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Desenhistas de quadrinhos apostam em divulgação independente

DIVULGAÇÃO INDEPENDENTE

Produções em quadrinhos que não dependem de editora para divulgação conseguem uma chance através de financiamento coletivo.



Desde o começo dos anos 2010, os quadrinhos independentes conseguiram uma chance para se divulgar além da internet: o Crowdfunding (conhecido também como “Vaquinha Virtual”). Sites como Patreon, Kickante e Catarse vêm sendo usados para essa finalidade de divulgação e para ajudar no trabalho dos autores de séries.

Um dos primeiros projetos a ser divulgado foi Combo Rangers de Fábio Yabu. Criada em 1998 para internet, a história baseada nas séries japonesas dos anos 1980 tornou-se a pioneira das webcomics e foi cancelada em 2003, quando o autor se viu com problemas para continuar o trabalho, pois se dedicava a outros projetos como o livro infanto-juvenil As Princesas do Mar. Após dez anos sem produzir, Yabu divulgou o retorno do projeto mais famoso como uma graphic novel. Até o momento, foram lançadas duas edições chamadas “Somos Heróis” e “Somos Humanos”. Uma terceira tiragem está com o lançamento previsto para o próximo ano.

Fábio Yabu anuncia retorno dos Combo Rangers
Fonte:YouTube


Outro projeto que necessitou de divulgação através do Crowdfunding foi o Protocolo: A Ordem, de Elenildo Lopes. Além do idealizador, outros autores participaram da ideia em uma rígida escolha de super-heróis nacionais independentes que poderiam participar da tiragem, foram 47 ao todo. Entre eles, RBoy e Soberano, “representantes” do Distrito Federal. Na história, um projeto de lei marcial impede o grupo (então separado) de combater o crime no Brasil até o Agente Zero recrutá-los para derrotar uma invasão alienígena. A “Liga da Justiça Brasileira” possui previsão para novas tiragens no futuro, e foi criada com o intuito de mostrar que os super-heróis não existem somente em países como Estados Unidos.

Elenildo Lopes e outros desenhistas desvendam A Ordem
Fonte: YouTube

Este ano também foi divulgado pela Vaquinha Virtual o Esquadrão Amazônia, de Joe Bennett (pseudônimo do desenhista Benedito José Bezerra), que trabalha em inúmeras séries da Marvel e DC Comics. O grupo de heróis semi-humanos liderados pela agente do governo conhecida como Vitória-Régia teve a edição piloto divulgada em 2000 e, apenas neste ano, conseguiu a sua chance, publicar a narrativa sobre a proteção pela natureza através de super-poderes. A maior diferença para a versão anterior é a exclusão de um dos integrantes da formação original.

Joe Bennett e o Esquadrão Amazônia
Fonte: YouTube

Um exemplo de série original independente que já era sucesso antes mesmo da divulgação pelo Crowdfunding foi Spinnerette, de Krazy Krow, dos Estados Unidos. Nela, as histórias são abordadas com muita aventura e uma pitada de humor, pois a série em si é uma paródia de vários outros heróis. Mas também aborda assuntos sérios como sexualidade, pois a protagonista, que ganhou poderes depois de um acidente de laboratório, se apaixonou pela parceira, que depende de máquinas para se locomover.

Fazer uma campanha para se divulgar não é uma tarefa fácil, pois nem todas as séries conseguem êxito. A situação é mais complicada do que se imagina, pois arrecadar dinheiro para o projeto é apenas a ponta do iceberg. As recompensas também são parte importante da campanha, tal como procurar uma editora e uma gráfica para o trabalho ser produzido e concluído.

VEJA a Matéria feita para o Jornal Esquina



Por William Daniel