caia”, diz.


O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou que a baixa popularidade da presidente Dilma Rousseff deva interferir nos processos de impeachment que tramitam contra ela no Congresso Nacional, há alguns meses. Horas depois de sua declaração  a área técnica da Câmara recomendou que o peemedebista desse seguimento ao principal pedido de impeachment contra Dilma.

REAÇÃO
Antes da manifestação deste dia 15 de novembro, a ordem no Planalto era de monitorar todos os movimentos pelas redes sociais e, no plano político, barrar o impeachment até as eleições de 2018. Na última quinta-feira, 12, um policial militar reformado, que integrava um dos diversos movimentos acampados no Congresso Nacional foi preso portando uma arma de fogo, um soco inglês e diversos sprays de pimenta. O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso determinou que a Polícia Federal investigasse o caso. O Movimento MBL informou por meio de suas redes sociais, que o oficial não integrava o movimento e que jornalistas de esquerda aproveitaram-se do atentado para usar o "gancho" do terrorismo e acusar o MBL de ser o grupo daquele que policial.

Na sexta-feira,13, o presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski disse que o país precisa ter maturidade para aceitar o resultado das eleições passadas. Durante palestra em uma faculdade de Direito da capital paulista, o  presidente do STF afirmou: "Com toda a franqueza, devemos esperar mais um ano para as eleições municipais. Ganhe quem ganhe as eleições de 2016, nós teremos uma nova distribuição de poder. Temos de ter a paciência de aguentar mais três anos sem nenhum golpe institucional". 

No dia das manifestações, a presidente Dilma Rousseff participou de reuniões na Turquia, durante a Cúpula do G20, onde inclusive se manifestou sobre os atentados em Paris e a tragédia em Mariana-MG, mas não comentou as manifestações. O  Planalto considera as manifestações como fruto do regime democrático. 

Confira a reportagem no áudio abaixo:


Por Ronie Lobato