Por Amanda Carvalho
Numa mistura de gerações, casais contam como fazem para driblar a diferença de idade e como lidam com o preconceito para viver uma história de amor
Concita e o namorado Márcio vivem sem problemas com a diferença de idade |
Gabriela diz que nunca pensou em se envolver com um homem que tivesse uma diferença de idade tão grande. A estudante explica que, no começo, sua mãe não queria aceitar de jeito nenhum. "Eu nunca quis namorar escondido, logo abri o jogo para a família. Por mais que minha mãe o conhecesse, achava que ele só queria se divertir comigo e por muito tempo ela o rejeitou". Após um ano de namoro, Gabriela conta que a mãe atualmente lida melhor com a situação e gosta muito de Rogério.
Além da mãe, Gabriela teve que enfrentar o preconceito das pessoas. “A maioria pensa que estou com ele por interesse. No começo, me importava muito, mas agora não esquento mais a cabeça. As pessoas julgam demais. O que importa é que estamos felizes, e isso é tudo".
Segundo a psicóloga Luciana Oliveira, relacionamentos que unem pessoas com idades diferentes não tem problema. Mas desde que ambos se respeitem e consigam compreender que cada um está vivendo um momento diferente da vida. "São fases opostas. Um está vivendo uma coisa que o outro já passou ou que ainda vai demorar a viver. Isso tem que ficar claro. O casal precisa ter muita maturidade para lidar com situações dessa natureza”
A psicóloga alerta que o ciúme nessa circunstância pode se tornar um problema. "Normalmente, a pessoa que tem mais idade na relação tem um pouco de insegurança e passa a ter medo de perder a pessoa para alguém mais jovem. Se esse sentimento for controlado, saudável e não ferir ninguém, o namoro continua seguindo como qualquer outro. Agora, se o ciúme começar a ficar sério, é preciso reavaliar e perceber se o namoro vale à pena."
A radialista Concita Varella, 48 anos, vive um namoro de três com o técnico de redes Márcio Xavier, que é 20 anos mais novo que ela. Concita conta que o preconceito partiu dela. “No início, ficava com receio que as pessoas me tachassem de ‘papa anjo’ - mas eu sou mesmo - neste caso. Ele me ensinou a não ter preconceitos. O que todo mundo tem, principalmente quando a mulher é mais velha".
O tempo passou e Concita resolveu se entregar e viver a história. "Ele é pura vida e a gente tem muito em comum. Adoramos dançar, fazer trilhas, cachoeiras, cultura popular, fazer rádio, acampar e rir da vida. Parece que ele já nasceu velho, é muito maduro. A diferença de idade não tem nada a ver, na verdade. E nem aparenta tanto entre nós."
Concita demonstra uma boa autoestima e segurança se tratando do namorado mais novo. Mas, segundo ela, nem sempre é assim. “Às vezes me sinto insegura, pois não sou mais durinha comparando com as meninas da idade dele. A lei da gravidade influencia sim na minha cabeça, mas ele diz que prefere assim. É mais conteúdo do que o que se vê por fora.”
Mãe de três filhos, a radialista só lamenta não poder ter filhos com Márcio. “Deus sabe o que faz. Aprendi com esse relacionamento a viver apenas o presente e agradecer por ele.”