A atividade ilegal preocupa governos, organizações não-governamentais, religiosas e civis
Por Rosinha Martins
O tráfico de seres humanos e a exploração sexual se tornou uma das atividades criminosas mais lucrativas do planeta e movimenta cerca de US$ 9 bilhões por ano, de acordo com o relatório Global sobre o tráfico de pessoas elaborado pelas Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Por causa das proporções preocupantes na escala mundial, nos últimos anos, a atividade tem chamado a atenção de governos, organizações não-governamentais, religiosas e civis.
A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), com o objetivo de conscientizar os alunos sobre a problemática, tem realizado seminários com o tema “Tráfico de seres humanos, a escravidão do século XXI”.
“Algumas ações no mundo acadêmico já foram pensadas, como por exemplo,visita com os alunos da PUC na periferia para dar palestras sobre o assunto; ter como tema de redação da prova de português o tema do tráfico de seres humanos para que o aluno tenha um impacto e que mesmo que ele não conheça esta realidade, comece a tomar consciência”, explicouMaria Helena Morra, professora da Universidade.
Um grupo de religiosas da Igreja Católica, sensíveis à situação das mulheres traficadas, decidiram por criar uma rede de prevenção ao tráfico de seres humanos, exploração sexual e trabalho escravo.
“Essa rede, que se chama ‘Um grito pela vida’ junto às organizações civis, realiza ações descentralizadas mais articuladas com uma proposta comum que é o resgate da dignidade humana e a sensibilização sobre a realidade do tráfico de pessoas.
Temos dado uma grande contribuição na formação de multiplicadores em todos os estados”, disse Eurides Alves de Oliveira, coordenadora da Rede, no Brasil. Segundo Irmã Eurides, de norte a sul do Brasil, o tráfico acontece de maneira sutil, camuflada e, por isso, se torna necessário a conscientização das pessoas.
“A rede não pretende enfrentar o tráfico, pois isso é trabalho da polícia e contamos com ela. A nossa rede pretende prevenir contra o tráfico, conscientizando a população que está vulnerável a este tipo de crime, afirmou a Irmã Gabrella Botani, representante da Rede Thalita Kun, Rede Internacional da Vida Consagrada contra o Tráfico de Pessoas.
A religiosa destacou que a rede, as organizações civis e os órgãos públicos afins estão trabalhando para desenvolver atividades estratégicas de combate ao tráfico durante a Copa de 2014, no Brasil. A intenção da campanha é, a partir de experiências realizadas na Copa da África, conscientizar todos os que estarão envolvidos no evento.